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Polinização artificial é essencial para a produção do maracujazeiro

Marco Antonio da Silva Vasconcellos

Professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)

masv@ufrrj.br

Ivan Marcos Rangel Junior

Engenheiro agrônomo e mestrando da UFRRJ

Créditos Nilton Scudeller
Créditos Nilton Scudeller

O maracujá amarelo apresenta autoincompatibilidade, ou seja, é incapaz de produzir frutos quando as flores de uma planta são polinizadas com o próprio pólen. Além disso, diferentes plantas podem, ou não,ser compatíveis entre si, e como o grão de pólen é muito pesado, pode não ser carregado pelo vento, necessitando, portanto, de um agente polinizador.

Entenda melhor

Atualmente, no mercado, de forma consolidada, tem-se a comercialização de frutos do maracujazeiro amarelo (Passiflora edulis f. flavicarpa) e do maracujazeiro doce (Passiflora alata). Ambas as espécies apresentam autoincompatibilidade floral, necessitando, portanto, do cruzamento entre flores formadas em plantas diferentes.

Para ambas as espécies de maracujazeiro, a polinização natural é feita pela mamangava ou mangangá, uma abelha grande.

Créditos Nilton Scudeller
Créditos Nilton Scudeller

Importância da polinização

Na exploração comercial do maracujazeiro amarelo, bem como do maracujazeiro doce, a polinização assume grande importância, uma vez que tanto a quantidade de frutos produzidos como a sua qualidade é totalmente dependente da quantidade de pólen e forma da polinização.

Quanto maior a quantidade de pólen depositada na superfície do estigma (órgão feminino), maior será o número de sementes formadas no fruto. Logo, o fruto terá mais sementes e,consequentemente, mais polpa, será maior e mais pesado.

Detalhes que fazem a diferença

A forma de polinização está relacionada à necessidade do cruzamento ser feito entre flores de plantas diferentes, levando o pólen de uma flor para a outra.A mamangava naturalmente realiza esse processo, pois ao visitar a flor para se alimentar do néctar nela produzido, carrega em suas costas o pólen dessa flor e assim sucessivamente, dessa forma ficando com uma mistura de polens de flores de diferentes plantas.

Contudo, a presença do inseto polinizador não garante que a produtividade e mesmo a qualidade dos frutos (tamanho e peso) será a ideal, uma vez que o número de insetos pode ser pequeno (em relação ao número de flores presentes) e que o inseto realiza a polinização para se alimentar do néctar das flores.

Dessa forma, a polinização artificial passa a ser uma ferramenta que determina ganhos de produção e qualidade de frutos, uma vez que o homem, ao realizar a polinização artificial, visita a totalidade das flores (aumentando o pegamento de frutos) e deposita mais polens nas flores (formando frutos maiores e mais pesados, com maior volume de polpa).

Polinização feita por abelhão - Créditos Nilton Scudeller
Polinização feita por abelhão – Créditos Nilton Scudeller

Manejo

Basicamente, a polinização artificial é realizada com os dedos (polegar, indicador e dedo médio). Outra forma de polinização artificial seria a realizada com o polvilhamento de pólen nas flores. Para essa situação, deverá ser coletado pólen das anteras e depois misturar com um produto (pó) para possibilitar o polvilhamento. Esse método não é empregado, na prática.

A melhor eficiência é observada na polinização com os dedos. Para iniciar, o operador deve previamente passar a ponta dos dedos das duas mãos nas anteras de uma flor presente numa linha de plantio oposta à de onde iniciará a polinização.

Em seguida, deve passar a ponta dos dedos com pólen na superfície dos três estigmas (no sentido de baixo para cima). O processo deve ser rápido, e repetido nas flores próximas.

Quando se observar que a presença do pólen diminuiu nos dedos, o operador (polinizador) deverá novamente coletar na ponta dos dedos em flores presentes na linha de plantio oposta, garantindo uma mistura de polens.

Ao mesmo tempo, um outro operador deverá fazer o mesmo, só que na linha oposta ao primeiro operador. Dessa forma, eles andarão em ziguezague nas entrelinhas de plantio, garantindo a polinização entre flores de plantas diferentes, consequentemente aumentando o pegamento dos frutos.

Ganhos produtivos

Como relatado anteriormente, a polinização artificial gera aumento no pegamento de frutos, devido à técnica ser realizada em um maior número de flores que o inseto polinizador. Portanto, a formação de frutos maiores e mais pesados é consequência do maior número de grãos de pólen depositado nas flores, o que determinará a maior formação de sementes e, por isso, o maior volume de polpa e suco.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de maio 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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