Um qualificado grupo de seis grandes importadores mundiais de arroz desembarcou no Brasil recentemente para visitas técnicas e rodadas de negócios com indústrias brasileiras de arroz. A vinda dos compradores estrangeiros ao país compõe as ações do projeto Brazilian Rice, uma iniciativa da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) para o incentivo às exportações deste produto nacional. A estimativa é de que esta ação, chamada Projeto Comprador, possa gerar negócios na ordem de US$ 7,5 milhões para o Brasil nos próximos 12 meses.
O grupo teve representantes da Holanda (dois), Estados Unidos (um), Chile (dois) e Reino Unido (um), com agenda realizada no Rio Grande do Sul. Gustavo Ludwig, gerente do Brazilian Rice, destaca que a escolha dos compradores foi pautada por critérios como potencial de importação e a abertura de relações com a indústria do Brasil. “Nossa seleção identificou grandes compradores que ainda não conheciam muito do arroz brasileiro e que poderiam iniciar negócios com a indústria orizÃcola nacional“, menciona.
É o caso de Joyce Tang, compradora da companhia holandesa Van Sillevoldt Risjt, braço da gigante francesa Marbor, com atuação na distribuição global de arroz. “Começamos a comprar arroz brasileiro há apenas dois meses. Acreditamos que essa viagem possa ser uma excelente oportunidade de ampliarmos nossas relações“, disse Joyce. Sua opinião é compartilhada por Fernando Arenillas, da distribuidora chilena Arenillas, que aposta na proximidade de Brasil e Chile como um diferencial para o aprimoramento das tratativas comerciais entre os dois países no que diz respeito ao arroz.
A programação do grupo se iniciou com uma visita técnica à indústria Cooperja, em Santo Antônio da Patrulha (RS). “Fiquei muito impressionado com a automação, limpeza e tecnologia da indústria. Realmente, uma fábrica modelo para a produção de arroz“, elogiou o holandês Ivo van der Staak, comprador da empresa J.P. Beemsterboer, na visita à Cooperja. Após, a comitiva teve um dia de campo na Estação Experimental do Arroz (EEA), do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). Nos dois dias subsequentes, ocorreram as rodadas de negócio (99 ao todo) com 20 indústrias brasileiras de arroz e que confirmaram as excelentes expectativas iniciais de ampliação comercial a partir desta edição do Projeto Comprador; além do prognóstico futuro para exportações, as rodadas geraram negócios imediatos de US$ 270 mil.
Jéssica Fontoura
Jornalista