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Lavouras de soja podem ser mais produtivas

 

Melhor manejo pode ser a solução para que as plantas de soja expressem todo o seu potencial produtivo

Crédito Dupont
Crédito Dupont

“As lavouras de soja do país não expressam todo o seu potencial produtivo para a cultura.“ A conclusão é de um estudo realizado pelo agrônomo e consultor agropecuário, Dirceu Gassen, o qual apontou que a produtividade média da oleaginosa no Brasil quase não sofreu alterações desde 2009, ficando entre 45 a 50 sacas por hectares nas últimas décadas. Para ele isto vem acontecendo porque “as lavouras, de modo geral, precisam ser melhor manejadas no sistema, especialmente entre as safras, para que a planta expresse todo o seu potencial produtivo“, ressalta.

Gassen diz que o estudo traça um comparativo entre a produção normal e aquelas que se dedicam a participar de concursos de produtividade, mostrando que, nestes casos, lavouras alcançam resultados significativos, como 140 sacas por hectare, enquanto a média dos 10 melhores é de 100 sacas, desde 2013. “Porque isto acontece?“, Questiona o consultor. Segundo ele, no caso dos grandes rendimentos, a diferença está na qualidade dos processos de produção, que atende a demanda diária da planta.

Onde está o problema?

Nos resultados dos concursos, Gassen explica que a população de plantas varia entre 26 e 60 plantas/m², com espaçamento entrelinhas de 45 e 76 cm, incluindo semeadura cruzada. “Precisamos melhorar a distribuição e espaçamento de plantas, a profundidade e o exagero nas sementes e a velocidade de semeadura em plantios comuns”, acrescenta.

Para o engenheiro agrônomo, o potencial de produção é definido por semeadura, semente de qualidade e a proteção inicial. Além disso, o perfil de solo também é fundamental para o desenvolvimento das plantas.

De maneira geral, a cobertura vegetal e a rotação de culturas, com diversidade de biomassa, aparecem como fatores convergentes nas lavouras de alta produtividade. “E só tem lucro quem colhe bem e tem alta produtividade“, pontua.

A seguir estão relacionados os fatores considerados importantes para enfrentar os veranicos e estiagens, com orientações da Fundação MS, sobre como agir em relação a cada um destes.

Época de plantio

Nenhuma cultivar de soja é totalmente resistente à seca, mas há uma variação no comportamento delas. O objetivo é reduzir a exposição das cultivares aos riscos de perdas por déficit hídrico à medida que o produtor utilizar a cultivar mais adequada para cada situação. Portanto, é importante que as cultivares de soja não sejam expostas a condições de umidade do solo mais limitantes de acordo com as características da cultivar.

A época de plantio influencia a tolerância à seca de duas formas:

ðA soja plantada cedo, dentro da época recomendada, torna a lavoura mais tolerante à seca, porque a planta tende a crescermenos e ter o sistema radicular mais profundo;

ðO plantio mais tardio tende a deixar a lavoura mais sensível à seca, devido à menor profundidade das raízes e maior evapotranspiração(aumento da temperatura, dias mais longos).Em condições normais de clima, a soja, quando plantada de 15 a 30 de novembro cresce mais, e a relação planta/raiz é maior,tornando a soja mais sensível à seca. Por isso, cultivares de porte alto não são indicadas para essa época de plantio, a não ser em condiçõesespeciais.

ðProcurar seguir a recomendação de plantio na melhor época para cada cultivar.

Altura de plantas e estande

Apesar de ser característica da cultivar, a altura das plantas sofre influência principalmente da época de plantio, estande e nível de umidade do solo. A soja plantada mais cedo, dentro da época recomendada, tende a ter uma altura menor e sistema radicular mais profundo, aumentando sua tolerância à seca.

O ideal é se buscar uma lavoura com altura de plantas entre 60 a 80 cm. Cultivares de altura maior tendem a uma maior susceptibilidade à seca. No período de maior crescimento da soja, é quando se trabalha com o estande menor, de acordo com a característica da cultivar.

Estande de soja maior tende a aumentar a altura da planta e torná-la mais sensível à seca, além de aumentar a competição por água.

Manejo do solo e plantio direto

O plantio direto é um fator que tem alta influência sobre a disponibilidade de água no solo, por várias razões:

  1. a) Aumenta a infiltração de água no solo;
  2. b) Reduz as perdas por escorrimento superficial e evaporação;
  3. c) Com o aumento da matéria orgânica, há um aumento na capacidade de retenção de umidade no solo;
  4. d) Com a redução da compactação e do pé de grade, o sistema radicular fica melhor distribuído e atinge profundidades maiores.
  5. e) Ácidos orgânicos da palhada favorecem o crescimento das raízes. Um bom manejo do solo e boa qualidade do plantio direto significam mais água disponível para as culturas e maior produtividade.

Partindo dessas dicas, com certeza o produtor de soja estará a caminho do mais alto potencial produtivo de suas lavouras.

Colocar junto ao Box Manejo do Solo - Crédito Claudinei Kappes
Crédito Claudinei Kappes

Essa matéria você encontra na edição de outubro 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

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