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Filmes anti-insetos reduzem incidência de pragas

 

Ivonete Fatima Tazzo

Doutora e pesquisadora da Secretaria da Agricultura Pecuária e Irrigação, Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (SEAPI)

ivonete-tazzo@fepagro.rs.gov.br

Elis Borcioni

Doutora e professora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) ““ campus de Curitibanos

 Fotos Ginegar Polysack
Fotos Ginegar Polysack

Com o advento do cultivo em ambiente protegido, que no Brasil iniciou na década de 70, propiciou-se maior rentabilidade e melhor escalonamento da produção. Devido às mudanças microclimáticas nestes ambientes, maior temperatura e umidade do ar, menor luminosidade, redução dos ventos e maior tempo de permanência de água livre sobre as folhas, as condições se tornaram mais favoráveis a muitos patógenos.

Por isso, surgiu a necessidade do manejo adequado desses ambientes, aliado à necessidade de um manejo integrado de doenças, atuando sobre todos os componentes, como preparo do solo, seleção de cultivares e híbridos, fertilizações, irrigações, tratos culturais, manejo de pragas, etc.

Neste sentido, o uso de filmes e/ou telas anti-insetos, também chamadas de antiafídeos, é uma alternativa interessante, pois é capaz de reduzir drasticamente a entrada de insetos no ambiente de cultivo, como mariposas, mosca-branca, ácaros, tripes, pulgões, traças, entre outros.

Mais proteção

A implantação de telas protetoras, mais comumente de náilon, junto às laterais da casa de vegetação, age como uma proteção física, pois o material consegue barrar a entrada de insetos e pragas no interior do ambiente. No entanto, faz- se necessário que os orifícios das telas sejam menores que o abdômen dos insetos.

No mercado encontram-se filmes com três tamanhos de orifícios: de 25-mesh (orifícios de 0,72 x 1,07 mm) projetados para bloquear a entrada de insetos maiores, 40-mesh (0,40 x 0,91 mm) e 50-mesh (0,26 x 0,91 mm) projetados para bloquear a entrada de insetos menores.

Inovações

Atualmente, existe uma nova geração de filmes anti-insetos que, além de promover uma barreira física, apresenta proteção óptica. A proteção óptica caracteriza-se pela ausência de luz ultravioleta (UV) no ambiente, fator importante porque os insetos enxergam a luz que é invisível para os seres humanos, ou seja, são mais sensíveis a esta luz. Como o filme reflete a radiação UV, os insetos são repelidos antes mesmo de atingir o filme.

Mais que vantagens

Além do impedimento da entrada de insetos, outra vantagem do uso dos filmes é a proteção contra a entrada de radiação direta pelas laterais e ou tetos, bem como vento, chuvas fortes e granizo.

O uso de filmes anti-insetos nas laterais da casa de vegetação e ou abrigos proporciona melhor aeração no ambiente e, consequentemente, ocorrência de temperaturas e umidade do ar mais amenas,quando comparadas com casas de vegetaçãofechadas somente com filmes plásticos.

Entretanto, é importante ressaltar a necessidade de pé direito alto na casa de vegetação para evitar a ocorrência de altas temperaturas do ar, principalmente acima de 35oC que podem ser limitantes para o crescimento e desenvolvimento das plantas,especialmente as hortaliças.

O uso de janelas zenitais e/ou lanternins na casa de vegetação evita o aumento excessivo da temperatura do ar, os quais também devem estar fechados com tela anti-insetos.

Soma-se a isso o fato de que a utilização de filmes viabiliza o controle de pragas nos ambientes protegidos, diminuindo o uso de produtos químicos “cidas“,devido à menor severidade da doença, resultando em plantas mais saudáveis e produtos de melhor qualidade, com uma produção de baixo impacto ambiental, culminando em maiores produtividades.

Outro ganho com o uso de filmes é o impedimento da entrada de insetos vetores e transmissores de vírus que causam doenças difíceis de serem controladas e que são bastante destrutivas.

O uso de filmes é o impedimento da entrada de insetos vetores e transmissores de vírus - Fotos Ginegar Polysack
O uso de filmes é o impedimento da entrada de insetos vetores e transmissores de vírus – Fotos Ginegar Polysack

Estudos

Vários estudos comprovam a eficiência do uso dos filmes anti-insetos na proteção das plantas ao ataque de insetos, como por exemplo, no cultivo do tomateiro, berinjela, pimentão, brócolis, repolho, pepino, morango, mudas de hortaliças e frutíferas e na produção de flores, entre outros.

A polinização insuficiente ou inadequada devido ao impedimento da entrada de insetos polinizadores no ambiente, ocasionando menor produção e qualidade de frutos, pode ser considerada a principal desvantagem do uso desses filmes.

Neste sentido, algumas técnicas são usadas para atenuar esses efeitos, como: vibração mecânica de plantas, utilização de agentes polinizadores, autopolinização manual, etc. No entanto, vários estudos demostram que a polinização realizada pelos insetos, em geral, apresenta melhores resultados.

Essa matéria completa você encontra na edição de março 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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