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domingo, novembro 24, 2024
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Utilização correta de inoculantes aumenta a produtividade da soja

Especialista da ANPII fala sobre os cuidados no manejo e na aplicação do produto

A safrinha de soja está proibida em alguns estados, devido o aumento do ataque de pragas e doenças - CréditoAlfapress
 CréditoAlfapress

Com o início do plantio de soja em todo o país os produtores buscam soluções para que a próxima safra tenha alta produtividade. Segundo o consultor da Associação Nacional dos Produtores e Importadores de Inoculantes (ANPII), Solon Araújo, é possível elevar a qualidade do grão com a utilização de inoculantes “Podemos comparar o produto a um carro de fórmula 1 – para que alcance todo seu potencial, é indispensável que seja usado corretamente. Isso também acontece com a inoculação da soja“, aponta.

Atualmente já existem linhagens de soja capazes de produzir acima de 6.000 kg/ha, embora a média nacional seja a metade disto. Mas o fato é que a produtividade aumentou notavelmente, tanto em função das novas formas de cultivar a planta, como também pelo uso massivo de tecnologia por parte dos agricultores.

“Neste contexto a fixação biológica do nitrogênio tem um papel preponderante. Aproximadamente 33 milhões de hectares de soja são cultivados com o uso desta tecnologia como fonte de nitrogênio, dispensando assim, o uso de fertilizante nitrogenado“, reforça.

O consultor reforça ainda que o inoculante é um produto vivo e, portanto, deve ser manuseado com muito mais cuidado do que aqueles utilizados como produtos inertes. Desde o transporte da revenda até a fazenda, passando pelo armazenamento, uma série de atenções devem ser dadas ao produto:

  • Não deixar exposto ao sol;
  • Não armazená-lo em locais demasiadamente quentes;
  • Não guardar em ambientes com resíduos químicos.

Outro ponto que merece atenção é a mistura do inoculante com as sementes. Para que ocorra uma boa inoculação é preciso que 1,2 milhão de bactérias “grudem“ em cada semente de soja ou outra leguminosa que será semeada. “Para que isto ocorra é preciso fazer uma mistura adequada, verificando que cada semente fique recoberta pelo inoculante. No caso do inoculante em pó, à base de turfa, isto fica mais fácil, pela coloração escura do produto. Já no inoculante líquido é necessário um pouco mais de cuidado e observação“, explica.

Solon Araújo também reforça a importância de verificar que produtos estão sendo utilizados nas sementes, para o tratamento contra doenças e pragas. “É necessário consultar os fabricantes dos inoculantes para saber quais produtos são mais compatíveis com as bactérias“, salienta.

Praticamente todos os produtos químicos tem algum grau de incompatibilidade, matando em maior ou menor quantidade as bactérias, o que pode causar baixa nodulação. “Esta mortalidade geralmente não ocorre de choque, mas de forma lenta através de algumas horas. Assim, é importante respeitar um tempo máximo entre a inoculação e a semeadura. Este tempo nunca deve exceder a doze horas“, adverte o consultor da ANPII.

Para finalizar e assim o produtor garantir uma boa inoculação em sua cultura é de nunca misturar em uma mesma calda o inoculante com defensivos que serão utilizados nas sementes. “Esta mistura, popularmente chamada de “˜sopão’, causa danos irreversíveis às bactérias e prejudica seriamente a nodulação“.

A ANPII reforça que é importante que os agricultores leiam as instruções de uso do produto, que consultem o fabricante ou seu assistente técnico para que possam tirar todo o proveito de um produto que tem fundamental importância para que se obtenham elevadas produtividades nas culturas de leguminosas.

Sobre a ANPII

 

A Associação Nacional dos Produtores e Importadores de Importadores de Inoculantes (ANPII) foi fundada em 1980 e reúne 11 empresas (Agrocete, Biagro, Bioagro, Basf, Grupo Bio Soja, Microquimica, Nitro 1000, Novozymes, Rizobacter do Brasil, Stoller e Total Biotecnologia) que comercializam inoculantes no país. A principal atividade da associação, além de representar as associadas, é um trabalho para a melhoria contínua dos inoculantes e pela divulgação desta técnica junto à assistência técnica e agricultores. A ANPII tem muito claro que a Fixação Biológica do Nitrogênio é uma tecnologia estratégica para a cultura de leguminosas e já está a caminho para outras famílias de plantas.

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