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Produção nacional de amora, mirtilo e framboesa

Eduardo Pagot

Engenheiro agrônomo da Emater/RS- ASCAR ““ Vacaria-RS

AikeAnnelieseKretzschmar

Engenheiraagrônoma, doutora em Fruticultura e professora da Universidade do Estado de Santa Catarina ““ UDESC

aike.kretzschmar@udesc.br

Andrea DerossiRufato

Doutora e pesquisadora da Embrapa Uva e Vinho

Leo Rufato

Doutor e professor da UDESC

 

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Os dados sobre cultivo de amoras e framboesas são escassos, tendo sido registrado o cultivo destas pequenas frutas no RS, SC, PR, SP e MG. No caso específico da amora-preta, o Rio Grande do Sul conta com uma área de 239,20 ha, com cerca de 395 produtorese uma produtividade média de 9,2 ton/ha (EMATER-RS ASCAR, 2011). O segundo Estado em ordem de importância é São Paulo. Os demais Estados também cultivam essas pequenas frutas, mas em quantidades menores, conforme pode ser visto na Tabela 1.

Tabela 1. Principais estados produtores de amora-preta no Brasil

Estado Área de Produção (ha)
Rio Grande do Sul 239,2
São Paulo 213,5
Minas Gerais 40,0
Paraná 22,1
Santa Catarina 10,0
Espírito Santo 3,0
Total 527,8

Fonte: Antunes, 2014.

Créditos AikeKretzschmar
Créditos AikeKretzschmar

Em relação à framboesa, os principais Estados produtores são RS, SP e MG, concentrando-se nas regiões de altitude. No RS existem cerca de 15 ha cultivados, com 36 produtores, e uma produtividade média de 07 ton/ha. De acordo com Pio (2015), a framboeseira foi introduzida na Serra da Mantiqueira (MG) por austríacos, na década de 50, visando a produção de doces.

Atualmente, a região sul de Minas Gerais conta com cerca de 330 hectares de frutas vermelhas, incluindo amora-preta, framboesa e mirtilo. A framboesa também é produzida em Campos do Jordão(SP), onde foi introduzida na década de 50 pelo barão suíço Otto Von Leithner, onde atualmente encontra-se a fazenda Baronesa Von Leithner, que até hoje produz frutas de alta qualidade.

Atualmente, além de Campos do Jordão, a fruta é cultivada em Santo Antônio do Pinhal e São Bento do Sapucaí, no interior paulista.

A produtividade média do Brasil é de 10 a 16 ton/ha de amora preta, podendo chegar até 25 ton/ha.

Dados sobre comercialização são escassos, mas a maior demanda ocorre nos Estados do Sudeste e do Sul, principalmente Rio de Janeiro e São Paulo, e algumas capitais como Porto Alegre, Curitiba, Brasília e Belo Horizonte.

Lavoura com broto jovem - Créditos AikeKretzschmar
Lavoura com broto jovem – Créditos AikeKretzschmar

Investimento x rentabilidade

Para a amora-preta o investimento na produção gira em torno de R$ 15.000,00, considerando um plantio com 3.333 mudas/ha, correção do solo e sistema de tutoramento com espaldeira.

Considerando uma produtividade de 15 a 20 ton/ha, sendo a amora congelada comercializada a um valor de R$ 2,50 reais/kg para a fruta congelada e até R$ 6,00/kg para a fruta fresca, pode-se considerar que o valor bruto total da produção varia de R$ 37.500 a R$ 50.000 quando destinada exclusivamente para a indústria, podendo chegar a mais de R$ 100.000/ha quando destinada para o mercado in natura.

Devem ser descontados os custos de implantação, e manutenção do pomar, bem como da mão-de-obra necessária para os tratos culturais como poda e colheita, e neste caso, a rentabilidade pode variar entre R$ 15.000/haa R$ 50.000/ha, o que dependerá muito da forma de comercialização da fruta, bem como do mercado.

O retorno começa já no segundo ano. No primeiro ano ocorre o crescimento das mudas, que irão produzir no segundo ano. A partir daí, a produção é anual, sempre nas gemas laterais dos brotos que se desenvolveram no ano anterior.

No segundo ano pode-se atingir uma produtividade de 01 kg/planta, em torno de 06 toneladas/ha, e a partir do terceiro ano pode-se atingir entre 03 kg a 04 kg/planta, chegando a até 25 toneladas/ha.

Mas, o produtor deve ter atenção, pois toda atividade frutícola deve se basear em mudas de qualidade e sanidade comprovadas. Mudas com viroses e/ou doenças não atingem o potencial produtivo da cultura.

Colheita

A colheita da fruta representa boa parte dos custos com mão de obra e deve ser muito bem planejada. O número de colhedores que se requer por hectare depende do vigor da planta e época de colheita.

Em média, do início ao fim da colheita se utilizam em torno de quatro a seis pessoas por hectare. Calcula-se que uma pessoa possa colher de 50 a 60 kg de amora-preta para indústria, em oito horas de trabalho por dia, dependendo da prática adquirida e da disponibilidade de fruta a ser colhida.

A mão de obra para colheita é o principal fator limitante desse cultivo no mundo. A maturação da fruta é determinada pela coloração e acidez da mesma. De forma prática, que pode ser observada a campo, a coloração é que determina o ponto de colheita. Deve-se evitar a colheita de frutas muito maduras, que já perderam a firmeza e podem estar deterioradas.

Essa matéria completa você encontra na edição de novembro 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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