17.5 C
Nova Iorque
sábado, setembro 21, 2024
Início Revistas Hortifrúti Controle eficiente da traça-do-tomateiro

Controle eficiente da traça-do-tomateiro

 

Dirceu Pratissoli

Doutor e professor do Núcleo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Manejo de Pragas “NUDEMAFI“ – Centro de Ciências Agrárias e Engenharias “CCAE“ da Universidade Federal do Espírito Santo

dirceu.pratissoli@gmail.com

Crédito Luize Hess
Crédito Luize Hess

Tuta absoluta é considerada uma praga de destaque, conhecida vulgarmente como traça-do-tomateiro. Esta é a única praga do tomateiro que pode ocasionar três danos à planta. Normalmente os adultos fazem suas posturas nas folhas, sendo 71% dos ovos alocados nas folhas do terço superior, 23,2% nas do terço médio e 5,8% no terço inferior.

Após a eclosão, as lagartas penetram no tecido vegetal dos folíolos mais tenros e passam a destruir o parênquima foliar, provocando a chamada mina. Outro dano pode ocorrer quando as plantas estão no estágio inicial de crescimento – as lagartas perfuram as brotações apicais, impedindo o crescimento da planta.

Além desses danos, os frutos podem ser alvo de ataque dessa praga, quando as lagartinhas penetram no pericarpo do fruto e fazem galerias na polpa, depreciando o tomate para a comercialização.

Outro fator de severidade dessa praga é que em campo as gerações da traça são superpostas, podendo ocorrer em uma lavoura infestada todos os estágios da praga ao mesmo tempo.

Condições para o ataque

Em relação às condições climáticas, a ocorrência dessa praga está diretamente relacionada às condições de altas temperaturas e umidade, e em relação à cultura em si, quando mal manejada, com adubação desequilibrada e plantios próximos a áreas com restos culturas de tomateiro, também ocasionam a traça.

Silício x traça

Para esclarecimento, podemos informar que o silicato de cálcio tem ação contra algumas pragas, principalmente aquelas que são mastigadoras. O silício é um elemento não essencial para as plantas, porém, algumas têm a capacidade de absorvê-lo e armazenar em seus tecidos.

Para essas plantas basta uma aplicação de silicato de cálcio e a mesma adquire  resistência induzida. A exemplo, podemos citar as monocotiledôneas como o milho, arroz, pastagem, sorgo, etc.

Existem também as plantas não acumuladoras de silício, e para essas há necessidade de aplicações sequenciadas de silicato de cálcio para haver a indução de resistência. No caso do tomateiro, a capacidade de absorção é extremante baixa.

Pela baixa capacidade de absorção de silicato de cálcio e pelo fato de não ocorrer a indução de resistência na planta de tomateiro, a traça não é controlada por meio dessa técnica. Quanto às características fitotécnicas do silício no tamanho dos frutos, não podemos afirmar nenhum resultado, pois não foi alvo de nossas pesquisas.

A ocorrência dessa praga está diretamente relacionada às condições de altas temperaturas e umidade - Crédito Trebeschi Tomates
A ocorrência dessa praga está diretamente relacionada às condições de altas temperaturas e umidade – Crédito Trebeschi Tomates

Manejo

O manejo dessa praga pode ser feito com o uso de um parasitoide de ovos do gênero Trichogramma, que hoje é comercializado em nosso País. A recomendação é a liberação de 150.000 vespas a cada três dias, iniciando 20 dias após o transplantio.

Outro método é o uso do ensacamento das pencas de tomate. Neste caso, as sacolas deverão ser confeccionadas com um tecido chamado TNT, o qual permite a respiração dos frutos.

A recomendação mais importante no manejo é fazer o monitoramento dessa praga a cada quatro dias, e quando o índice atingir o nível de dano, utilizar um inseticida específico para a traça-do-tomateiro. No caso de um plantio com Trichogramma, a recomendação é fazer a aplicação de um produto seletivo a esse inimigo natural, com pulverizações três dias antes ou depois da liberação.

Viabilidade

O custo do emprego do sistema de manejo supra citado é viável, pois o gasto será igual ou menor que o do uso exclusivo com inseticidas.

A análise do custo-benefício é feita da seguinte maneira:

  • Redução do uso de inseticidas;
  • Menor risco de intoxicação do produtor;
  • Uso de sistema de manejo de baixo impacto ambiental;
  • Produto sem resíduo de agrotóxicos;
  • Produto com preço diferenciado.

Essa matéria você encontra na edição de janeiro 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

 

- Advertisment -

Artigos Populares

Chegam ao mercado sementes da alface Litorânea

Já estão disponíveis no mercado as sementes da alface SCS374 Litorânea, desenvolvida pela Estação Experimental da Epagri em...

Alerta: Patógenos de solo na batateira

Autores Maria Idaline Pessoa Cavalcanti Engenheira agrônoma e Doutoranda em Ciência do Solo – Universidade Federal da Paraíba (UFPB) idalinepessoa@hotmail.com José...

Maçãs: O que você ainda não sabe sobre a atividade

AutoresAike Anneliese Kretzschmar aike.kretzschmar@udesc.br Leo Rufato Engenheiros agrônomos, doutores e professores de Fruticultura - CAV/UDESC

Produção de pellets de última geração

AutorDiretoria Executiva da Brasil Biomassa Pellets Brasil Crédito Luize Hess

Comentários recentes