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Adjuvante proporciona menor evaporação do defensivo

Ricardo Aparecido Calore

Engenheiro agrônomo e doutor em Agronomia

ricardocalore@yahoo.com.br

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

A tecnologia de aplicação de produtos fitossanitários trata do conjunto de técnicas e tecnologias para a correta colocação do produto no alvo, na quantidade necessária (quando, e se necessário), consequentemente de forma econômica e com o mínimo de contaminação de outras áreas. Existem diversas técnicas e tecnologias que podem ir ao encontro desse conceito, sendo uma delas a utilização de adjuvantes.

Os adjuvantes são aditivos utilizados nas caldas de pulverização e têm por objetivo principal auxiliar ou trazer algum benefício para determinada aplicação. Os adjuvantes podem ser divididos em surfatantes, óleos (minerais e vegetais), adesionantes, antiespumantes, anti-evaporantes, retardadores de deriva, acidificantes (redutores de pH), tamponantes, protetores solares, espessantes, quelatizantes e fertilizantes nitrogenados.

Apesar das inúmeras classificações, no Ministério da Agricultura ainda não existe uma classificação específica para esse grande grupo e, com isso, o produtor encontra uma grande dificuldade em campo para a sua utilização. Ainda existem diversas empresas oferecendo estes produtos como uma única categoria, mas que podem possuir funções distintas o que pode muitas vezes causar confusões no seu uso.

A adição de adjuvantes à calda de pulverização pode alterar as características físico-químicas das soluções aquosas, mostrando-se dependente de sua composição química e formulação, podendo aumentar ou diminuir o diâmetro mediano volumétrico das gotas, quebrar a tensão superficial da água, reduzir a porcentagem de gotas menores que 100 µm, que são as mais facilmente arrastadas pelo vento, constituindo assim, uma estratégia para a redução da deriva, o que auxilia a correta colocação do produto fitossanitário no alvo, contribuindo, portanto, com ganhos econômicos, seja na eficiência de controle, seja na redução de desperdícios.

Trabalhos

Alguns trabalhos mostram que adição de adjuvantes, como o óleo vegetal, alteram as características físicas das caldas e, consequentemente, a formação de gotas, mesmo quando se utilizam modelos de pontas diferentes, promovendo melhorias nos parâmetros importantes da aplicação, além da diminuição da porcentagem de gotas suscetíveis à deriva e na uniformidade dessas gotas. Esses fatores ser mais sutis, ou não, em função da combinação das caldas fitossanitárias com os adjuvantes e modelos de pontas.

A participação do uso de produtos fitossanitários nos custos de produção na agricultura é muito variável de uma cultura para outra, e esta variação se dá em função das condições climáticas, preço do produto que está sendo comercializado, dentre inúmeras outras.

O mesmo ocorre com as perdas durante a aplicação, que são muito variáveis em função da tecnologia que está sendo empregada, do momento da aplicação, da própria manutenção, regulagem e calibração do equipamento de aplicação, dentre outros fatores.

Condições de aplicação

Muitas aplicações ocorrem em condições climáticas desfavoráveis, como velocidade do vento alta (acima de 10 km/hora), temperaturas elevadas e, principalmente, umidade relativa do ar baixa (abaixo de 50%). Com isso, o tempo de vida das gotas, seu arraste, depósito e, consequentemente, cobertura podem variar muito em função das condições climáticas, do próprio tamanho das gotas e das propriedades da calda (que podem ser alteradas com o uso de adjuvantes).

O uso de adjuvantes pode ser positivo ou negativo em uma aplicação. Positivo quando existe o conhecimento da relação entre o adjuvante e o ingrediente ativo que está sendo utilizado. Por exemplo, muitos herbicidas trabalham em um pH ótimo mais ácido, em torno de 3,0.

Condições específicas

Os adjuvantes são aditivos utilizados nas caldas de pulverização para otimizar a operação - Crédito Jacto
Os adjuvantes são aditivos utilizados nas caldas de pulverização para otimizar a operação – Crédito Jacto

Algumas águas, em certas localidades, podem ter seu pH natural mais alcalino. Sabendo disso, a adição de um acidificante em uma água com pH mais alcalino poderá influenciar na  melhora da eficiência desse herbicida.

Em uma condição oposta, muitos fungicidas trabalham com seu pH ótimo mais próximo da alcalinidade. Portanto, o uso de acidificante nessa situação pode ocasionar o risco de um efeito antagônico na eficiência de controle.

Muitos produtos já possuem em sua formulação adjuvantes para alterar as características da água, como o pH, por exemplo, no intuito de se obter uma maior eficiência da molécula de seu ingrediente ativo. Daí também a importância de se conhecer as características dos produtos fitossanitários antes de ser realizar misturas em tanques, pois pode haver incompatibilidade entre os produtos e comprometer a eficiência da aplicação.

Mesmo adjuvantes que possuem função diferente, como o redutor de deriva, podem ocasionar redução do pH da calda. Isso não quer dizer que todos os redutores de deriva acidificam a calda, mas conhecer o produto, seja pelas informações do fabricante ou fazendo simulações e testes que possam determinar se isso ocorre ou não, são indicativos importantes para a realização de uma aplicação e que podem ou não promover resultados mais eficientes.

Essa matéria você encontra na edição de outubro 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

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