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Fertilizante de liberação lenta na rebrota do eucalipto

Túlio Vieira Machado

Engenheiro agrônomo, mestrando em Fitotecnia, ICIAG-UFU

Ernane Miranda Lemes

Engenheiro agrônomo, M.Sc., doutorando em Fitotecnia, ICIAG-UFU

ernanelemes@yahoo.com.br

José Geraldo Mageste

Engenheiro florestal, Ph.D. e professor da UFVJM/ICIAG-UFU

jgmageste@ufu.br

 

Crédito Ana Maria Diniz
Crédito Ana Maria Diniz

No eucalipto, a importância da aplicação de fertilizante de liberação lenta se dá devido a diferentes motivos:

ü A maioria dos povoamentos de eucalipto se encontra em solos arenosos ou argilosos de textura média (arenoargilosos). Uma das características desses solos é serem pobres em reserva de nutrientes. Isso leva a um conjunto de alternativas de diversas naturezas para cada situação, como por exemplo, a possibilidade de diferentes fontes de fertilizantes.

ü As culturas florestais, aí incluindo a seringueira, pinus, mogno, etc., possuem ciclo mais longo que culturas anuais. A absorção de nutrientes não se concentra apenas no primeiro ano. Logo, a liberação lenta dos nutrientes economiza a mão de obra de uma segunda aplicação.

Os fertilizantes de liberação lenta são uma ótima opção para o desenvolvimento de qualquer cultura, mas quando pensamos numa cultura perene ou de ciclo mais longo, como o eucalipto, ele se mostra ainda mais vantajoso.

Estes fertilizantes, também chamados de liberação controlada, não recebem este nome por acaso, pois são fertilizantes envoltos por uma resina orgânica ou por películas especiais que permitem a liberação dos nutrientes de uma maneira gradativa, atendendo melhor as variações de demanda dos nutrientes e, consequentemente, as necessidades da cultura.

Quando fazemos aplicações de fertilizantes regulares (tradicionais), que não são envoltos ou revestidos por estruturas especiais, estamos satisfazendo a necessidade momentânea (ou imediata) das plantas.

É preciso lembrar que estas plantas não possuem um sistema radicular completamente desenvolvido. Muitas vezes, a muda precisa de um tempo para expandir o sistema radicular (se o solo assim permitir) e aí sim, aproveitar os nutrientes disponíveis.

Enquanto isso, parte dos nutrientes aplicados somente por ocasião do plantio pode lixiviar (em solos muito arenosos), ou até mesmo ficar adsorvida nas partículas do solo (caso do fósforo, por exemplo). Daí ser comum a expressão: “adubou o solo“ e não as plantas.

Quanto aplicar?

A quantidade de fertilizantes geralmente é estimada com base nas análises de solo e foliar. Nesta segunda opção é fácil identificar quais os nutrientes estão em maior falta para a planta. Essa demanda deve ser atendida quase que de forma imediata, via solo ou foliar, quando isso é possível.

Para os nutrientes que precisam ser aplicados em maior quantidade,é aconselhável fazer aplicações parceladas, o que certamente aumenta os custos operacionais, sem, contudo, garantir uma redução de perdas via lixiviação ou volatilização. Além do mais, poderão ainda ocorrer perdas para plantas indesejáveis (chamadas de daninhas, etc.).

Já os fertilizantes de liberação lenta, quando aplicados no solo, devem fornecer os nutrientes de uma forma mais homogênea e constante às plantas, o que certamente pode melhorar o aproveitamento destes nutrientes e, consequentemente, refletir em um bom desenvolvimento da planta.

A utilização de fertilizantes de liberação lenta facilita a absorção pelo eucalipto porque ele pode permanecer no solo, liberando os nutrientes, por mais tempo além do momento do plantio.

 

A adubação deve atender as variações de demanda dos nutrientes - Crédito Shutterstock
A adubação deve atender as variações de demanda dos nutrientes – Crédito Shutterstock

A rebrota do eucalipto

Estudos têm mostrado que quando se opta pela condução da rebrota do eucalipto (maioria das espécies e clones) há uma redução de até 50% no custo do novo povoamento, quando comparado com a reforma total, com o novo plantio.

Isso depende também do espaçamento original e se existe uma população (se houver uma rebrota) de mais de 70% das cepas. Em alguns casos, dependendo do manejo adotado pela propriedade (condução de mais de um indivíduo/cepa, solos inicialmente compactados, etc.), o potencial produtivo da rebrota é superior ao de áreas de reforma.

Quando reformamos uma área, podemos transplantar mudas ainda não adaptadas às condições adversas de campo,por exemplo, quando se tem elevada evapotranspiração ou regiões de temperaturas elevadas, como o Maranhão ou Piauí (onde se prefere plantar durante a noite).

As condições de temperaturas elevadas, estresse hídrico (falta ou excesso de água) acentuado e o ataque de pragas e doenças podem prejudicar significativamente o desenvolvimento inicial das mudas.

Já as rebrotas possuem condições de melhor desenvolvimento inicial, já que se apresentam mais vigorosas, com um sistema radicular quase que totalmente estabelecido, e devidamente “esparramado“ pela área (parte do sistema radicular morre quando se retira o tronco das árvores), o que pode lhe garantir maiores quantidades de água e nutrientes para uma sobrevivência e desenvolvimento inicial.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de setembro/outubro 2016  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua para leitura integral.

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