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Manejo de plantas daninhas em cultivos com o evento transgênico “RR“

Giovani BeluttiVoltolini

Graduando em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras (UFLA) e membro do Grupo de Estudos em Herbicidas, Plantas Daninhas e Alelopatia(GHPD)

giovanibelutti77@hotmail.com

Carla Helena Ribeiro dos Santos

Graduanda em Agronomia pela UFLA e trainee do GHPD

Ademilson de Oliveira Alecrim

Mestrando em Agronomia ““ Fitotecnia pela UFLA e membro do GHPD

 

Fotos Miriam Lins
Fotos Miriam Lins

No final da década de 90 surge uma das tecnologias de maior importância na agricultura, principalmente na linha dos “grãos“, sendo este o evento transgênico “RR“ (RoundupReady).

Esta tecnologia permite às plantas cultivadas serem submetidas a doses do herbicida glifosato, sem sofrer nenhum dano fitotóxico. Isto porque a mesma foi geneticamente modificada e acrescida de “materiais“ que lhe conferem resistência ao herbicida.

Sabe-se que as plantas daninhas causam grandes perdas ao sistema de cultivo, sejam elas pela competição por elementos essenciais ao desenvolvimento, como água, luz, espaço e nutrientes, ou também por serem vetores de patógenos ocorrentes às culturas.

Então, o lançamento de cultivares de soja e de milho resistentes ao herbicida glifosato fez com que o controle de plantas daninhas nas áreas de cultivo se tornasse bem mais fácil.

No Brasil, esta tecnologia foi comercializada a partir de 2003, e hoje utilizada em larga escala, sendo que os cultivos de soja, por exemplo, já chegam a quase 100% com a presença de cultivares resistentes ao glifosato.

A utilização de glifosato na agricultura já é frequente há muito tempo, sendo o herbicida mais utilizado em todo o mundo. Sabe-se que o mesmo atua de modo sistêmico nas plantas, não seletivo, com elevada eficácia e amplo espectro de controle, ou seja, controla inúmeras espécies de plantas daninhas.

Contudo, nos cultivos anteriores ao surgimento da tecnologia RR, plantas cultivadas, como a soja e o milho, também eram eliminadas, quando submetidas a este herbicida. Então, a partir do surgimento das cultivares resistentes, o controle passou a ser realizado de modo mais eficaz e econômico, sendo que a utilização do glifosato assegurava a não ocorrência de competição entre as plantas daninhas e as plantas cultivadas, eliminando as daninhas e não provocando injúrias aos cultivos ali existentes.

O manejo

O manejo de plantas daninhas é de grande importância, pois se não for realizado de forma eficiente, o rendimento da cultura será afetado, além de aumentar o custo de produção, principalmente nos sistemas que usam duas culturas em sucessão e com a mesma tolerância ao herbicida, como é o caso da soja e do milho RR.

Nesse sentido, o manejo das plantas daninhas deve ser iniciado antes da implantação da cultura em campo, adquirindo sementes de qualidade superior e de empresas idôneas.

Além disso, deve-se efetuar a limpeza dos implementos agrícolas com o intuito de evitar a disseminação de sementes de plantas daninhas para áreas adjacentes. Ainda, pode ser realizada a dessecação das plantas daninhas existentes na área antes da semeadura, pois o retardamento do povoamento pode acontecer.

A colheita realizada de forma eficiente é outra prática que diminui a infestação das plantas tigueras, pois se evita que fiquem grãos remanescentes no campo, que futuramente poderão germinar e se tornar plantas daninhas com alto potencial competitivo.

O controle do milho tiguera deve ser realizado nos estádios V2-V3 - Fotos Miriam Lins
O controle do milho tiguera deve ser realizado nos estádios V2-V3 – Fotos Miriam Lins

Assim, deve-se ter atenção especial com a regulagem dos implementos agrícolas e com o transporte dos grãos entre a lavoura e o silo armazenador, a fim de evitar que estes caiam na área. Ainda, o manejo inadequado do herbicida durante a semeadura e o cultivo repetido de culturas RR são outros fatores aos quaisse deve ter atenção especial, pois eles podem causar o aparecimento de plantas tigueras.

Caso ocorra infestação de plantas daninhas, mesmo com a adoção de todas as medidas preventivasdevem-se adotar as práticas de controle das mesmas, destacando-se o controle integrado com a combinação de vários métodos de controle, em que para o controle químico destaca-se o uso do herbicida glifosato, que possui ação pós-emergente e amplo espectro de controle, sendo necessário realizar uma única aplicação, o que implica na redução dos custos de produção.

No entanto, caso ocorra a infestação com plantas tigueras que são resistentes ao glifosato, a realização de uma única de aplicação com glifosato durante o período crítico de competição da cultura com as plantas daninhas será inviabilizada.

Controle de milho tiguera RR em cultivo de soja RR

Quando estabelecida esta situação, deve-se fazer combinações de herbicidas com ação pós-emergente, como o uso do glifosato com um herbicida inibidor da enzima ACCase como cletodim, setoxidim, fluazifop-p-butil, tepraloxidim, fenoxaprop-p-ethyl, haloxyfop-p-ethyl e quizalofop-p-ethyl.

O controle do milho tiguera deve ser realizado quando este se encontrar em estádios de crescimentos menores (V2-V3, duas e três folhas verdadeiras expandidas), pois neste estádio o controle é mais eficiente.

Controle de soja tiguera RR em cultivo de milho RR

Para realizar este controle, o mais indicado é a mistura de glifosato com o herbicida atrazina. Sobretudo, este manejo assegura a eficácia no controle das tigueras associado à ausência de problemas com fitotoxidez na cultura do milho.

Essa matéria completa você encontra na edição de setembro 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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