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Recobrimento de sementes com polímeros – Que vantagens há?

Ubirajara Russi Nunes

Doutor em Agronomia, coordenador PPGA, professor Adjunto ““ Produção e Tecnologia de Sementes Universidade Federal de Santa Maria ““UFSM

russinunes@yahoo.com.br

Lovane Klein Fagundes

Doutora em Produção Vegetal/UFSM

Crédito Marcelo Madalosso
Crédito Marcelo Madalosso

O recobrimento de sementes consiste na deposição de uma camada fina e uniforme de um polímero à superfície da semente. Os polímeros usados no recobrimento de sementes têm a característica de já possuírem o adesivo e o corante que, combinados com fungicidas, inseticidas, micronutrientes e bioestimulantes objetivam a melhoria do processo e a qualidade final das sementes tratadas.

Tendência

No Brasil, o uso de sementes tratadas teve um aumento maior que 50% nos últimos seis anos, com destaque para as culturas da soja, milho e outras, como os cereais de inverno, o sorgo, o arroz, o feijão e o algodão.

Atualmente, a implantação das culturas de soja e milho se dá com 98% das sementes tratadas quimicamente, com o uso de fungicidas e inseticidas, para o combate de pragas e doenças no desenvolvimento inicial das plântulas.

O uso do tratamento químico de sementes e os ingredientes ativos no controle de pragas e doenças é um aliado ao rápido e uniforme estabelecimento de plântulas em uma lavoura, pois, mesmo diante de sementes com elevado potencial fisiológico e boa sanidade inicial, os agentes fitopatogênicos podem estar presentes no local da semeadura e encontrar condições favoráveis para a instalação e infecção.

Considerando que a rápida germinação e a formação de plântulas normais e vigorosas são favoráveis para garantia de uma boa produtividade, então o uso do tratamento de semente é benéfico.

Os polímeros

Polímeros são constituídos por macromoléculas, formados por pequenas partes de unidades repetitivas, denominados monômeros. Os monômeros podem ser iguais ou diferentes, e passam por um processo denominado “polimerização“ para se ligarem em uma ordem de milhares de moléculas e formarem os polímeros.

Os polímeros usados no recobrimento de sementes podem ter origem orgânica, natural e renovável, como por exemplo, materiais extraídos de plantas ou animais, ou fósseis originários do petróleo. Também podem ser originários de fontes inorgânicas, como óxidos e sílicas.

Para serem usados no recobrimento de sementes e possibilitarem a incorporação de produtos químicos e biológicos, devem apresentar algumas propriedades, como a formação de um filme uniforme que lhe confere a aderência, elasticidade e encapsulamento dos produtos, permitir as trocas gasosas entre semente e ambiente e, principalmente, não deve interferir negativamente na germinação e vigor de plântulas.

 Ubirajara Russi Nunes, professor da UFSM, e Lovane Klein Fagundes, doutora em Produção Vegetal - Crédito Arquivo pessoal
Ubirajara Russi Nunes, professor da UFSM, e Lovane Klein Fagundes, doutora em Produção Vegetal – Crédito Arquivo pessoal

Opções

Muitas empresas não revelam o material que determinado polímero é constituído, somente se sua origem é orgânica ou não. Existem no mercado polímeros incolores, ou junto a eles virem incorporados pigmentos que lhe conferem a coloração, permitindo a distinção das sementes tratadas de sementes não tratadas.

Vantagens da semente tratada com polímero

Existem relatos de pesquisas científicas atribuindo a alguns polímeros vantagens como:

â–ºRedução na formação de pó, evitando perdas de produto e contaminação do homem e ambiente durante a manipulação;

â–º Maior deslizamento das sementes nas máquinas de semeadura;

â–º Promoção da regularização da embebição das sementes, aquelas mais sensíveis e sujeitas a danos na membrana, quando expostas a fatores de estresse hídrico;

â–º Maior uniformidade no processo germinativo quando as sementes forem expostas a estresse ocasionado por temperaturas desfavoráveis à germinação.

 O polímero proporciona maior deslizamento das sementes nas máquinas de semeadura - Crédito Laborsan
O polímero proporciona maior deslizamento das sementes nas máquinas de semeadura – Crédito Laborsan

Pesquisas

Mais recentemente, em pesquisas realizadas no Laboratório Didático e de Pesquisas em Sementes (LDPS), em parceria com o Laboratório de Análise de Resíduos e Pesticidas (LARP) da Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria (RS), foi desenvolvida e defendida a tese intitulada “Retenção de inseticida e fungicida em sementes de arroz com o uso de polímeros“, de autoria da DraLovane Klein Fagundes, que objetivou, em parte, estudar a capacidade de retenção do fungicida e inseticida usado no tratamento de sementes de arroz quando recobertas com polímeros.

A parte experimental desse trabalho baseou-se em dois sistemas de cultivo do arroz irrigado, um deles simulando o sistema convencional, em que as sementes foram postas para germinar em solo seco, outro simulando o sistema de cultivo pré-germinado, em que inicialmente as sementes passaram pela fase de hidratação e incubação até apresentarem o início de desenvolvimento do coleóptilo e radícula.

Somente após esse período poderão ser lançadas em solo previamente alagado, para completarem o seu desenvolvimento. Esses sistemas foram desenvolvidos em laboratório e a campo.

Essa matéria completa você encontra na edição de outubro 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

 

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