17.5 C
Nova Iorque
domingo, novembro 24, 2024
Início Revistas Grãos Áreas de refúgio ajudam no controle de pragas da soja

Áreas de refúgio ajudam no controle de pragas da soja

Muitas variedades de milho Bt já não apresentam eficiência por uso incorreto ou má orientação no planejamento da lavoura, o que também se constata na soja

 

Crédito Advanta
Crédito Advanta

A partir da safra 2008, quando houve a liberação para plantio comercial do milho geneticamente modificado (GM), os produtores do País puderam experimentar a importância da biotecnologia em suas lavouras, ou seja, puderam plantar sementes de milho que expressam proteínas Bt, que têm ação contra as principais pragas da cultura, como a lagarta-do-cartucho-do-milho (Spodoptera frugiperda), a broca-do-colmo (Diatraeasaccharalis) e a lagarta-da-espiga (Helicoverpa zea).

A “novidade” foi bem aceita; prova disso são as estatísticas de safra, que apontam para aumento constante da utilização do milho Bt. No entanto, para manter a eficácia dele, é essencial que o produtor não deixe de semear a área de refúgio, que permitirá fazer o manejo da resistência.

A área de refúgio

A área de refúgio é a semeadura de um percentual da lavoura de milho Bt utilizando material não Bt, ou convencional, de igual porte e ciclo, de preferência os respectivos isogênicos do milho Bt.

O plantio da área de refúgio faz parte da estratégia de manejo de resistência de insetos-praga, isto é, a adoção de práticas que evitem a seleção de lagartas capazes de causar danos expressivos ao milho Bt.

Nas lavouras em que se utiliza a tecnologia Bt, ou seja, plantadas com cultivares resistentes às lagartas, é necessário utilizar as seguintes estratégias: a) expressão de alta dose da toxina Bt no híbrido transgênico; e b) utilização da área de refúgio.

“Então, a importância de adotar o refúgio na área é justamente não criar resistência por parte dos insetos, o que dificultaria enormemente o controle dos mesmos, inviabilizando a tecnologia“, argumenta Leonardo CarlottoPortalete, engenheiro agrônomo, analista em Agricultura do Sistema Famasul.

 

Cálculo da área de refúgio

 

As áreas de refúgio devem ocupar um percentual de 20% do espaço de cultivo em relação ao total de soja transgênica Bt plantada na propriedade, e 15% para o milho. “Por exemplo, em 1.000 ha com soja Intacta devemos ter mais 200 ha com uma cultivar não Bt, e no caso do milho 150 ha“, explica Leonardo Carlotto.

O produtor tem que respeitar, ainda, um limite máximo de 800 metros de distância a partir de uma lavoura transgênica, permitindo assim que os insetos transitem entre as duas áreas. O produtor não pode considerar o cultivo de áreas de propriedades vizinhas como área de refúgio.

Ao implantar a área de refúgio, os insetos que estão nesta área podem cruzar com insetos originários das áreas de cultivo de soja transgênica Bt, gerando indivíduos que mantêm a suscetibilidade ao Bacillus thuringiensis e, com isso, reduzindo o risco de resistência.

 

Manejo correto

Não há segredos. Segundo Leonardo Carlotto, os cuidados com a área de refúgio são os mesmos exigidos em uma área RR ou convencional, porém, sem a utilização de inseticidas para alguns grupos de insetos. “O que mais importa nestas áreas é o monitoramento, que indica o que e quando devem ser feitas as aplicações necessárias“, alerta o profissional.

Visto de perto

Em Mato Grosso do Sul, a Aprosoja MS e Famasul realizam o acompanhamento das áreas de plantio por meio do Projeto SIGA MS, e busca verificar se os plantios estão sendo realizados de forma correta e até mesmo auxiliar na escolha da área ou como deve ser feito o refúgio, em casos onde o produtor ainda não tenha feito o plantio.

“Em caso do plantio já ter sido feito, e de forma que não atenda as necessidades, esclarecemos os riscos e oferecemos informações para que na próxima safra o produtor possa fazer melhor“, diz Leonardo Carlotto.

Essa matéria você encontra na edição de outubro 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

- Advertisment -

Artigos Populares

Chegam ao mercado sementes da alface Litorânea

Já estão disponíveis no mercado as sementes da alface SCS374 Litorânea, desenvolvida pela Estação Experimental da Epagri em...

Alerta: Patógenos de solo na batateira

Autores Maria Idaline Pessoa Cavalcanti Engenheira agrônoma e Doutoranda em Ciência do Solo – Universidade Federal da Paraíba (UFPB) idalinepessoa@hotmail.com José...

Maçãs: O que você ainda não sabe sobre a atividade

AutoresAike Anneliese Kretzschmar aike.kretzschmar@udesc.br Leo Rufato Engenheiros agrônomos, doutores e professores de Fruticultura - CAV/UDESC

Produção de pellets de última geração

AutorDiretoria Executiva da Brasil Biomassa Pellets Brasil Crédito Luize Hess

Comentários recentes