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Técnica resulta em mudas de seringueira totalmente livres de pragas e doenças

 

Uma nova técnica reduz a zero o nível de contaminação de mudas de seringueira

 

Crédito Paulo Brito
Crédito Paulo Brito

Uma técnica de cultivo, desenvolvida pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Escritório de Defesa Agropecuária de Barretos (EDA Barretos), em parceria com a Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Jaboticabal, tem reduzido a zero o nível de contaminação de mudas de seringueira.

A técnica deixa as plantas suspensas em uma bancada de pelo menos 40 cm de altura em vez de cultivá-las diretamente no chão ““ o que impossibilita a contaminação de pragas de solo e raízes, como Meloidogyne, nematoide e Pratylenchus. Além disso, utilizar um substrato sem a mistura de terra, por exemplo à base de casca de pinus ou de fibra de coco, livres de contaminação de pragas e doenças.

Pragas na produção de mudas de seringueira

Para os viveiros de chão, os problemas mais comuns, são as pragas e doenças do solo, como:

â–º Nematoides: Meloidogyne e Pratylenchus. Fusarium e outros agentes patogênicos apodrecedores de raízes como Pythium e Phytophthora.

Os nematoides causam o enfraquecimento do sistema radicular das mudas e se disseminam por meio delas para o local de plantio definitivo, onde passam a causar danos mais severos nas raízes das plantas de seringueira.

Estas passam a ter o sistema radicular bastante afetado no período mais seco do ano, com reflexos no crescimento das plantas e depois na produtividade de látex, pois parte da energia das plantas é deslocada da produção para a manutenção das raízes.

Em ataques severos, observa-se a mortalidade de ramos ponteiros e morte das plantas em reboleira a partir dos cinco anos de idade. No caso da meloidoginose, as radicelas ficam repletas de galhas, as quais contêm fêmeas dos nematoides, que continuam a produzir grande quantidade de ovos, perpetuando o problema.

Fusarium é um fungo de solo que causa a morte do sistema radicular e morte da muda, causando um prejuízo direto. Dependendo da espécie, ele segue com a muda infectada até a fase de crescimento das árvores, afetando a casca e causando o secamento do painel de sangria (F. oxysporum e F.decemcelulare).

Técnica

A técnica para deixar a produção de mudas de seringueira livre de pragas e doenças é baseada no Manejo Integrado de Pragas e Doenças, como:

Ü Escolha do local do viveiro;

Ãœ Irrigação com água de boa qualidade;

Ãœ Uso de sementes e gemas saudáveis e de boa qualidade;

Ãœ Utilização de substratos livres de patógenos e pragas;

Ü Produzir em viveiros suspensos;

Ü Assepsia de material de corte implementos;

Ãœ Controle químico de pragas e doenças da parte aérea, etc.

O solo para o viveirista é visto como fonte de contaminação das mudas, pois contém propágulos e estruturas de resistência de fungos patogênicos, além de conter ovos e vermes adultos de nematoides que causam danos diretos, citados anteriormente.

Portanto, mantê-las suspensas e distantes do solo é uma medida a ser seguida e, além disto, o produtor deve se preocupar em utilizar um substrato livre de terra e uma fonte segura, como casca de pinus, fibra de coco ou esfagno, a exemplo do que já é utilizado em outras culturas, como na produção de mudas de eucalipto e pinus, pelo setor florestal; em mudas cítricas, café e hortaliças, pelo setor agrícola.

Outra importância a ser salientada é que as plantas elevadas não são atingidas por respingos de água de chuva, que disseminam propágulos de pragas e microrganismos do solo.

Eficiência

Em testes efetuados em mudas de seringueira produzidas em solo, verificou-se a contaminação por nematoides de 90% das amostras e nenhuma amostra contaminada de viveiros suspensos com substratos de casca de pinus e de fibra de coco, o que comprova a qualidade das mudas de viveiro suspenso com substrato de boa qualidade.

Outra diferença observada é no pegamento das plantas no campo, em que foram perdidas 03 de 1.000 mudas suspensas, enquanto no solo foi necessário 15% de replantio.

Manejo

O manejo se inicia com a escolha do local do viveiro, evitando-se áreas encharcadas e de baixadas, com proximidade de uma fonte de água de boa qualidade (poço artesiano ou semi-artesiano, ou fonte com possibilidade de filtragem e tratamento).

É feita uma estrutura de alvenaria ou de madeira tratada, para manter as mudas a pelo menos 40 centímetros do solo, com largura de 60 cm, visando quatro plantas em sacolas plásticas com substratos (casca de pinus ou fibra de coco), de capacidade para 1,5 a 2,0 litros.

Nestes substratos são colocadas as sementes germinadas no estágio de palitos, ou apenas pré-germinadas. A irrigação com água e fertilizantes deve ser mantida até o crescimento destes porta-enxertosao diâmetro basal de 1,5 cm.

Daíse inicia o processo de enxertia, com a escolha de hastes do mesmo diâmetro com gemas dormentes, seguindo a mesma metodologia da produção de mudas de solo. As mudas estarão prontas assim que as brotações dos enxertos estiverem com o primeiro lançamento maduro.

Lembrando que existem ganhos no transporte das mudas suspensas com substrato também, pois tem a massa equivalente a um terço da muda de solo.O plantio deve seguir a mesma rotina da muda de solo.

 

Essa matéria você encontra na edição de Julho/Agosto 2017  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua.

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