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Fogo – A hora certa de apagar

José Eduardo Petrilli Mendes

Pesquisador em Proteção Florestal da Fibria Celulose S. A.

jose.mendes@fibria.com.br

 Crédito Pixabay
Crédito Pixabay

Os incêndios trazem como prejuízos mais visíveis, e facilmente mensuráveis, as perdas de madeira, tanto diretas (madeira que não pode mais ser colhida ou comercializada), como perdas de qualidade, ou seja, a madeira poderá ser colhida, mas não atende requisitos de qualidade para determinados fins, tendo seu valor agregado reduzido em função da exposição das árvores às temperaturas elevadas.

Há, ainda, importantes prejuízos que são de difícil mensuração, como perdas na flora, fauna, matéria orgânica, microbiota e nutrientes do solo, qualidade do ar, entre outros.

Nas épocas secas, com pouca ocorrência de chuvas, é quando ocorrem mais incêndios. Nas regiões sudeste e centro-oeste, por exemplo, a estação seca e período de maiores riscos de incêndios ocorre entre os meses de maio a outubro,dependendo do regime de chuvas do ano.Vale lembrar que este período é variável entre as regiões distintas.

Os riscos são maximizados quando há aumento de temperatura e ocorrência de ventos associados às baixas umidades e maior quantidade de dias sem chuva. Há ferramentas e fórmulas de fácil aplicabilidade para o cálculo do risco de incêndios. Normalmente, o final do período seco é o de maior criticidade, em função dos baixos índices de umidade do material combustível, acompanhado pelo aumento gradativo da temperatura.

Condições para os incêndios

Baixa Umidade Relativa do ar; dias seguidos sem ocorrência de chuvas; temperaturas elevadas; ocorrência de ventos fortes; distribuição e abundância de material combustível, baixa umidade do material combustível e proximidade de fontes de ignição são as condições favoráveis para os incêndios.

Nestas condições, a ignição ocorre mais facilmente e a propagação das chamas se dá de maneira muito rápida, sendo estas as condições climáticas ideais para incêndios de grandes proporções.

Prevenção

É importante lembrar que a prevenção é a melhor estratégia para se evitar a ocorrência de incêndios florestais. Neste contexto, é fundamental planejar e executar bem as ações de prevençãopara o sucesso da estratégia de proteção do patrimônio florestal.

Atuar de forma cooperativa, informar as comunidades próximas sobre os riscos e consequências das queimadas não controladas e dos incêndios florestais, conscientizar as comunidades quanto aos comportamentos de risco, mapear locais mais propensos àocorrência de incêndios e atuar de forma incisiva nestes locais, construir e manter limpos os aceiros das propriedades, usar “faixas corta fogo“ (promovendo a descontinuidade da distribuição do material combustível na área), principalmente nas áreas de maior risco de incêndios (próximo a possíveis fontes de ignição), é importante.

Também se deve ter vigilância permanente nos plantios, principalmente nos períodos de maior risco de incêndios, usar sistemas de detecção e de alerta sobre os riscos e ocorrências de incêndios, ter pessoas e estrutura de combate sempre preparados e em alerta para atuar em casos de emergência, com qualidade, segurança e na quantidade adequada para o atendimento das áreas manejadas.

Controle eficiente

O combate rápido se inicia com a eficiência dos sistemas de detecção e alerta, que vão desde a vigilância a cavalo até sistemas sofisticados, remotos, com transmissão e processamento de informações em tempo real.

A eficiência passa pelo planejamento, dimensionamento, disponibilidade e distribuição adequada dos recursos de combate, capacitação das pessoas envolvidas e organização e distribuição de atribuições para realizar o combate. O combate rápido, eficiente e seguro, é consequência de um trabalho prévio muito bem feito, do dimensionamento e adequação dos recursos empregados e da capacitação e comprometimento das pessoas envolvidas.

Normalmente, os incêndios florestais são situações que podem levar à grande exposição de pessoas e recursos a riscos. O primeiro valor que deve ser preservado é a vida humana.Por mais crítica que seja a situação ou risco de grandes perdas materiais, é inaceitável a exposição da vida ao risco.

Sendo assim, não se pode permitir o envolvimento de pessoas que não sejam capacitadas para atuar em frentes de combate direto aos incêndios. A preservação da vida e da segurança das pessoas deve vir sempre em primeiro lugar.

Essa matéria você encontra na edição de setembro /outubro 2016  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua.

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