17.5 C
Nova Iorque
sábado, setembro 21, 2024
Início Revistas Grãos Quando a qualidade da semente é tudo

Quando a qualidade da semente é tudo

Ronaldo Machado Junior

Engenheiro agrônomo e mestrando em Fitotecnia pela Universidade Federal de Viçosa (UFV)

ronaldo.juniior@ufv.br

Murilo Viotto Del Conte

Ronaldo Silva Gomes

Engenheiros agrônomos e mestrandos em Genética e Melhoramento pela UFV

 

Créditos Shutterstock
Créditos Shutterstock

A soja é considerada mundialmente a principal oleaginosa em termos de produção e consumo. Isso decorre do fato de seus grãos possuírem em média, 20% de óleo e 40% de proteína. Tais propriedades fazem com que o grão de soja seja destinado principalmente à alimentação animal e humana.

De fato, cerca de 31,9% de toda a soja colhida em território nacional é transformada em farelo, enquanto que uma parcela menor é destinada à alimentação humana em função da qualidade nutricional do óleo e demais derivados. Além disso, o óleo de soja constitui uma excelente alternativa para fabricação de biodiesel, uma fonte de energia limpa e renovável.

Créditos Shutterstock
Créditos Shutterstock

Importância econômica

Atualmente, o Brasil ocupa a segunda colocação no ranking de produção de soja, atrás apenas dos Estados Unidos. Para a safra 2016/17 estima-se um crescimento de 10,06% na produção nacional (CONAB, 2017).

Recentemente, a agricultura brasileira vem vivenciando um acentuado processo de modernização, o que envolve a introdução de novas tecnologias, como o desenvolvimento e uso de cultivares mais modernas e produtivas, além das melhorias no manejo de vários segmentos dos sistemas agrícolas.

Todos esses fatores têm contribuído para a reestruturação da cadeia produtiva da soja. Entretanto, o preço de implantação das lavouras dessa cultura está cada vez mais elevado, em decorrência do aumento dos custos com insumos. Estes insumos têm um grande impacto sobre a produtividade e o nível de rentabilidade obtido pelos agricultores, principalmente no que diz respeito à qualidade das sementes usadas no plantio.

Entenda-se que o produtor deve adquirir sementes a partir de empresas idôneas, que ofereçam produtos com alta qualidade fisiológica e sanitária, além de garantir a pureza física e varietal e índices adequados de germinação e vigor. Estas características são indispensáveis ao desenvolvimento adequado da semente no campo, permitindo o estabelecimento da população desejada de plantas, contribuindo decisivamente para o alcance de altos níveis de produtividade na cultura.

Fatores que afetam a qualidade da semente de soja

A pureza genética de sementes garante ao produtor que as plantas no campo expressarão as características selecionadas pelo melhorista, entre elas, o potencial produtivo, ciclo, resistência às pragas e doenças, além da qualidade organolépticas dos grãos de uma cultivar.

Espera-se que as sementes de uma mesma cultivar possuam uma composição genotípica idêntica, além de expressarem as mesmas características em determinada lavoura. A não ocorrência destas condições pode decorrer de mistura de sementes de diferentes cultivares nos processos de produção, beneficiamento, armazenamento ou falhas durante as fases de seleção e purificação das linhagens (“rouguing“).

Entre as características consideradas para certificação de sementes de soja, a pureza varietal pode ser a de determinação mais difícil. A determinação desta característica é realizada com base em descritores morfológicos da planta e das sementes, como: presença de pigmentação do hipocótilo, cor de flor, cor de pubescência, cor do tegumento da vagem, tipo de crescimento, tamanho e formato da semente, cor e formato do hilo e coloração do tegumento da semente.

Em vista disto, as sementes que não apresentam pureza varietal podem ser identificadas a campo, com base no número de plantas com características diferentes daquelas esperadas para as plantas da cultivar adquirida.

A pureza genética de sementes garante ao produtor que as plantas no campo expressarão as características selecionadas pelo melhorista - Créditos Shutterstock
A pureza genética de sementes garante ao produtor que as plantas no campo expressarão as características selecionadas pelo melhorista – Créditos Shutterstock

Pureza física

Um dos principais fatores que afetam a qualidade física de sementes é a condição de umidade em que estas são colhidas. As maiores taxas de germinação e vigor das sementes de soja são alcançadas poucos dias antes das plantas atingirem a maturação fisiológica.

Em função disto a colheita é realizada a 15% de umidade para finalidade de sementes, e com cerca de 13% para obtenção de grãos. Quando as sementes de soja são colhidas a 12% de umidade, estas tendem a sofrer maiores danos mecânicos por fissura, enquanto que sementes com teores de umidade maiores que 14% tendem a sofrer danos latentes por amassamento ou abrasão.

A determinação da pureza física das sementes de soja leva em consideração o número de sementes com danos físicos, como rachaduras, amassamentos, abrasões, além de danos provocados por insetos sugadores, os quais reduzem a capacidade de germinação das sementes e o vigor das plântulas.

Créditos Shutterstock
Créditos Shutterstock

O tamanho da semente também exerce uma considerável influência sobre a homogeneidade de germinação da lavoura. Para a cultura da soja, as sementes são submetidas à padronização por peneiras com perfurações circulares em intervalos de 0,5 mm.

Neste sentido, o agricultor tem a possibilidade de escolher qual tamanho de semente adquirir, visando melhores índices de germinação, vigor de plântulas e estabelecimento da população de plantas almejada. Falhas nos processos de beneficiamento e armazenamento podem ocasionar na não padronização do tamanho de sementes.

Essa matéria completa você encontra na edição de março 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

- Advertisment -

Artigos Populares

Chegam ao mercado sementes da alface Litorânea

Já estão disponíveis no mercado as sementes da alface SCS374 Litorânea, desenvolvida pela Estação Experimental da Epagri em...

Alerta: Patógenos de solo na batateira

Autores Maria Idaline Pessoa Cavalcanti Engenheira agrônoma e Doutoranda em Ciência do Solo – Universidade Federal da Paraíba (UFPB) idalinepessoa@hotmail.com José...

Maçãs: O que você ainda não sabe sobre a atividade

AutoresAike Anneliese Kretzschmar aike.kretzschmar@udesc.br Leo Rufato Engenheiros agrônomos, doutores e professores de Fruticultura - CAV/UDESC

Produção de pellets de última geração

AutorDiretoria Executiva da Brasil Biomassa Pellets Brasil Crédito Luize Hess

Comentários recentes