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sábado, novembro 23, 2024
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Silício controla oídio em abobrinha

 

Elisamara Caldeira do Nascimento

Talita de Santana Matos

Doutoras em Agronomia – UFRRJ

Glaucio da Cruz Genuncio

Professor de Fruticultura – DFF/DAAZ/UFMT

glauciogenuncio@gmail.com

 

Crédito Ceasa
Crédito Ceasa

A abobrinha (Cucurbita pepo) é pertencente à família das cucurbitáceas e tem como centro de origem o México. É uma hortaliça que se destaca por estar entra as dez hortaliças mais comercializadas em nosso país. Produz, em média, 10 t ha-1.

Um dos agentes geradores de uma reduzida produtividade da abobrinha é o oídio (Podosphaeraxanthii). Esta doença se caracteriza por uma incidência favorecida por variações climáticas e microclimáticas, ou seja, sua incidência se dá por uma baixa temperatura (18 a 25°C) e clima seco. Via de regra, no Estado de São Paulo incide no período de inverno. Vale ressaltar que esta doença vem se tornando endêmica no cultivo de hortaliças nos cinturões verdes de São Paulo.

Uma das principais recomendações para o cultivo da abobrinha (dentre outras espécies) é o uso de variedades resistentes ao oídio, associadoà aplicação de defensivos sistêmicos registrados para a cultura. Por outro lado, tem se verificado, tanto a campo quanto em pesquisas, respostas positivas quanto à eficiência do silicato de potássio no controle do oídio no cultivo da abobrinha.

Ação do silício contra o oídio

O silício (Si) caracteriza-se por ser um elemento benéfico às plantas, entretanto, é o segundo elemento de maior abundância na crosta terrestre. Pode estar presente na massa seca de um vegetal em percentuais que podem chegar a 08% de toda a massa.

Sua presença no tecido vegetal pode favorecer uma maior resistência ao ataque de pragas e doenças, em especial ao ataque do oídio. Seu uso em pepino é bem referenciado, pois favorece o aumento do teor de clorofila, massa foliar e atividade enzimática quando o mesmo é aplicado na dose de 100 mg/L em solução nutritiva.

Sua ação quanto ao oídio possivelmente acontece pela sua deposição na parede celular, reduzindo a perda de água e fortalecendo a abobrinha pela translocação de Si para as folhas, em específico nos pontos de infecção do oídio.

Assim, a aplicação de Si, na forma de silicato de potássio, é recomendável contra o desenvolvimento das estruturas do oídio presentes na superfície foliar. Vale ressaltar que o Si também pode atuar na expressão de enzimas responsáveis pela autodefesa da planta aos agentes fúngicos.

Quando aplicar

Segundo Ramos e colaboradores (Ramos et al., 2013), a melhor dose para a abobrinha é a de 2,5 L/ha, com aplicações semanais a partir da segunda semana de plantio, com a utilização de silicato de potássio contendo 12% de SiO2.

O custo (ou investimento) é menor que 2% de todo o custo operacional para a cultura e, por ser tratar de um manejo fitossanitário de extrema importância para a abobrinha, a recomendação agronômica em função de seu elevado benefício é fundamental.

Vale ressaltar que existem alguns cuidados para a aplicação do silicato de potássio. Assim, a redução do pH da calda não é prática recomendável, além da incompatibilidade do silicato de potássio a adubos que contenham fonte amoniacal (NH4+), como o MAP e o sulfato de amônio.

Por fim, o uso de espalhante adesivo é fundamental para o aumento da eficiência de absorção foliar do Si. É bom atentar que espalhantes adesivos à base de óleo vegetal são incompatíveis com o silicato de potássio e o seu uso é proibitivo.

Essa matéria você encontra na edição de outubro 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

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