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Colheita de batata – Manual ou mecanizada?

Maurício Cesar Iung

Engenheiro agrônomo e professor do Curso de Agronomia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, campus Curitiba

mauricio.iung@pucpr.br

 

Crédito Luize Hess
Crédito Luize Hess

O processo de colheita da batata consiste em três operações básicas: arranquio ou levantamento, quando os tubérculos são desenterrados e deixados sobre o solo; catação ou recolhimento, quando as batatas previamente arrancadas são acondicionadas em utensílios ou equipamentos para transporte (sacas, “big bags“, carretas, etc.), e transporte, quando o material é retirado da lavoura e encaminhado para processamento e/ou comercialização.

Estes processos podem ser didaticamente classificados como:

ðManual: quando todas as operações são realizadas manualmente.

ðSemi-mecanizada: quando parte das operações é feita manual e parte mecanizada. É o tipo mais comum, sendo a catação uma operação manual e as demais mecanizadas.

ðMecanizada: quando todas as operações são mecanizadas.

A colheita manual é inviável - Crédito DuPont
A colheita manual é inviável – Crédito DuPont

Mecanização

Nos últimos 20 anos a prática da mecanização na bataticulturavem sendo gradativamente utilizada pelos produtores.Embora a tecnologia exista há vários anos, e a colheita mecanizada fora do Brasil, sobretudo nos países desenvolvidos, seja a regra, aqui ainda há resistência dos produtores na sua utilização.

Cada vez mais vem sendo adotada pelos grandes produtores, sobretudo onde a mãodeobra para catação manual é rara e as áreas de produção são maiores (Cerrado dos Estados da BA, GO e MG). Na região centro-sul (PR, SP, RS e sul de MG) os números são menores, mas a tendência é avançar.

Vários aspectos podem contribuir para esta situação: quebra de paradigmas por parte dos produtores; alto investimento na colheita mecanizada; o fato das áreas de batatas serem normalmente dispersas e distantes da sede do produtor.

Vantagens da colheita mecanizada

Entre as vantagensda colheita mecanizada estão: rapidez na colheita; menor gasto com mão deobra; maior produtividade em virtude de redução de perdas na colheitae maior jornada de trabalho, otimizando máquinas e equipamentos.

Há, ainda, baixa dependência de mãodeobra para colheita; eliminação de custos com embalagens de colheita; agilidade e rapidez na operação.Os contras são alto valor inicial de investimentos; dificuldade de recebimento em algumas lavadoras de produtos não embalados; necessidade de preparo e cultivo apurado da lavoura para não haver torrões, pedras e/ou plantas daninhas.

Mecanização x qualidade

A qualidade do produto colhido é inerente à pratica agrícola utilizada durante todo o ciclo e, principalmente, à maturação da epiderme do tubérculo, ou como o produtor fala, “firmar a pele da batata“ em área onde se promove a dessecação da parte aérea com operação antecedente à colheita.

É importante deixar um intervalo de pelo menos 12-15 dias para realizar a colheita.

As inovações em maquinários se superam a cada dia - Crédito Marcos Miyazaki
As inovações em maquinários se superam a cada dia – Crédito Marcos Miyazaki

Redução de custos

O gasto com mão de obra na colheita é variável de região para região, por isso é difícil falar em valores. Percentualmente, os trabalhos mais detalhados mostram que os custos de operação totalmente mecanizada chegam a ser 10% do que seria na semi-mecanizada.

Neste caso há uma redução de 90% do custo que seria gasto com mão de obra e sacarias.

Opções de máquinas

A maioria das máquinas ainda é importada. Destas, há três marcas que são comercializadas no País. Há, também, duas empresas nacionais que produzem e comercializam estas máquinas.

Quanto ao investimento, é relativamente alto, pois além da máquina, muitas vezes o produtor precisa também adquirir um trator com grande potência. Mas o valor não será tão alto, dependendo da área a ser colhida por ano.

Considerando uma área de 500 hectares por ano, o investimento pode ser retornado em até quatro anos. Para áreas menores, mesmo considerando que este número pode aumentar, ainda vale a pena, pois o problema da falta de mão de obra só tende a crescer.

Custo-benefício

Alguns estudos apontam que, considerando um produtor com 100 hectares e duas safras por ano, adquirindo uma máquina nacional ele consegue pagar o investimento em 10 anos.O problema é que pode ser um risco ter apenas uma máquina, pois se quebrar, pode ser que demore para reparar (isso é muito pior em máquinas importadas), então o produtor deveria ter duas máquinas e, portanto, a área deveria ser o dobro.

Essa matéria completa você encontra na edição de setembro 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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