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Dessecação antecipada melhora a semeadura de grãos

 

Alfredo Junior Paiola Albrecht

ajpalbrecht@yahoo.com.br

Leandro Paiola Albrecht

lpalbrecht@yahoo.com.br

Professores da UFPR ““ Setor Palotina e Supervisores do Grupo Supra Pesquisa (http://www.supra.ufpr.br)

Enoir Cristiano Pellizzaro

Engenheiro agrônomo, mestre em Ciências Agrárias, supervisor do Campo Experimental na C. Vale Cooperativa Agroindustrial

enoir.pellizzaro@cvale.com.br

Crédito Alfredo Junior Paiola Albrecht
Crédito Alfredo Junior Paiola Albrecht

A dessecação antecipada não é apenas mais uma estratégia, mas sim, uma necessidade no manejo das culturas, fato este de suma importância para se atingir altas produtividades. Em breve, a principal cultura estará ocupando o espaço de cultivo, e começar a lavoura no limpo é imprescindível. Atenção deve ser dada a esse momento, e o momento é agora.

A matointerferência é um dos principais problemas no manejo e proteção dos cultivos. Não é a toa que os herbicidas são os defensivos agrícolas mais utilizados, e que os eventos transgênicos mais amplamente difundidos são os tolerantes aos herbicidas.

Os efeitos negativos no crescimento, desenvolvimento e produtividade das culturas, devido à presença de plantas daninhas, não são atribuídos unicamente à competição imposta por estas, mas são resultantes de um conjunto de pressões ambientais que estão diretas ou indiretamente ligadas à presença delas, no agroecossistema.

Assim, classifica-se como interferência a somatória de ações negativas impostas à cultura de interesse, em decorrência da presença de plantas daninhas no ambiente agrícola.

Espécies de daninhas

Pensando apenas em plantas daninhas, existem cerca de 30.000 espécies que causam danos às culturas comerciais, como a soja, pela competição por nutrientes, água, espaço físico e luz, ou ainda liberando substâncias alelopáticas, impossibilitando que as culturas expressem todo seu o potencial produtivo.

Isto ocorre devido à agressividade destas plantas infestantes, que apresentam características adaptativas para suportar condições adversas e se propagar, enquanto as culturas como a soja, por meio do melhoramento genético, perderam esta “agressividade“ para ganhar em produtividade, ficando mais vulneráveis aos efeitos deletérios causados pelas plantas daninhas.

Exemplo de perda da dessecação antecipada em área de produção usada para experimentos do Supra Pesquisa - UFPR, em Palotina (PR) - Crédito: Alfredo Junior Paiola Albrecht
Exemplo de perda da dessecação antecipada em área de produção usada para experimentos do Supra Pesquisa – UFPR, em Palotina (PR) – Crédito: Alfredo Junior Paiola Albrecht

Período crítico para prevenção da interferência

Buscando evitar perdas pela agressividade das plantas daninhas, uma vez que estas interferem de forma significativa nas culturas, gerando o que tecnicamente define-se como período de interferência, ou mais propriamente, o PCPI ““ período crítico para prevenção da interferência.

No entanto, o PCPI é a diferença entre o período total para prevenção da interferência (PTPI) e o período anterior da interferência (PAI). O PTPI é o período que a cultura precisa ficar no limpo, enquanto o PAI é o período que a cultura pode conviver com o mato. Descontando o PAI do PTPI, temos o PCPI, que é a interferência que se deve de fato impedir, uma vez que este é o período de perdas para a cultura.

Esse PCPI pode ser “bem logo“, por exemplo, quando se deixa de fazer uma boa dessecação. E porque isso ocorre? Porque a presença de mato desenvolvido desde o início da lavoura diminui o PAI e aumenta o PCPI, o que é péssimo, pois aumenta o risco de perdas, já que o período crítico de convivência com as plantas daninhas é ampliado.

Portanto, quanto mais cedo for efetivada a “limpeza“ de fato da área a ser cultivada, e segurar melhor a sementeira das plantas daninhas, menor será o período crítico, pois maior será o período anterior para interferências (PAI) das plantas daninhas e melhor será a competitividade da cultura.

Livre de plantas daninhas, o solo está pronto para o plantio - Crédito Case IH
Livre de plantas daninhas, o solo está pronto para o plantio – Crédito Case IH

Técnicas eficientes

Como fazer uma melhor “limpeza“ da área? E como segurar a sementeira? Ambas as perguntas são fáceis de responder, mas nem sempre efetivadas. A “limpeza“ da área deve ser feita com dessecações antecipadas e em pré-semeadura, e bem manejadas, usando doses cheias dos herbicidas, em associações e sob aplicações sequenciais com volume da calda indicado pela bula dos mesmos.

E para segurar a sementeira, aplicam-se herbicidas pré-emergentes, associados ou não, em doses que respeitem a textura do solo, entre outros fatores.

A prática da dessecação na pré-semeadura da cultura da soja é uma técnica amplamente adotada pelos agricultores, com o intuito de iniciar as atividades de condução das culturas com o campo livre da presença das plantas daninhas.

Tendo em vista a dificuldade no controle de algumas espécies em aplicações de pós-emergência da cultura, o manejo na pré-semeadura, aparece como uma ótima forma para o controle destas plantas. O principal objetivo é eliminar a presença de plantas daninhas, ou no mínimo retardar o seu desenvolvimento, a fim de facilitar e complementar o manejo por meio de aplicações em pré e pós-emergência da cultura.

Área sob instalação de experimento com MIPD pelo Supra Pesquisa - UFPR, com cobertura de trigo, Estação Experimental da C.Vale, Palotina-PR - Crédito: Alfredo Junior Paiola Albrecht
Área sob instalação de experimento com MIPD pelo Supra Pesquisa – UFPR, com cobertura de trigo, Estação Experimental da C.Vale, Palotina-PR – Crédito: Alfredo Junior Paiola Albrecht

Essa matéria completa você encontra na edição de Agosto 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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