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Áreas de refúgio ajudam no controle de pragas da soja

Muitas variedades de milho Bt já não apresentam eficiência por uso incorreto ou má orientação no planejamento da lavoura, o que também se constata na soja

 

Crédito Advanta
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A partir da safra 2008, quando houve a liberação para plantio comercial do milho geneticamente modificado (GM), os produtores do País puderam experimentar a importância da biotecnologia em suas lavouras, ou seja, puderam plantar sementes de milho que expressam proteínas Bt, que têm ação contra as principais pragas da cultura, como a lagarta-do-cartucho-do-milho (Spodoptera frugiperda), a broca-do-colmo (Diatraeasaccharalis) e a lagarta-da-espiga (Helicoverpa zea).

A “novidade” foi bem aceita; prova disso são as estatísticas de safra, que apontam para aumento constante da utilização do milho Bt. No entanto, para manter a eficácia dele, é essencial que o produtor não deixe de semear a área de refúgio, que permitirá fazer o manejo da resistência.

A área de refúgio

A área de refúgio é a semeadura de um percentual da lavoura de milho Bt utilizando material não Bt, ou convencional, de igual porte e ciclo, de preferência os respectivos isogênicos do milho Bt.

O plantio da área de refúgio faz parte da estratégia de manejo de resistência de insetos-praga, isto é, a adoção de práticas que evitem a seleção de lagartas capazes de causar danos expressivos ao milho Bt.

Nas lavouras em que se utiliza a tecnologia Bt, ou seja, plantadas com cultivares resistentes às lagartas, é necessário utilizar as seguintes estratégias: a) expressão de alta dose da toxina Bt no híbrido transgênico; e b) utilização da área de refúgio.

“Então, a importância de adotar o refúgio na área é justamente não criar resistência por parte dos insetos, o que dificultaria enormemente o controle dos mesmos, inviabilizando a tecnologia“, argumenta Leonardo CarlottoPortalete, engenheiro agrônomo, analista em Agricultura do Sistema Famasul.

 

Cálculo da área de refúgio

 

As áreas de refúgio devem ocupar um percentual de 20% do espaço de cultivo em relação ao total de soja transgênica Bt plantada na propriedade, e 15% para o milho. “Por exemplo, em 1.000 ha com soja Intacta devemos ter mais 200 ha com uma cultivar não Bt, e no caso do milho 150 ha“, explica Leonardo Carlotto.

O produtor tem que respeitar, ainda, um limite máximo de 800 metros de distância a partir de uma lavoura transgênica, permitindo assim que os insetos transitem entre as duas áreas. O produtor não pode considerar o cultivo de áreas de propriedades vizinhas como área de refúgio.

Ao implantar a área de refúgio, os insetos que estão nesta área podem cruzar com insetos originários das áreas de cultivo de soja transgênica Bt, gerando indivíduos que mantêm a suscetibilidade ao Bacillus thuringiensis e, com isso, reduzindo o risco de resistência.

 

Manejo correto

Não há segredos. Segundo Leonardo Carlotto, os cuidados com a área de refúgio são os mesmos exigidos em uma área RR ou convencional, porém, sem a utilização de inseticidas para alguns grupos de insetos. “O que mais importa nestas áreas é o monitoramento, que indica o que e quando devem ser feitas as aplicações necessárias“, alerta o profissional.

Visto de perto

Em Mato Grosso do Sul, a Aprosoja MS e Famasul realizam o acompanhamento das áreas de plantio por meio do Projeto SIGA MS, e busca verificar se os plantios estão sendo realizados de forma correta e até mesmo auxiliar na escolha da área ou como deve ser feito o refúgio, em casos onde o produtor ainda não tenha feito o plantio.

“Em caso do plantio já ter sido feito, e de forma que não atenda as necessidades, esclarecemos os riscos e oferecemos informações para que na próxima safra o produtor possa fazer melhor“, diz Leonardo Carlotto.

Essa matéria você encontra na edição de outubro 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

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