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Novas cultivares auxiliam no controle de pragas e plantas daninhas na sojicultura

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Lançadas neste ano pela Embrapa e disponíveis para os produtores do Brasil Central na safra 2016/17, as cultivares de soja transgênica com as tecnologias Intacta (BRS 9180IPRO) e Cultivance (BRS 8482CV) reúnem o que há de mais avançado para o controle, respectivamente, das principais pragas da cultura e de plantas daninhas resistentes ao herbicida glifosato.

As variedades proporcionam economia e elevado potencial produtivo, que pode ultrapassar 60 sacas/ha, superior à produtividade média nacional, em torno de 50 sacas/ha.

Os materiais foram desenvolvidos em parceria com a Fundação Cerrados e a Fundação Bahia, entidades formadas por empresas sementeiras que atuam nas regiões produtoras de soja do Cerrado. Enquanto a cultivar BRS 9180IPRO é adaptada à região do Matopiba, formada pelos Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, com aplicação também em Roraima e algumas regiões do Pará, a BRS 8482CV é indicada para Mato Grosso, Goiás, Noroeste de Minas Gerais e Distrito Federal.

O trabalho

O pesquisador da Embrapa Cerrados (DF) André Pereira explica que o trabalho de desenvolvimento de uma cultivar de soja leva pelo menos oito anos, desde o cruzamento inicial até o lançamento oficial do material e a disponibilização das sementes para os produtores. “A capilaridade da parceria com as fundações constitui uma via de mão dupla, possibilitando que os problemas do produtor sejam solucionados pela pesquisa. Os materiais que lançamos são parte desse processo”, afirma.

A soja transgênica BRS 9180IPRO auxilia no controle de plantas daninhas resistentes ao herbicida glifosato - Crédito Breno Lobato
A soja transgênica BRS 9180IPRO auxilia no controle de plantas daninhas resistentes ao herbicida glifosato – Crédito Breno Lobato

Adaptabilidade ao Matopiba

A cultivar Intacta BRS 9180IPRO se destaca pela rusticidade e pelo elevado potencial produtivo (acima de 70 sacas/ha), com os benefícios das proteínas Bt e RR para o controle das principais lagartas que atacam a cultura da soja e a resistência ao glifosato, favorecendo o manejo de plantas daninhas, além de sistema radicular que explora o perfil do solo para buscar nutrientes e água em profundidade em períodos de veranico.

O material foi lançado no fim de maio, durante a Bahia Farm Show, em Luís Eduardo Magalhães (BA), feira de tecnologias da região do Matopiba. Uma das maiores fronteiras agrícolas do País, a região plantou 3,58 milhões de hectares de soja e deve colher 7,56 milhões de toneladas na safra 2015/16, segundo estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de maio deste ano.

Nas últimas três safras, a sojicultora da região sofreu com longos e frequentes períodos de estiagem, que reduzem a produtividade e causam graves prejuízos aos produtores. Nesta safra, eles esperavam colher 56 sacas/ha, mas acreditam numa média de apenas 35 sacas/ha.

Diante do cenário adverso, a BRS 9180IPRO tem potencial de expansão. “É um excelente material para a inserção da soja nos sistemas de produção dessa região, com estabilidade e sistema radicular que busca perfil de solo”, garante Pereira.

Além de agregar a tolerância ao herbicida glifosato, o que representa vantagem no manejo de plantas daninhas, a cultivar BRS 9180IPRO expressa a proteína Bt, oferecendo proteção contra as principais lagartas da cultura da soja: lagarta-da-soja (Anticarsiagemmatalis), lagarta-falsa-medideira (Chrysodeixisincludens e Rachiplusianu), lagarta-das-maçãs (Heliothisvirescens) e broca-das-axilas ou broca-dos-ponteiros (Crocidosemaaporema), além de supressão às lagartas do tipo elasmo (Elasmopalpuslignosellus) e Helicoverpa (H. zea e H. armigera).

A cultivar é do grupo de maturidade relativa 9.1, tem hábito de crescimento determinado, com ciclo de 119 a 139 dias, além de ampla capacidade de crescimento nas diversas épocas de semeadura (preferencialmente de 1º de outubro a 10 de dezembro). É moderadamente resistente ao acamamento.

As novas variedades são mais produtivas - Crédito Breno Lobato
As novas variedades são mais produtivas – Crédito Breno Lobato

Rusticidade comprovada

A tolerância aos períodos de estiagem foi a característica que mais chamou a atenção da produtora Cristiane Morinaga, que testou a cultivar na fazenda em Correntina (BA). O material havia sido plantado de forma experimental na safra 2014/15, e já tinha se destacado por ter suportado o período de seca.

Cristiane então multiplicou as sementes no inverno e plantou 250 hectares da variedade na safra 2015/16, que teve dois períodos de 30 dias de seca ““ o primeiro em fevereiro, e o segundo a partir de 26 de março, quando caiu a última chuva.

“O material não se entregou. Enquanto lavouras vizinhas estavam apresentando plantas mortas, a BRS 9180IPRO se manteve verde durante todo o seu ciclo”, diz. Neste ano, a produtividade média da fazenda foi de 47 sacas/ha, enquanto a BRS 9180IPRO fechou acima de 50 sacas/ha, com talhões alcançando média de 58 sacas/ha. “Se não houvesse esse período tão longo de estiagem, nossa expectativa para o material seria acima de 70 sacas/ha”, completa.

A produtora também destaca a sanidade das plantas. “Isso gerou economia tanto de inseticida, por causa da tecnologia Bt, quanto de fungicida. Quem via o material comentava que ele não apresentava sintomas da seca”, diz. Ela acredita que a BRS 9180IPRO chegou ao mercado no momento certo. “O material foi testado num ano em que tinha tudo para provar e mostrou que tem um encaixe bem adequado à nossa região. É rústico, estável e agrega produtividade ao produtor, que na verdade é o que ele mais quer”, afirma.

Crédito Shutterstock
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Essa matéria completa você encontra na edição de setembro 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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