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Alerta para a antracnose no jiloeiro

Ricardo Borges Pereira

Pesquisador da área de Fitopatologia da Embrapa Hortaliças

ricardo-borges.pereira@embrapa.br

 

Crédito LuizeHess
Crédito LuizeHess

A antracnose é a doença mais importante na cultura do jiloeiro em condições de clima ameno a quente e em alta umidade relativa. Em épocas chuvosas e em locais de alta concentração do patógeno, a doença pode afetar 100% dos frutos.

Duas espécies fúngicas são descritas como agentes causais da antracnose em jiloeiro no Brasil – Colletotrichumgloeosporioides e Colletotrichumacutatum. Os patógenos atacam as plantas em qualquer fase de desenvolvimento. Nos frutos, os danos são mais importantes, tanto em campo quanto na pós-colheita.

Sintomas

Os sintomas típicos da doença nos frutos consistem em lesões deprimidas de formato e diâmetro variáveis, tornando-os impróprios para a comercialização e consumo. Em condições de alta umidade ocorre a produção de uma massa rosada de esporos do patógeno (conídios) no centro das lesões, em estruturas denominadas acérvulos.

Esses sintomas, por vezes, podem aparecer após a colheita e durante o transporte dos frutos, acarretando prejuízos ainda maiores com a depreciação quase total do produto para a comercialização. Nas folhas e ramos os sintomas são pouco comuns, mas podem ser observados na forma de pequenas lesões necróticas de contornos circulares a alongados.

Condições para a doença

A doença é favorecida por temperaturas altas e presença de chuvas ou irrigação por aspersão, devido à fácil dispersão dos esporos do patógeno dentro da lavoura. O patógeno sobrevive em restos culturais e em frutos mumificados. Sementes contaminadas também podem constituir-se numa importante fonte de inóculo e de disseminação do patógeno a longas distâncias.

Controle

As medidas de controle recomendadas para a antracnose consistem inicialmente na prevenção, com o uso de sementes sadias; no plantio de cultivares resistentes ou tolerantes à doença; no plantio em áreas altas e de menor umidade relativa; e em áreas distantes de outros plantios com espécies solanáceas, como pimentão.

Recomendam-se, também, menores densidades de plantio a fim de permitir: melhor arejamento das plantas, eliminação de frutos doentes ou partes infectadas da planta, incorporação imediata de restos da cultura após a última colheita, rotação de culturas com plantas não hospedeiras e o controle da irrigação, utilizando preferencialmente irrigação por gotejamento a fim de evitar longos períodos de molhamento foliar.

Como medida curativa recomenda-se o controle químico com pulverizações dos plantios com fungicidas protetores, ou seja, à base de cobre (oxicloreto de cobre), alternados com fungicidas sistêmicos do grupo triazol (ingrediente ativo flutriafol), de modo a evitar a seleção de patógenos resistentes aos produtos.

Crédito Miriam Lins
Crédito Miriam Lins

Recomendações

As pulverizações somente devem ser iniciadas após o aparecimento dos primeiros sintomas da doença nas folhas e frutos. Somente fungicidas registrados junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para a cultura do jiloeiro são recomendados para o controle da antracnose, e o produtor deve respeitar rigorosamente as doses e períodos de carência recomendados pelo fabricante.

 

Curiosidades do jiloeiro

O jiló (Solanumgilo) pertence à família das solanáceas, originária da África, mais precisamente da Nigéria. No Brasil, os maiores produtores de jiló são Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.

Embora muitos achem que o jiló é um legume, ele é um fruto, assim como o quiabo. A planta pode alcançar 1,5 m, sendo, portanto, uma espécie arbustiva. Suas folhas são oblongas, pilosas e de um verde intenso.

Já as flores são brancas, florescendo de duas a três em um mesmo ramo. O formato do jiló pode variar entre o oblongo, o alongado e o esférico, dependendo da variedade.

Dentre as cultivares mais conhecidas no Brasil temos a Morro Grande, a Rei do Verde, a Comprido Verde-claro e a Tinguá. Estas últimas são bastante resistentes à antracnose e à murcha-bacteriana.

Essa matéria você encontra na edição de setembro 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

 

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