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Enxertia em seringueira – O que você ainda não sabe

Amauri Antônio de Mendonça

Engenheiro agrônomo e chefe da Casa da Agricultura de Álvares Florence (SP)

amauri.am@cati.sp.gov.br

 

Crédito Braslátex
Crédito Braslátex

Para plantio comercial da cultura de seringueira, visando à produção de borracha e sucesso econômico do empreendimento, as mudas obrigatoriamente devem ser adquiridas pelo produtor já enxertadas, com clone que melhor se adapte ao local onde vai ser instalada esta cultura, após estudo das condições edafoclimáticas do local.

Propagação sexuada

A propagação assexuada, também conhecida como plantio de“seedlings“ ou “mudas de pé franco“, apresentam como fatores negativos um longo período de imaturidade em decorrência da desuniformidade no crescimento das plantas e desuniformidade produtiva, devido à baixa produtividade da maioria das plantas.

Propagação assexuada

O processo de propagação agâmica da seringueira é realizado pela “enxertia”. Este método foi desenvolvido por VAN HELTEN na Indonésia em 1916.

Para que enxertar?

Há motivos para fazermos isso. Não é por curiosidade. O propósito de tudo é juntar as melhores características de duas plantas em uma só. A enxertia é a operação principal na instalação da seringueira. Justifica-se a utilização da enxertia no processo de multiplicação da seringueira em virtude da alta variabilidade genética da espécie, quando proveniente de reprodução sexuada.

A enxertia é a propagação vegetativa pela reprodução de plantas geneticamente melhoradas, ou seja, é a junção de uma parte viva geneticamente selecionada (clone ou enxerto), com a parte de outra também viva, denominada porta-enxerto ou cavalo.

Portanto, o método de enxertia consta da substituição da copa de um porta-enxerto comum por um clone previamente selecionado, apresentando alta produtividade, resistência a doenças e outros caracteres fisiológicos e vegetativos desejáveis ao cultivo e ao local onde vai ser formado o seringal, para que desta união forme uma planta única.

O enxerto futuramente formará a copa, que vai reproduzir a variedade geneticamente desejada, e o porta-enxerto formará o sistema radicular, que tem como funções básicas o suporte da planta, o fornecimento de água e nutrientes e a adaptação da planta às condições de solo e clima.

A enxertia pode ser feita por vários métodos, sendo os mais comuns a encostia, a borbulhia e a garfagem, conforme a planta, pois cada espécie se adapta melhor a um determinado tipo de enxertia.

O enxerto futuramente formará a copa, que vai reproduzir a variedade geneticamente desejada - CréditoHevea Suporte
O enxerto futuramente formará a copa, que vai reproduzir a variedade geneticamente desejada – CréditoHevea Suporte

Uma a uma

A técnica utilizada na enxertia da cultura da seringueira é a borbulha por placa.Com a utilização de placas retiradas de hastes clonais com casca verde ou marrom, a enxertia é vulgarmente denominada de “enxertia verde” ou “enxertia marrom”.

Enxertia marrom ou madura

A enxertia marrom ou madura é o processo tradicional de enxertia e deve ser feito quando os porta-enxertos apresentarem cerca de 2 cm de diâmetro a 5 cm de altura do solo, condição que ocorre em média a partir dos 12 meses após plantio em viveiro.

A enxertia marrom consiste na retirada de placas com gemas dormentes de hastes maduras de plantas originadas do jardim clonal e transferidas para janelas abertas a 5 cm do solo.

A placa de enxertia é fixada ao porta-enxerto por fitilho plástico apropriado, cujo amarrio deve ser feito de baixo para cima, vedando totalmente a abertura da janela.

Enxertia verde

A enxertia verde é a técnica de enxertia que possibilita o aproveitamento de porta-enxertos mais jovens. Isso ocorre entre o 7º e 8º mês de idade, quando os mesmos possuem aproximadamente 1 cm de diâmetro a 5 cm de altura do solo.

Apresenta como vantagem sobre a enxertia marrom, melhor aproveitamento das gemas do jardim clonal e melhor pegamento da enxertia, o que possibilita a instalação de seringais no início do período chuvoso.

É feita em U normal, com remoção de 2/3 da lingueta, ficando o escudo descoberto. O amarrio é feito com fita plástica transparente, o que possibilita ao tecido verde do escudo continuar sintetizando, clorofilando normalmente.

Etapas do método de enxertia verde/marrom:

– Demarcação e incisão da janela com riscador de porta-enxertos;

– Retirada do lenho e preparo da placa de enxertia;

– Abertura da janela e inserção da placa;

– Amarrio do enxerto.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de setembro/outubro 2016  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua para leitura integral.

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