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Manejo integrado de pragas no mamoeiro

Karin Ferretto Santos Collier

Engenheira agrônoma, doutora em Produção Vegetal eprofessora do Centro Universitário (Unirg) – Gurupi-TO

 

 

Crédito-Satis
Crédito-Satis

O mamão (Caricapapaya L.) é uma fruta originária do México e cultivada em diversas regiões do mundo com clima tropical (Brasil, Flórida, Havaí, Porto Rico e Ilhas Virgens). No Brasil, a safra de mamão ocorre de maio a outubro, abastece o mercado interno e também está na pauta de exportações.

As exportações de mamão induziram a discussão sobre a redução da dependência de agrotóxicos para o controle de pragas e doenças em função das exigências do mercado internacional.

Desde 2003, busca-se a adoção dos procedimentos da Produção Integrada (PI) de acordo com as normas para limites de resíduos preconizados no CodexAlimetarius, um programa conjunto da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Além destas normas, a PI foca na adequação aos padrões da EuropeanRetailersProduceWorkingGroup““AgriculturalGoodPractices (Eurepgap) para exportação de frutas para países europeus; e neste sentido adota o programa System Approach para a garantia de áreas livres de pragas quarentenárias, tais como a moscas-das-frutas.

Ainda sobre o uso de agrotóxicos, é relevante informar que o mamoeiro é uma cultura muito sensível à fitotoxidez dos produtos usados.

O MIP possibilita um produto final de melhor qualidade - Crédito Shutterstock
O MIP possibilita um produto final de melhor qualidade – Crédito Shutterstock

Por onde começar

Para a implantação destas medidas de controle, o Manejo Integrado de Pragas (MIP) é a estratégia mais adequada. O MIP parte do conhecimento das pragas principais, secundárias e dos inimigos naturais, para acompanhar a evolução destas populações e intervir no controle, considerando a presença de inimigos naturais e restringindo a aplicação de agrotóxicos apenas na parte do pomar em que a praga atinge o nível de dano econômico.

Estudos

Foram demonstradas, em um estudo conduzido por Santos Filho et al. (2011), as vantagens econômicas da implantação do MIP.Os autores apresentam uma redução de 49,02% dos custos do controle de pragas no mamoeiro com a adoção da metodologia de PI com o monitoramento das pragas.

A adoção do MIP se faz a partir de alguns princípios e práticas para o sucesso desta estratégia de controle de pragas:

ðPreparo do solo – prevenção é o princípio desta técnica, que deve ser executada antes do plantio e se aplica às pragas do solo. Estas podem ser beneficiadas ou prejudicadas pelo excesso de água, pela falta de aeração em solos compactados, por ferimentos causados por implementos agrícolas, entre outros.

ðQuebra-vento – a adoção de quebra-ventos é utilizada com sucesso na cultura dos citros e é recomendada para o mamoeiro como forma de prevenção da mancha anelar, causada pelo Papayaringspot vírus, transmitido pelos pulgões.

ðManejo de plantas invasoras ““ As plantas invasoras, especialmente as cucurbitáceas, devem ser eliminadas, pois são hospedeiras dos pulgões, vetores da mancha anelar.

ðControle biológico ““ esta é a prática fundamental do MIP, pois busca a manutenção do nível de equilíbrio das pragas. O MIP na cultura do mamoeiro se baseia no conceito da conservação, também conhecido como controle biológico natural. A adoção deste método se baseia no uso de agrotóxicos seletivos aplicados no momento correto para preservar os inimigos naturais. A aplicação de agrotóxicos deve ser feita mediante monitoramento.

A metodologia de amostragem segue os parâmetros apresentados no folheto “Identificação e monitoramento de pragas regulamentadas e seus inimigos naturais“, elaborado por pesquisadores da Embrapa ““ Mandioca e Fruticultura Tropical (Santos Filho et al., 2009).

Lavoura sadia proporciona maior produção - Crédito Shutterstock
Lavoura sadia proporciona maior produção – Crédito Shutterstock

Monitoramento

O monitoramento se baseia em visitas periódicas ao pomar para o registro da presença das pragas, danos, sintomas e a presença de inimigos naturais. De acordo com o tipo de praga, a amostragem pode ser:

üSistemática ““ pragas primárias e inimigos naturais (o ano todo);

üOcasional ““ pragas secundárias (ao mesmo tempo em que se faz a sistemática, mas em épocas específicas);

üMonitorada ““ uso de armadilhas específicas.

O talhão para a amostragem deve ter até dez hectares, onde são amostradas três plantas da mesma idade e da mesma variedade, e deve ser realizado em zigue-zague.

Deve-se inspecionar a parte da planta atacada pela praga, como por exemplo, as folhas do chapéu do mamoeiro, para verificar a presença de ácaro-branco e as folhas mais desenvolvidas para o ácaro-rajado.

A frequência da coleta de dados é determinada pela biologia da praga, época do ano, dados climáticos, etc. A inspeção deve ser realizada por uma pessoa capacitada (pragueiro) para a detecção das pragas e dos inimigos naturais. A análise dos dados é feita pelo manejador de pragas, um profissional com conhecimentos sobre as táticas e estratégias do MIP, que é quem determina o nível de ação.

Essa matéria completa você encontra na edição de outubro 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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