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Misturas de produtos no tanque de pulverização do tomateiro

Gustavo Dario

Arcanjo Miguel Feliciano

Rone Batista de Oliveira

rone@uenp.edu.br

Núcleo de Investigação em Tecnologia de Aplicação de Agroquímicos e Máquinas Agrícolas (NITEC) da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), Bandeirantes (PR)

Crédito Luize Hess
Crédito Luize Hess

A aplicação bem realizada de produtos fitossanitários pode garantir todos os benefícios desejados no complexo sistema de produção que envolve a cultura do tomateiro. Isto significa atingir um nível de controle satisfatório de pragas, doenças e de plantas daninhas com o menor custo econômico e impacto ambiental, visando manter o potencial de desenvolvimento das plantas e a produção de frutos de qualidade, que atenda a preferência de diferentes consumidores.

Capacidade operacional

A capacidade operacional é uma relação simples entre área tratada e o tempo gasto na operação (hectare/hora). Maior capacidade operacional significa realizar mais área em menor tempo de serviço, o que pode ou não reduzir os custos.

Na cultura do tomateiro, a otimização da capacidade operacional está muito relacionada ao tipo de sistema de pulverização. De forma prática, os equipamentos de pulverização podem ser tratorizados: com barra de pulverização, hidro-pneumáticos ou com sistema de mangueiras e pistola.

Pulverizadores manuais podem ser costais, chassis sobre rodas ou até mesmo estacionários com acionamento de motores elétricos ou motor de combustão interna e dotados de hastes ou pistolas para o direcionamento manual da calda de pulverização.

Em pulverizadores de barra, a capacidade operacional poderá ser otimizada a partir da maior velocidade de deslocamento da máquina, aumento do comprimento da barra de pulverização, aumento da capacidade do tanque e pela redução da taxa de aplicação (L/ha) ou volume de aplicação.

Com exceção da barra de pulverização, a mesma regra pode ser aplicada para pulverizadores hidro-pneumáticos, também denominados de turbo atomizadores.

O controle eficiente de pragas e doenças está diretamente relacionado a uma operação bem feita - Crédito Rone Batista de Oliveira
O controle eficiente de pragas e doenças está diretamente relacionado a uma operação bem feita – Crédito Rone Batista de Oliveira

Obstáculos

O tomateiro também é cultivado em terrenos com topografia acidentada, o que inviabiliza a utilização de pulverizadores tratorizadosdevido ao risco de acidentes e à impossibilidade da operação. Nestas condições, utilizam-se pulverizadores adaptados ou pulverizadores costais.

Os pulverizadores costais pneumáticos a gasolina, óleo ou elétricos que têm o princípio do lançamento da calda na corrente de ar em alta velocidade e alguns com uma turbina localizada na ponta da lança tendem a proporcionar uma boa penetração na folhagem das plantas, favorecendo o tomate estaqueado.

Neste caso, a otimização da aplicação está diretamente relacionada com o operador, que deve ter um pleno domínio da técnica e do equipamento para direcionar e movimentar a lança, pistola ou bastão em diferentes posições para promover uma adequada cobertura de toda a folhagem e penetração no interior das fileiras.

Neste caso, os operadores devem ser treinados e receber orientações para executar as operações.

 

Alerta para a mistura em tanque

A mistura de produtos em tanque é cada dia mais frequente no campo, porém, ainda há muitas dúvidas e desconhecimento quanto à compatibilidade, além de inexistência de legislação.

Quando realizada sem os devidos cuidados, pode gerar problemas. Porém, quando realizada de forma correta pode trazer algumas vantagens operacionais, como redução do número de entradas na área para pulverização, evitar compactação do solo, proporcionar um conceito de uso racional dos recursos hídricos, reduzir o tempo de exposição do aplicador aos produtos fitossanitários e, consequentemente, os custos e o impacto ao ambiente.

O controle das operações pode ser monitorado com papéis absorventes - Crédito Luize Hess
O controle das operações pode ser monitorado com papéis absorventes – Crédito Luize Hess

Efeitos

Quando se faz a mistura em tanque pode haver a interação entre os produtos da calda alterando as suas propriedades químicas, físicas e o efeito final esperado. Nas propriedades químicas, pode haver efeito sinérgico, aditivo e antagônico. O efeito sinérgico é quando o resultado de pelo menos um dos produtos da mistura se potencializa, sendo melhor do que quando aplicado sozinho.

O efeito aditivo é quando o resultado dos produtos aplicados em mistura é igual à aplicação isolada, não havendo alteração. Já o efeito antagônico é quando o resultado de pelo menos um dos produtos aplicados em mistura é inferior à aplicação isolada, sendo este efeito indesejado, o qual devemos ter cuidado e não realizar a mistura, pois pode comprometer o controle desejado ou causar alguma fitotoxicidade na cultura.

Nas propriedades físicas da calda podem ocorrer problemas de deposição no fundo do tanque (decantação), floculação, formação de grumos, separação de fases e insolubilidade. A consequência é a obstrução do sistema de pulverização, como entupimento das mangueiras, saturação dos filtros principais, filtros de linha, filtros de pontas e entupimento das pontas de pulverização.

 A mistura dos produtos deve levar em conta as necessidades do tomateiro - CréditoRone Batista de Oliveira
A mistura dos produtos deve levar em conta as necessidades do tomateiro – CréditoRone Batista de Oliveira

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Essa matéria completa você encontra na edição de dezembro 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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