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Calhas – Solução para solos contaminados e para maior qualidade do morango

Douglas José Marques

Professor de Olericultura e Melhoramento Vegetal da Universidade José do Rosário Vellano ““ UNIFENAS

douglas.marques@unifenas.br

Vladimir Landiva

Representante técnico comercial da Solotec Soluções Agrícolas

Fotos Vlademir Landivia
Fotos Vlademir Landivia

Com grande aceitação pelo mercado consumidor, graças a sua atraente coloração e ao aroma e sabor agradáveis, características valorizadas pelo reconhecimento de suas propriedades nutracêuticas, o morango é considerado uma das principais espécies em conteúdo de flavonoides.

Os flavonoides são compostos fenólicos com atividade antioxidante, cujo consumo está associado à prevenção da maioria das doenças crônicas de risco e degenerativas, por combaterem os radicais livres. Na vida prática, o morango é muito utilizado tanto ao natural quanto como ingrediente de sobremesas na forma de doces e tortas, e ainda de sucos, iogurtes e geleias.

A cultura do morangueiro é produzida e apreciada nas mais variadas regiões do mundo, sendo o Brasil o segundo maior produtor da América Latina. É cultivado nas regiões sul, sudeste, centro-oeste e nordeste e representa importante cadeia produtiva, do ponto de vista econômico e social.

A produtividade varia significativamente em função das condições edafoclimáticas da região de cultivo, de fatores fisiológicos, genéticos e ambientais, além do sistema de cultivo empregado.

Importância econômica

O cultivo de morango em substratos nas calhas reduz risco de salinização - Fotos Vlademir Landivia
O cultivo de morango em substratos nas calhas reduz risco de salinização – Fotos Vlademir Landivia

Considerando a demanda por morango de qualidade e ofertados durante o ano todo, a fruta tem contribuído para o investimento em novos sistemas de cultivo que permitam produção adaptada a diferentes regiões e condições adversas do ambiente.

A produção em calhas com substratos viabiliza o cultivo do morango em épocas desfavoráveis do ano, bem como amplia o período de produção, proporcionando maior produtividade e melhor qualidade de frutos. Esta prática é importante para regularizar o abastecimento e obter preços mais elevados pela qualidade do produto.

Produção de morango em calhas

Esse sistema fornecenutrientes em doses e épocas apropriadas - Fotos Vlademir Landivia
Esse sistema fornecenutrientes em doses e épocas apropriadas – Fotos Vlademir Landivia

A técnica de cultivo de morango em substratos nas calhas apresenta um grande avanço frente aos sistemas de cultivo no solo, pois oferece vantagens como:

ð O manejo mais adequado da água;

ð O fornecimento de nutrientes em doses e épocas apropriadas;

ð A redução do risco de salinização do meio radicular;

ð A redução da ocorrência de problemas fitossanitários, que se traduzem em benefícios diretos no rendimento e qualidade dos produtos colhidos;

ð Todas as etapas fenológicas da cultura são feitas em pé, diferente do cultivo tradicional, em que o produtor trabalha abaixado.

Para o enchimento das calhas o produtor deve adquirir substrato de qualidade, que deve apresentar algumas propriedades físicas e químicas intrínsecas importantes para sua utilização, tais como boa capacidade de retenção de água, na faixa de potencial de 01 a 05 kPa, alta disponibilização de oxigênio para o desenvolvimento das raízes, facilidade na manutenção da proporção correta entre fase sólida e líquida, alta capacidade de troca catiônica do material (CTC), baixa relação C/N, entre outras.

Manejo

A produtividade em calhas é variável, pois é dependente da cultivar de morango utilizada e do manejo da cultura. O produtor deve evitar utilizar soluções nutritivas padrões (prontas), pois estas, muitas vezes, podem não atender as exigências da cultivar, do ambiente e da região. Portanto, o produtor deve procurar um profissional habilitado e que tenha experiência nesse tipo de cultivo.

A utilização de substrato em calhas para o cultivo das plantas pode minimizar problemas como a salinização e a concentração de patógenos no solo, presentes em locais de sucessivos ciclos de monocultivo, tendo em vista a possibilidade de substituição do substrato.

Quanto ao suprimento correto de nutrientes no substrato, ainda existem muitos problemas relacionados com a adubação, pois o uso contínuo pode aumentar a condutividade elétrica no dossel de plantio.

Antes do plantio do tomateiro é recomendado que o substrato seja lavado, dentro das calhas, para reduzir a condutividade elétrica. O processo de lavagem é feito no próprio sistema de fertirrigação, aplicando somente água, que deve ser drenada.

O plantio do tomateiro no substrato com a condutividade elétrica alta (entre 02 a 04 dS m-1) aumenta o potencial osmótico do substrato, que pode queimar as raízes e causar a morte das plantas. Os substratos comerciais normalmente possuem condutividade elétrica elevada.

Também é importante ressaltar que, mesmo quando se utiliza água de irrigação de boa qualidade no cultivo protegido, a adição de fertilizantes pela técnica de fertirrigação aumenta o risco de salinização dos substratos.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de setembro 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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