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Aviação agrícola – 70 anos de Brasil

Completando sete décadas de atuação no Brasil, a aviação agrícola precisa de regras para continuar sobrevoando as lavouras brasileiras. Saiba o que é preciso para conseguir as licenças

 

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Responsável por 25% do total de aplicações de insumos e defensivos no Brasil, o que corresponde a 70 milhões de hectares, a aviação agrícola tem sido fundamental na manutenção da competitividade brasileira.

Essa colaboração deve-se à possibilidade, por exemplo, de cobrir grandes extensões de lavouras e culturas de porte, como cana-de-açúcar, que devido à altura que atinge torna ineficientes as aplicações com equipamentos terrestres.

Para Eugênio Passos Schröder, engenheiro agrônomo e diretor da Schroder Consultoria, a aviação garante o combate rápido de pragas, com segurança para as pessoas e o ambiente. “Todas as aplicações são orientadas por GPS, executadas por profissionais qualificados por cursos específicos“, diz.

Importância da aviação agrícola para o Brasil

A aviação agrícola é importante como uma ferramenta segura e de aumento de produtividade, Sem falar na capacidade de responder imediatamente a eventuais ataques de pragas que podem ser extremamente danosas a lavouras estratégicas para o País.

Segundo Júlio Augusto Kämpf, empresário aeroagrícola e presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), na produtividade, o fato de se produzir mais com a mesma quantidade de terras é importante para evitar o avanço da fronteira agrícola sobre áreas ambientalmente sensíveis.

“Além disso, a precisão e rapidez da aviação possibilita, muitas vezes, a diminuição da necessidade de aplicações. Outro ponto a considerar é a terceirização do serviço, ou seja, o produtor não precisa imobilizar capital na compra de pulverizadores e pode investir esse recurso em outros projetos em sua lavoura, aumentando sua competitividade“, diz o especialista.

A aviação agrícola também realiza a aplicação de fertilizantes e a semeadura, além de ser importante no trato de florestas e no combate a incêndios florestais em áreas de preservação. Ela também pode ser usada no reflorestamento de áreas de difícil acesso, no povoamento de rios e lagos com alevinos e, em outros países, é frequentemente empregada no combate a mosquitos.

 Júlio Augusto Kämpf, presidente do Sindag - Crédito - Castor Becker Júnior
Júlio Augusto Kämpf, presidente do Sindag – Crédito – Castor Becker Júnior

Aviação, pelo Brasil afora

Atualmente, dos cerca de 70 milhões de hectares cultivados no País ““ 59 milhões de grãos, mais nove milhões de cana-de-açúcar e 2,2 milhões de café, segundo a CONAB, a aviação agrícola atende em torno de 25% das lavouras. Somando as fases de tratamento (e segundo as características de cada cultura), a aviação sobe anualmente entre 72 milhões e 75 milhões de hectares sobrevoados em operações.

Quando perguntado sobre como a aviação pode auxiliar a agricultura, Júlio Kämpf responde que principalmente pela precisão e velocidade. “A aviação consegue responder a um ataque de praga ou doença antes que ela se espalhe na lavoura, além de otimizar as aplicações.

Além disso, como não toca nas lavouras, não provoca amassamento de plantas (dano que normalmente provoca perdas de até 3,5% na colheita) e não tem o risco de levar patógenos de um ponto a outro da plantação ou para outras lavouras.

Além disso, o avião é capaz de atender a lavoura em momentos críticos, como em períodos chuvosos que deixam o terreno lamacento, sem falar na sua importância para lavouras, como o arroz (que tem áreas inundadas) e a cana-de-açúcar ““ em especial nos estágios finais, com as plantas bastante altas.

As principais culturas atendidas pela aviação no Brasil são a soja, cana-de-açúcar, milho, algodão, arroz, pastagens, trigo, banana e florestas comerciais.

Mostra de aeronaves - Crédito - Castor Becker Júnior
Mostra de aeronaves – Crédito – Castor Becker Júnior

Aérea x terrestre

Eugênio Schröder diz que ambas as aplicações (aérea e terrestre) são eficazes, e devem ser vistas como métodos complementares. “O agricultor usa uma, ou outra, ou ambas, de acordo com a situação. A aérea é mais rápida, geralmente feita por empresas prestadoras de serviço (serviço terceirizado), não amassa as culturas, não compacta o solo, usa menos água nas pulverizações“, diz.

Para Júlio Kämpf, além da velocidade e precisão, a sanidade e o fato de evitar amassamento, além da economia com a terceirização dos serviços na aplicação aérea, há ainda o fato de a aviação ser o único meio de pulverização no Brasil com regulamentação própria (e extensa), além de ser fiscalizado por pelo menos cinco órgãos governamentais, ter a equipe envolvida nas operações altamente qualificada, contar com alta tecnologia embarcada e ter, por exemplo, pátio de descontaminação para limpeza dos equipamentos e tratamento de eventuais resíduos.

“Na verdade, são várias licenças, sem as quais o empresário aeroagrícola simplesmente não opera.Resumidamente, a própria constituição da empresa aeroagrícola deve obedecer a uma série de normas especiais, como ter sede no Brasil e pelo menos 4/5 do capital com direito a voto pertencente a brasileiros e direção exercida por brasileiros, entre outras regras. Depois, o registro é encaminhado à Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), para registro das aeronaves e emissão do Certificado de Operador Aeroagrícola (que só ocorre depois de verificada toda a documentação, requisitos da aeronave, vistorias in loco, etc.). Depois do COA, vem o pedido de outorga para autorização da exploração de Serviços Aéreos Especializados (SAE), que uma vez aprovado e expedido, só é válido depois de sua publicação no Diário Oficial da União“, esclarece o especialista.

Essa matéria completa você encontra na edição de Julho 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

 

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