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Mais resistência com o silício

Celso Auer

Álvaro Figueredo dos Santos

Pesquisadores da Embrapa Florestas

 

Crédito Shuttertock
Crédito Shuttertock

O silício é reconhecido devido à sua influência na resistência das plantas em resposta a ataques de insetos, nematoides e doenças; estado nutritivo; diminuição da taxa de transpiração pelo controle do mecanismo de abertura e fechamento dos estômatos, além de, possivelmente, alguns aspectos de eficiência fotossintética.

O silício é pouco estudado na área florestal. No entanto, na agricultura os resultados de pesquisa têm mostrado que sua aplicação pode aumentar a produtividade das culturas, a resistência das plantas a pragas, doenças e ao estresse hídrico (falta de água no solo) e também reduzir a toxidez de elementos tóxicos no solo. Alguns desses benefícios podem ser estendidos às florestas.

Ação na planta

O silício é absorvido pelas raízes e pelas folhas, principalmente de gramíneas, onde os efeitos são mais perceptíveis. O silício se acumula na epiderme das folhas, funcionando como barreira para agentes fitopatogênicos. Também, pode ativar genes da planta que sintetizam compostos bioquímicos importantes para a defesa contra estes agentes danosos.

Além disso, pode regular a transpiração dos estômatos, reduzindo a perda de água da planta e o efeito do estresse hídrico. Outro efeito benéfico é a redução da fitotoxidez de alguns elementos minerais presentes em solos às plantas. Em gramíneas, fortalece as folhas e permite que fiquem mais eretas.

Resultados práticos

O silício é aplicado nas plantas na forma de silicatos. Estudos na área agrícola têm demonstrado que a eficiência deste elemento no controle de doenças depende da absorção pela planta, do tipo de aplicação (via solo ou foliar) e da espécie de planta.

Efeitos significativos foram detectados em café, soja, feijão, batata, gramíneas, como arroz e cana-de-açúcar, reduzindo a incidência e severidade de doenças foliares.

 

Floresta mais resistente

Os resultados de pesquisa têm sido animadores na área florestal. Os silicatos foram testados contra doenças bióticas e abióticas. No viveiro, verificou-se a possibilidade da redução da severidade do oídio. No campo, pode reduzir os danos causados por geadas leves e a toxidez de metais pesados presentes no solo.

Além de atuar contra doenças, pode incrementar o crescimento de mudas e árvores jovens. No entanto, ainda são necessários trabalhos de pesquisas para comprovar tais eventos.

Opções

Não há formulação específica de silício para a área florestal. No entanto, no mercado os produtos mais encontrados são à base de silicatos de cálcio, magnésio (forma sólida) e potássio (forma líquida). Como já informado anteriormente, para as florestas ainda é preciso definir o tipo de problema a ser atacado, a forma mais adequada de aplicação via substrato/solo ou pulverização foliar e comprovar seus efeitos.

Quando aplicar

Na área agrícola, a aplicação via substrato/solo normalmente é feita antes do plantio da semente ou muda. A aplicação foliar é feita em mudas durante a fase de crescimento. A frequência de aplicação e a dosagem recomendada devem seguir as recomendações do fabricante.

Custo

Em geral, o custo de aplicação é relativo e depende da quantidade de plantas a serem tratadas pelo produto. Se for considerado o efeito positivo no crescimento da muda, o custo de controle da doença será menor do que se fosse feito com um fungicida comercial.

Essa matéria você encontra na edição de setembro /outubro 2016  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua.

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