17.5 C
Nova Iorque
domingo, novembro 24, 2024
Início Revistas Hortifrúti Silício cria barreira contra doenças da alface

Silício cria barreira contra doenças da alface

Rodrigo Vieira da Silva

Engenheiro agrônomo, doutor em Fitopatologia e professor do IF Goiano ““ Campus Morrinhos

rodrigo.silva@ifgoiano.edu.br

Sinara Vieira Amaral

Pesquisadora no Laboratório de Bio Controle Farroupilha ““ LALLEMAND

Sílvio Luís de Carvalho

Mestrando em Olericultura do IF Goiano e professor da Fafich

Brenda Ventura de Lima e Silva

Mestre em Fitopatologia UFV e servidora do IF Goiano

 

Crédito Eduardo Miyayaciki
Crédito Eduardo Miyayaciki

Dentre as hortaliças folhosas, a alface se destaca por ser a mais popular e consumida no Brasil. É uma espécie que contém muita água, energia, proteína, carboidratos, é rica em vitaminas e fibra alimentar. Por estas características, é atrativa ao ataque de diversos insetos pragas e microrganismos causadores de doenças, como os fungos, bactérias, vírus e nematoides.

Para o manejo dessas enfermidades, tratos culturais são imprescindíveis, entre os quais se incluem a adubação equilibrada e também a aplicação de técnicas alternativas de controle de doenças, como o mineral silício.

De escória e essencial

Não faz muito tempo que o silício (Si) era deixado em segundo plano na agricultura, por não ser ainda considerado essencial à nutrição das plantas. No entanto, atualmente este vem se destacando em diversas culturas de expressão econômica em várias partes do mundo como fundamental em processos fisiológicos, bioquímicos e fitotécnicos, tornando-se, desta forma, um mineral benéfico de grande importância, evidenciando a potencialidade da utilização do mesmo na agricultura atual.

O Si pode estimular o crescimento e a produção vegetal deixando as folhas mais eretas, com diminuição do autossombreamento, do acamamento, levando à maior rigidez estrutural dos tecidos, protegendo contra estresses bióticos (herbivoria por insetos e ataque de fitopatógenos) e abióticos (seca).

Crédito-Agristar
Crédito-Agristar

Papel do silício contra doenças da alface

O modo de ação do silício sobre os agentes causadores de doenças da alface pode ser separado de duas formas principais. Na primeira e principal estáa proteção física, por meio da criação de uma barreira à invasão de seus tecidos. Neste caso, são produzidas substâncias que conferem maior resistência da parede celular das folhas, por meio do depósito de uma camada de sílica na parede da epiderme, o que dificulta a penetração dos fungos e bactérias fitopatogênicas.

A concentração de sílica é maior na parte aérea do que na raiz, com maior concentração nas folhas mais velhas do que nas novas.

No segundo mecanismo, o Si potencializaria a resistência da planta. Neste caso, a resposta de defesa da planta é ativada posteriormente à invasão do patógeno e está associada ao aumento na produção de compostos fenólicos, lignina, fitoalexinas e enzimas relacionadas às respostas de defesa da planta contra patógenos.

A maior parte do Si é incorporada nas paredes celulares, onde confere maior rigidez, elasticidade e proteção, amenizando os efeitos dos estresses de naturezas bióticas e abióticas. Plantas adubadas com Si são mais resistentes à ação de fungos, bactérias, insetos e nematoides, e também à anomalia fisiológica conhecida como queima dos bordos.

Si reduz acúmulo de metais pesados

A água de irrigação pode conter de 100 a 1.000 g de minerais por metro cúbico. A alface possui aproximadamente 95% de água em seus tecidos, assim, requer cerca de 25.000 m3 de água por hectare, consequentemente, de 2.500 a 25.000 kg-1 de minerais podem ser adicionados ao solo, incluindo aí os metais pesados Zn, Cu, Co, Ni, Hg, Pb, Cd, Ag e Cr.

Assim, diante deste fato, o Si assume um importante papel, que é aliviar a toxicidade e o acúmulo de muitos metais pesados presentes em águas ou solos contaminados, ou ainda em solos salinos por diversos mecanismos, tal como a diminuição de sua biodisponibilidade às plantas.

O silício é uma estratégia a ser incorporada no manejo de doenças - Crédito Shutterstock
O silício é uma estratégia a ser incorporada no manejo de doenças – Crédito Shutterstock

Aplicação preventiva do Si

Em primeiro lugar, as análises de solo e/ou de folhas são ferramentas imprescindíveis para uma recomendação adequada de silício. A priori, o Si é utilizado de forma preventiva contra doenças fúngicas, bacterianas e ataque de nematoides, e também pode estar envolvido na intensificação do crescimento e da produção.

Na planta, o Si concentra-se nos tecidos de suporte, do caule e nas folhas. Em geral, o conteúdo médio deste elemento mineral nas raízes é menor que se comparado com o caule e folhas.

O Si pode ser um bom aliado para a cultura da alface, haja vista que a qualidade é avaliada pelo seu índice comercial, uma vez que este indica se há maior quantidade de folhas que apresentam injúrias, patógenos e outros.

Outras vantagens da aplicação do Si

A alface é uma das hortaliças mais exigentes em água.Experimentos com irrigação controlada demonstraram que o peso da planta e a produtividade são diretamente proporcionais à quantidade de água aplicada. A adição do Si regula ou reduz a taxa de transpiração da alface, proporcionando economia de água pela planta.

Essa matéria completa você encontra na edição de setembro 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

- Advertisment -

Artigos Populares

Chegam ao mercado sementes da alface Litorânea

Já estão disponíveis no mercado as sementes da alface SCS374 Litorânea, desenvolvida pela Estação Experimental da Epagri em...

Alerta: Patógenos de solo na batateira

Autores Maria Idaline Pessoa Cavalcanti Engenheira agrônoma e Doutoranda em Ciência do Solo – Universidade Federal da Paraíba (UFPB) idalinepessoa@hotmail.com José...

Maçãs: O que você ainda não sabe sobre a atividade

AutoresAike Anneliese Kretzschmar aike.kretzschmar@udesc.br Leo Rufato Engenheiros agrônomos, doutores e professores de Fruticultura - CAV/UDESC

Produção de pellets de última geração

AutorDiretoria Executiva da Brasil Biomassa Pellets Brasil Crédito Luize Hess

Comentários recentes