17.5 C
Nova Iorque
domingo, novembro 24, 2024
Início Revistas Hortifrúti Controle da antracnose em solanáceas

Controle da antracnose em solanáceas

Janaina Marek

Engenheira agrônoma, mestre e doutoranda em Produção Vegetal na Universidade Estadual do Centro-Oeste

janainamarek@yahoo.com.br

Dione de Azevedo

Engenheiro agrônomo e consultor

 

Crédito Ana Maria Diniz
Crédito Ana Maria Diniz

As solanáceas, no Brasil e a nível mundial, representam culturas de grande interesse, por sua importância econômica, social e cultural. Em termos nutricionais, são consideradas por vários pesquisadores como alimentos funcionais, com significativos níveis de vitamina C, ácido fólico, betacaroteno, entre outras substâncias de grande valia para a saúde humana.

Fitossanidade

As doenças interferem diretamente na qualidade e no valor dos frutos das espécies destinadas ao mercado consumidor. A antracnose, causada por fungos do gênero Colletotrichum, é considerada uma das mais importantes e destrutivas doenças em solanáceas, principalmente as de fruto, como o tomate, pimentão, pimentas, jiló e berinjela. Estas espécies são pertencentes aos gêneros Solanum e Capsicum.

Estudos registram que a doença está distribuída mundialmente (África do Sul, Austrália, Canadá, Estados Unidos, Índia e Nova Zelândia). No Brasil, a antracnose, que ocorre de forma generalizada, limita o crescimento da produção das solanáceas, sendo responsável por perdas de 60 a 100% da produção e, além disso, aumenta os custos durante o cultivo e a pós-colheita.

Sintomas de antracnose em pimentão - Crédito Caroline Pedroso
Sintomas de antracnose em pimentão – Crédito Caroline Pedroso

Gênero Capsicum

Nas pimentas e pimentões a antracnose está entre as doenças mais destrutivas, causando perdas significativas à produção. Em pimentão (Capsicumannuum), as principais espécies de Colletotrichum são: C. acutatum, C. gloeosporioides, C. coccodes e C. scovillei.

Por outro lado, nas pimentas (Capsicum spp.), algumas das espécies de Colletotrichum de importância são: C. capsici, C. acutatum, C. coccodese C.gloeosporioides.

Gênero Solanum

Em berinjela (Solanummelongena), duas espécies de Colletotrichum afetam a cultura: C. gloeosporioides e C. coccodes. Entretanto, a doença é menos expressiva, devido ao uso de cultivares com níveis mais elevados de resistência. Porém, em cultivares suscetíveis observa-se a ocorrência de 35 a 100% de frutos infectados.

As cultivares comerciais de jiló (Solanumaethiopicum grupo gilo) são suscetíveis à infecção dos frutos por Colletotrichum spp. As principais espécies causadoras de antracnose em jiló são a C. gloeosporioides e C. acutatum, sendo as mesmas espécies relatadas na cultura do tomate (Solanumlycopersicum).

 A estratégia de controle é a aplicação frequente de fungicidas - Crédito Luize Hess
A estratégia de controle é a aplicação frequente de fungicidas – Crédito Luize Hess

Etiologia e epidemiologia do gênero Colletotrichumspp

O gênero Colletotrichum spp., agente causal da antracnose, doença caracterizada por lesões profundas, escuras e geralmente circulares em diversas espécies, principalmente na família Solanaceae, é considerado um dos principais patógenos a nível mundial.

Como um fungo de solo, uma vez estabelecido na área, pode sobreviver por vários anos. Caracteriza-se por produzir conídios (esporos), que são disseminados em curtas distâncias por respingos de água de chuva ou irrigação, e pelo vento. Sementes, mudas, implementos, botas e ferramentas contaminadas também podem dispersar o agente causal em longas distâncias.

A antracnose pode infectar as plantas em qualquer estágio de desenvolvimento. O processo de infecção tem início com a germinação dos esporos do fungo na presença de água na superfície da planta que, ao entrar em contato com a cutícula dos tecidos vegetais (folhas, caule e frutos), promovem o desenvolvimento do patógeno.

O início da infecção pode ser identificado pela presença de pequenas manchas arredondadas, que com o tempo de expandem.Os maiores danos desta doença ocorrem na estação quente e chuvosa, pois altas temperaturas e umidade elevada favorecem o seu aparecimento.

Segundo alguns pesquisadores, epidemias severas de antracnose são mais comuns na primavera e verão, quando as temperaturas variam de 22 a 30°C, aliadas à alta umidade. No Brasil têm sido observadas e relatadas perdas que variam de 60 a 100%, geralmente em cultivares altamente suscetíveis conduzidas em condições de campo.

Berinjela é uma das culturas atacadas pela antracnose - Crédito Luize Hess
Berinjela é uma das culturas atacadas pela antracnose – Crédito Luize Hess

Sintomas da antracnose em solanáceas

 

As espécies patogênicas de Colletotrichum (entre elas saprófitas e/ou fitopatogênicas) ocorrem em diversas espécies de hospedeiros, desde culturas agrícolas (como as solanáceas) e plantas medicinais, aos arbustos e árvores silvestres, causando podridões em colmos, caules e frutos, seca de ponteiros, manchas foliares, infecções latentes e antracnoses.

Nas plantas hospedeiras, pode sobreviver na forma de infecções latentes ou induzir níveis variados de doença.Em solanáceas predomina a ocorrência da antracnose, caracterizada como lesões necróticas profundas e delimitadas nos tecidos atacados.

Os sintomas da antracnose nos frutos das diferentes solanáceas são semelhantes, caracterizados por lesões deprimidas e aquosas; no interior destas lesões, em condições de alta umidade, observam-se massas de esporos de coloração rósea ou alaranjada.

Essa matéria completa você encontra na edição de dezembro 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

- Advertisment -

Artigos Populares

Chegam ao mercado sementes da alface Litorânea

Já estão disponíveis no mercado as sementes da alface SCS374 Litorânea, desenvolvida pela Estação Experimental da Epagri em...

Alerta: Patógenos de solo na batateira

Autores Maria Idaline Pessoa Cavalcanti Engenheira agrônoma e Doutoranda em Ciência do Solo – Universidade Federal da Paraíba (UFPB) idalinepessoa@hotmail.com José...

Maçãs: O que você ainda não sabe sobre a atividade

AutoresAike Anneliese Kretzschmar aike.kretzschmar@udesc.br Leo Rufato Engenheiros agrônomos, doutores e professores de Fruticultura - CAV/UDESC

Produção de pellets de última geração

AutorDiretoria Executiva da Brasil Biomassa Pellets Brasil Crédito Luize Hess

Comentários recentes