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Plantio circular do cafeeiro com pivô central

 

 

André Luís Teixeira Fernandes

Doutor em Engenharia de Água e Solo, pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão daUNIUBE

 

 

Crédito Marcelo André
Crédito Marcelo André

A irrigação do cafeeiro é feita por dois métodos: aspersão e irrigação localizada. Os sistemas de aspersão utilizados na irrigação desta cultura são os seguintes: aspersão convencional móvel (com aspersores pequenos, médios e canhões) ou fixa (que inclui o sistema de aspersão em malha), autopropelido e pivô central.

Em função de aspectos relacionados ao consumo de energia, exigência de mão de obra e outros aspectos operacionais, os sistemas mais viáveis de irrigação por aspersão têm sido o convencional (principalmente do tipo malha) e o pivô central.

Já com relação à irrigação localizada, os sistemas mais utilizados são o gotejamento, por suas características técnicas que permitem uma irrigação com grande precisão, economia de água e energia, e as fitas de polietileno (sistema também conhecido como “tripa“), principalmente pelo menor custo de implantação.

A maior concentração de áreas de café irrigado acha-se no cerrado mineiro, com predominância dos sistemas de irrigação por tubos perfurados a laser (tripa) e canhão (ou autopropelidos/carretéis enroladores), procedendo a denominada “irrigação de socorro ou salvação“.

Nas consideradas “novas fronteiras cafeeiras“, como o oeste e sul da Bahia, nordeste de Minas Gerais e leste de Goiás, o predomínio é da irrigação tecnificada, com a utilização dos sistemas pivô central e gotejamento. O sistema de pivô central é utilizado por cafeicultores empresariais, com predomínio de plantios superiores a 100 ha, e o sistema de gotejamento utilizado em pequenas e médias propriedades, complementando áreas de pivô central e de topografia imprópria para um sistema de aspersão mecanizado.

André Fernandes, doutor em engenharia de água e solo - Crédito Arquivo pessoal
André Fernandes, doutor em engenharia de água e solo – Crédito Arquivo pessoal

Adaptação

Os primeiros pivôs centrais utilizados para café foram adaptados de outras lavouras com irrigação em área total, ou seja, tanto nas linhas de café quanto nas entrelinhas. Apesar de viabilizar a cafeicultura empresarial nas regiões de cerrado, o sistema de pivô central “convencional“ ainda apresentava o inconveniente da aplicação de grandes volumes de água e com irrigação das entrelinhas do café.

A partir destas dificuldades surgiu uma inovação, adaptada da irrigação de pomares de citros nos Estados Unidos com emissores localizados, irrigando somente na faixa de absorção radicular das plantas de citros.

Adaptando esta tecnologia, os pesquisadores e consultores brasileiros desenvolveram uma técnica extremamente interessante para a irrigação do cafeeiro com o pivô central, com plantio realizado em círculo com emissores localizados sobre as linhas de café, os denominados LEPA.

Com a criatividade do cafeicultor ocorreram também adaptações caseiras nos aspersores convencionais, imitando os emissores LEPA, porém, com performances hidráulicas bem inferiores às dos emissores que foram fabricados especificamente para este fim.

Neste sistema de plantio, igualmente aos demais sistemas de plantio e de irrigação, o produtor deve considerar que apesar das vantagens da irrigação, mais especificamente do plantio circular, o sucesso do empreendimento cafeeiro depende do cumprimento correto das demais práticas, como a nutrição, tratos fitossanitários, culturais e preparo do café. A irrigação nunca deve ser considerada como a “salvadora da pátria“.

Essa matéria você encontra na edição de novembro 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

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