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Condução acertada das videiras pode ser o diferencial

Murilo Albuquerque

Pesquisador da Epamig

murillo@epamigcaldas.gov.br

Foto 01- Crédito ShutterstockPor ser trepadeira, a cultura das videiras precisa de suporte para a sustentação dos ramos. A latada ou pérgola é formada por malhas suspensas a cerca de dois metros do chão. As plantas são, assim, conduzidas na horizontal, o que permite um melhor desenvolvimento e maior produção. O sistema mais utilizado para produção de uvas para vinhos finos é a espaldeira.

Erros

A escolha correta do sistema de condução das videiras deve levar em conta vários fatores, que vão desde a declividade e exposição do solo, intercepção dos raios solares, mecanização do vinhedo, destino da produção, entre outros.

O sistema de condução ideal deve permitir a máxima intercepção dos raios solares de forma a favorecer a atividade fotossintética das folhas e o consequente acúmulo de açúcar das uvas. Ao mesmo tempo, deve permitir fácil mecanização, além de aeração que permita a manutenção de um microclima pouco favorável ao desenvolvimento de doenças fúngicas.

É comum encontrar erros básicos de concepção em vinhedos, seja pela adoção de espaldeiras muito baixas, com pouca intercepção dos raios solares; latadas muito sombreadas, instaladas em regiões chuvosas e com alta incidência de doenças, assim como espaldeiras em vinhedos destinados à produção de uvas de mesa em regiões muito quentes, em que o excesso de sol nos cachos pode causar escaldadura das uvas e consequente redução de seu valor comercial.

Condução das videiras

Cada região deve escolher o sistema de condução mais adequado ao clima e ao destino da produção. Nas regiões quentes do semiárido nordestino a latada é o melhor sistema, pois permite produtividade aliada à proteção contra a incidência solar direta nas bagas.

Nas regiões chuvosas do Sudeste e Sul, as uvas finas devem ser preferencialmente cultivadas em espaldeiras, que permitam melhor aeração e exposição dos cachos, além de menor produtividade, o que irá favorecer a qualidade final do vinho. Uvas comuns para suco de uva e mesa na região sul são preferencialmente produzidas em latadas, que permitem altas produtividades por hectare.

Opções

Para as condições brasileiras, os sistemas viáveis são espaldeira, latada e Y. A latada possui as vantagens de alta produtividade e proteção dos cachos contra o excesso de calor (em regiões tropicais), mas é um sistema dispendioso e de instalação mais complicada.

Por sua vez, a espaldeira possui menor custo de instalação, permite melhor aeração dos cachos e menor incidência de doenças, mas proporciona menor produção. O sistema em Y parece ser a opção mais acertada,principalmente, para a produção de uva de mesa tipo Niágara, para as regiões vitícolas do Sudeste. Ele permite ótimas produtividades, boa área foliar e menor custo de instalação, se comparado à latada.

Essa matéria você encontra na edição de maio 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

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