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Híbridos de rabanete – Mais lucro no negócio

Raphael Augusto de Castro e Melo

Pesquisador da Embrapa Hortaliças

 

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Com as novas exigências do mercado em termos de qualidade e oferta, que possivelmente se refletirão no avanço da área cultivada e o incremento do nível tecnológico, nota-se uma tendência na utilização de cultivares híbridas. As regiões Sul e Sudeste são as principais produtoras e representam mais de 80% da área cultivada com rabanetes.

Genética

O melhoramento genético tem contribuído para desenvolver plantas de crescimento vegetativo moderado, precoces, de raízes arredondadas, com coloração interna e externa uniforme, adaptadas a diferentes condições climáticas e resistentes às principais doenças que acometem a cultura.

Do mesmo modo, esforços têm sido feitos no sentido de aumentar a qualidade nutricional e diminuir a ocorrência de problemas de ordem fisiológica ou nutricional que afetam as raízes, como a isoporização e rachaduras.

O uso de híbridos permite a obtenção de maiores produtividades, maior percentual de raízes de boa qualidade, além de tolerância a estresses abióticos, especialmente variações de umidade e temperatura no solo.

Manejo

A adoção de práticas de manejo que visem à otimização da irrigação e da absorção de nutrientes, alcançada por meio da aplicação da lâmina de irrigação certa e adubações no estádio da cultura que apresentem maior potencial de resposta, são fundamentais para a obtenção de altas produtividades. Ademais, o estabelecimento de uma população de plantas adequada, seja manualmente ou de forma mecanizada, é outra prática que permite obter maior eficiência.

No Brasil, o cultivo em campo (céu aberto) predomina, mas há cultivos exploratórios em condições de telado, alguns deles focando o mercado de hortaliça baby ou mini.

A coloração predominante das raízes é de avermelhada externamente e branca internamente. Cultivares de outras colorações (rosadas, brancas e arroxeadas) estão sendo ofertadas e representam um nicho.

Produtividade

A produtividade do rabanete varia de 11 a 30 toneladas por hectare. Deforma geral, a colheita diária de uma pessoa rende cerca de 700 maços, obtendo-se cerca de 28.000 maços de 0,4 kg ao longo de todo o ciclo.

O custo total por hectare varia de R$10 mil a R$14 mil, dependendo do nível tecnológico empregado. Apesar de ser uma cultura pouco expressiva em termos de área plantada, possui boa viabilidade financeira, pois pode ser usada como cultura intercalada entre outras de ciclo mais longo, além de ser relativamente rústica, com ciclo muito curto e retorno rápido – de 25 a 37 dias após a semeadura.

Rentabilidade

A rentabilidade do rabanete depende de uma série de fatores. Há de se estudar a viabilidade econômica de seu cultivo, na qual se contempla o custo de produção, a produtividade obtida, a qualidade/classificação da produção que influenciará diretamente o preço recebido, além do mercado local e seus períodos de safra e entressafra (sazonalidade).

Sabe-se que a viabilidade do consórcio com alface, estabelecidos na semeadura do rabanete, é capaz de proporcionar maior receita líquida por hectare, otimizando o uso de insumos e da terra.

Essa matéria você encontra na edição de março 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

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