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domingo, novembro 24, 2024
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Calcário na medida certa

Antônio LuisSanti

Professor da UFSM – Campus Frederico Westphalen, e pesquisador em Agricultura de Precisão

Claudir José Basso

Professor da UFSM – Campus Frederico Westphalen

Lisandra Pinto Della Flora

Professora do Instituto Federal Farroupilha – CampusFrederico Westphalen

Leila Daiane Almeida dos Santos

ManúciaPiaia

Júnior MeloDamian

Mestrandos do Programa de Pós-Graduação em Agronomia – Agricultura e Ambiente, UFSM – Campus Frederico Westphalen

Alencar Zachi da Fonseca

Romano Augusto Martini Dal Bello

Acadêmicos do curso de Agronomia, UFSM ““Campus Frederico Westphalen

 

Crédito Nutrion
Crédito Nutrion

Há quase duas décadas, as ferramentas de agricultura de precisão (AP) vêm contribuindo no Brasil, positivamente, para o manejo de solo, das culturas, racionalização de insumos e para o monitoramento do sistema de produção agrícola mais detalhado e responsável.

Por isso, a AP tem como foco a gestão de um sistema produtivo agrícola considerando, de forma integrada, os vários fatores que interferem na produtividade, buscando analisar, quantificar, qualificar e espacializar esses fatores que podem ser previsíveis, ou seja, de natureza humana e/ou imprevisíveis, que se referem aos efeitos ambientais.

Apesar de haver muita especulação e tentativa de remeter a AP ao uso massivo de tecnologia embarcada em máquinas e implementos agrícolas, o que tem feito a diferença e realmente dado resultado aos produtores, tanto em termos de acréscimo de produtividade como vantagens econômicas, tem sido decisões agronômicas baseadas, obviamente, em informações georreferenciadas ““ ter a informação da lavoura e tomar uma decisão assertiva.

Continuar trabalhando pela média ou considerando a média nas decisões ou mesmo avaliações de resultados é um risco para com a sustentabilidade da lavoura.

Antônio Luis Santi, professor da UFSM e pesquisador em Agricultura de Precisão - Crédito Arquivo pessoal
Antônio Luis Santi, professor da UFSM e pesquisador em Agricultura de Precisão – Crédito Arquivo pessoal

Teoria e prática, juntas

Resultados práticos e de pesquisa mostram que a aplicação de insumos à taxa variada, comparada com a aplicação pela maneira tradicional (uniformemente na área), promove a otimização desses, contribuindo para o conceito de “suplementar com a quantidade, no tempo e no local correto“, o que culmina em ganhos econômicos e ambientais (Figura 1).

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Figura 1 – Representação esquemática de uma lavoura monitorada pela média (à esquerda) e monitorada com estratégias da agricultura de precisão (à direita).

Desta forma, dentre as várias estratégias da AP que mais têm sido utilizadas pelos agricultores e preconizada pelos prestadores de serviços e consultores tem sido a prática da taxa variada de corretivos. A explicação agronômica é um tanto simples, pois todo o sucesso das adubações e o desenvolvimento de plantas deve ser precedido de um solo sem problemas de acidez e presença de alumínio tóxico.

Neste sentido, conhecer a variabilidade de atributos como do pH do solo, alumínio, saturação de alumínio e saturação de bases pode conduzir a uma prescrição mais assertiva de onde e quanto precisa de corretivos no talhão ou mesmo em toda a propriedade.

Produzir sendo sustentável engloba dois fatores principais, que são o econômico e o ambiental - Crédito New Holland
Produzir sendo sustentável engloba dois fatores principais, que são o econômico e o ambiental – Crédito New Holland

Implementação da taxa variada de corretivos

Em qualquer circunstância, dentro da agricultura de precisão, antes de tomar uma decisão são necessários cuidados básicos quanto à qualidade dos dados em questão. Uma das preocupações pertinentes, e que é importante considerar, é a grade amostral utilizada, pois, dependendo de como ela é definida, pode mudar significativamente a caracterização da área e também a recomendação técnica de quantidade e espacialidade das taxas de calcário a serem utilizadas.

Um trabalho desenvolvido pela equipe do Laboratório de Agricultura de Precisão do Sul ““ LAPSul da UFSM, demonstrou que com o aumento da malha amostral há perdas significativas em termos de resolução espacial em variáveis como o pH do solo, um dos atributos utilizados para a elaboração de mapas de prescrição de calcário, principalmente no Sul do Brasil.

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Figura 2 – Variabilidade espacial do pH do solo em função da grade amostral utilizada.

Importante verificar que quando se preconizam malhas amostrais superiores a 1,5 hectare, praticamente se aproxima de intervenções pela média, o que não traria vantagens em termos econômicos, como técnicas, quando comparado com a intervenção em taxa variada plena.

Essa percepção é extremamente importante, pois a forma tradicional de se obter informações dos atributos de solo na agricultura de precisão é a amostragem de solo em grade. Respeitar os princípios da geoestatística e da dependência espacial são condições primordiais para se chegar a um mapa de aplicação agronomicamente correto.

Figura 4

Sem receita de bolo

Outro aspecto importante é que não há um modelo ou prescrição geral para as áreas. A variabilidade espacial, além de existir, não se repete de uma área para a outra, mesmo dentro de um mesmo talhão, logo, a assertividade depende de se realizar uma caracterização em cada talhão e uma prescrição personalizada.

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Figura 3 – A variabilidade espacial, além de existir, não se repete de um talhão para outro.

Essa matéria completa você encontra na edição de janeiro 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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