O segundo acompanhamento da adoção de biotecnologia agrícola no Brasil, safra 2016/17, realizado pela consultoria Celeres, apresenta praticamente o mesmo número do relatório anterior, atingindo área total de 52,5 milhões de hectares. O milho (verão + inverno), por sua vez, continuará na segunda posição, alcançando 15,7 milhões de hectares.
Segundo a consultoria, o milho de inverno geneticamente modificado atingirá 91,8% da área total semeada, ou 10,4 milhões de hectares. No caso do milho verão, os números do segundo levantamento da safra 2016/17 mostram um total de 5,3 milhões de hectares, ou 82,3% de adoção.
Vale lembrar que a adoção do milho verão provavelmente permanecerá nesta taxa, pois o plantio do produto transgênico na região centro-sul (onde a concentração de agricultores de média a alta tecnologia é maior) já chega ao seu limite, com 95,5%. Aliado a isso, para as regiões norte e nordeste (onde o uso de tecnologia ainda é baixo), a perspectiva de aumento de adoção é baixa (ficando em torno de 61,1%).
Portanto, o milho transgênico no Brasil totalizará 88,4% de taxa de adoção, sem variação em relação aos dados relatados anteriormente. Deste total, 63,9% serão cultivados com eventos RI/TH, devido, principalmente, ao grande número de tecnologias oferecidas no mercado e à alta aceitação por parte dos agricultores. No caso do milho, o número de tecnologias aprovadas com genes combinados chegou a 22.
Para o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho, Abramilho, Alysson Paolinelli, estes números mostram o quanto o uso das sementes transgênicas evoluiu no País, o que é bastante positivo.
“O mundo não vai poder viver sem os transgênicos porque precisa alimentar a população. A oposição que existia contra esta tecnologia já está diminuindo“, salienta Paolinelli. Ele cita como exemplo o fato da Europa não permitir o plantio de transgênico, mas importa grãos do Brasil, da Argentina e dos EUA, onde se sabe que são plantados OGMs. “Hoje, 100% do plantio de grãos nestes países são transgênicos“, salienta o presidente da entidade.
Outro exemplo que ele cita é o da Coreia do Sul, onde também não é possível usar sementes OGM, mas somente do Brasil eles estão importando cerca de 4,5 milhões de toneladas de milho. “Então, a resistência vai caindo aos poucos e a tecnologia vai dominando os campos, porque só traz vantagens“, finaliza Paolinelli.