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Semeadura correta – Precisão na plantabilidade

 

Paulo Roberto Arbex Silva

Doutor e professor da FCA Unesp de Botucatu-SP

arbex@fca.unesp.br

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Uma das etapas mais importantes dentro de um amplo contexto de produção agrícola é a semeadura, pois ali estão os maiores custos e as maiores tecnologias. Por isso a importância de fazê-la sem falhas ou com o mínimo possível delas.

O maior problema de erro na semeadura é que não há como corrigir, ou seja, uma semente não depositada no solo, ou depositada de forma desuniforme, vai levar a uma falha, e essa não será mais corrigida naquela safra.

O Projeto IPS (Inspeção Periódica de Semeadoras) tem por objetivo desenvolver metodologias e tornar realidade a implementação de um sistema de inspeções periódicas pelo Brasil. Este projeto foi lançado para dar sequência ao Projeto IPP (Inspeção Periódica de Pulverizadores), desenvolvido na FCA UNESP/Botucatu desde a década de 1990 e que representa até hoje uma das principais ações organizadas de incentivo à atividade de inspeção periódica de máquinas agrícolas na América Latina.

Fato comum no meio rural, sementes com tecnologia genética para alta produção, vendidas a preços elevados, às vezes podem não corresponder às expectativas do produtor no campo. Os motivos desta perda na produtividade são variados, sendo um deles o uso da máquina de forma inadequada, ou seja, no caso de semeadoras, sem a regulagem correta, devido à falta de conhecimento do produtor que a adquiriu.

As falhas

Diversos estudos publicados nos últimos anos mostram que ainda é grande o percentual de falhas, devido aos erros de calibração e à deficiência de manutenção das semeadoras em uso no Brasil, sendo que a situação não é diferente nos demais países latino-americanos.

Por esta razão, a inspeção periódica é considerada uma das ferramentas mais eficazes para a redução dos prejuízos causados por estes problemas no campo.

O Projeto IPS foi idealizado e está sendo desenvolvido pelo Grupo de Plantio Direto (GPD) da Faculdade de Ciências Agronômicas UNESP de Botucatu (SP), que tem trabalhado com pesquisa e desenvolvimento envolvendo máquinas de plantio, semeadura e adubação há 20 anos, visando diminuir custos, minimizar gastos energéticos e promover a sustentabilidade na produção agrícola.

O principal conceito que dá suporte ao desenvolvimento do Projeto IPS é a busca pela excelência em plantabilidade (característica de desempenho da semeadora visando à correta distribuição longitudinal das sementes no campo), pois esse fator contribui para a obtenção de um estande adequado de plantas na cultura, promovendo a melhoria de desempenho do sistema e a otimização de recursos (sementes, fertilizantes, combustíveis, mão de obra, etc.).

Para se ter noção da importância do conceito da plantabilidade, dados de empresas que comercializam sementes apontam que numa cultura de milho, para cada 10% de aumento no Coeficiente de Variação do espaçamento entre uma semente e outra ao lado, perde-se 1,5 saca de grãos produzidos por hectare de lavoura implantada.

Um exemplo de erro muito comum, que inclusive já foi detectado em muitas pesquisas realizadas pelo GPD, são as falhas na semeadura, ou seja, a quantidade inadequada de sementes depositadas no solo.

Treinamento IPS no campo - Crédito Paulo Arbex
Treinamento IPS no campo – Crédito Paulo Arbex

Tomando como exemplo a seguinte situação, temos:

â–º Área a ser cultivada: 100 hectares

â–º Cultura a ser instalada: milho

â–º Valor da saca do grão: R$ 35,00 (janeiro de 2017)

â–º Espaçamento da cultura: 0,7 metro

â–º Metros lineares em um hectare: 14.285 metros

â–º Sementes colocadas por metro: 4,8 sementes

â–º Falha: 01 semente a cada 05 metros de linha

14.285/5 = 2.857 sementes não colocadas em um hectare. Imaginando que cada semente seja uma planta e cada planta produza uma espiga com aproximadamente 0,2 kg de grãos, isso daria: 571,4 kg, ou seja, 9,5 sacas (60kg) a menos de produção.

Transformando isso em valores, seria R$ 332,50 em um hectare, deste modo R$ 33.250,00 em 100 hectares semeados.

Danos

Em relação a perdas no que se refere ao uso de semeadoras-adubadoras, diversos fatores interferem no estabelecimento do estande adequado de plantas, destacando-se:

üA uniformidade de tamanho das sementes;

ü A profundidade de deposição das sementes e adubos no solo;

ü Velocidade de deslocamento da máquina;

üQuantidade de sementes e adubos depositados no solo;

ü Distância entre as sementes na linha de semeadura;

ü Pressão correta das ferramentas contra o solo, entre outras.

A estrutura para as inspeções nas semeadoras conta com uma unidade móvel (caminhão Ford 250), que transporta os equipamentos necessários para as avaliações até as propriedades rurais.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de março 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

 

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