A energia solar instalada na fazenda pode promover a redução de mais de 90% na conta de energia e, dessa forma, minimizar os riscos associados à qualidade do fornecimento, uma vez que, diante de uma energização ainda muito precária na maioria das zonas rurais, o produtor rural sofre constantemente com a perdas decorrentes do fornecimento de energia instável. Portanto, vamos destacar que vale a pena investir nessa tecnologia, pois paga o investimento rápido e reduz os gastos
A energia solar oferece uma grande oportunidade para o produtor rural em virtude de duas questões: “a primeira é que o custo da energia elétrica, seja em função para propriedade, para irrigação ou para a produção, é um dos custos mais altos. Então, quando o produtor passa a gerar sua própria energia, ele tem mais segurança e cria um seguro tarifário, ou seja, já sabe quanto vai custar sua eletricidade, porque investiu em um sistema que vai se pagar em cinco ou seis anos, e depois a energia gerada pelo sistema será praticamente de graça”, explica Bárbara Rubim, vice-presidente de Geração Distribuída do Conselho de Administração da ABSOLAR.
A segunda oportunidade apontada por ela é possibilidade de usar áreas ociosas na fazenda e também de integrar o sistema de energia solar ao plantio de algumas culturas, por exemplo, usando os módulos fotovoltaicos como cobertura para hortaliças e outros produtos que não podem ser cultivados sem proteção do sol.
Assim, na mesma área que antes o produtor produzia apenas hortaliças, agora pode também gerar energia. Ainda, é possível instalar sistemas flutuantes para produtores que possuam açudes, lagos ou córregos em sua propriedade.
O terceiro ponto é destacado pela disponibilidade de adotar o sistema por meio de financiamentos com juros baixos, seja por meio de linhas privadas ou pelo programa Pronaf. “Em 2017, a participação do consumidor rural no total de capacidade fotovoltaica instalada que o País tinha em geração distribuída era de 2 a 3%, e hoje esse número já cresceu para 8,8%. Percebemos que, cada vez mais, o produtor rural tem enxergado as oportunidades que a energia fotovoltaica vem oferecendo”, esclarece Bárbara Rubim.
Além de todas essas possibilidades, ele ressalta que um sistema fotovoltaico produz eletricidade mesmo em tempos nublados, mas em menor quantidade, isso porque o efeito fotovoltaico depende da luminosidade, e não do calor. “Há a opção de armazenar a energia gerada em dias de muito sol, para usá-la nos dias mais nublados, mas esse armazenamento é feito por baterias, uma modalidade que exige um pouco mais de investimento”, pontua.
Sistema remoto
A energia gerada por um sistema fotovoltaico pode ser utilizada para reduzir a conta de energia de outro local, do mesmo proprietário. Por exemplo, o produtor rural pode instalar um sistema solar fotovoltaico em uma fazenda e compensar o excedente de energia gerado nas contas de energia de sua residência, ou vice-versa. “Mas, para isso, ambas propriedades consumidoras devem ser atendidas pela mesma concessionária de energia”, esclarece Bárbara Rubim.
Ainda segundo ela, o autoconsumo remoto é interessante, porque permite que seja instalado somente um sistema de geração de energia solar de maior porte e potência, evitando inúmeras instalações menores em locais distintos, o que traz maximização do ganho econômico do consumidor.
Custo-benefício
“Para o consumidor em geral, a energia fotovoltaica vale muito a pena, por causa dessas altas tarifas que o Brasil enfrenta nos últimos anos e que estão ainda longe de serem estabilizadas. Junto a esse cenário de alta eletricidade, também tivemos a queda do valor necessário no investimento do equipamento, ou seja, quem investia em um sistema fotovoltaico em 2014, o tempo de retorno era de 10 anos, enquanto hoje está em apenas cinco anos”, compara a especialista.
Outra observação feita por ela é que o preço dos módulos caiu em média 80% nos últimos 10 anos, o que fez com que os preços ao consumidor final caíssem aos níveis atuais. O Brasil tem um potencial enorme, pois, além de tudo, ainda temos os melhores recursos solares do mundo – a nossa radiação solar”, finaliza Bárbara Rubim.