O funcionamento do sensor de irrigação Irrigas® foi desenvolvido para auxiliar o agricultor no manejo diário da água de irrigação e pode ser utilizado em diferentes espécies de hortaliças, em diversos tipos de solos e sistemas de irrigação.
O sensor funciona como um sistema gasoso de controle de irrigação baseado em uma cápsula porosa conectada por um tubo de plástico flexÃvel a uma cuba transparente de leitura. “A instalação do sensor é simples e pode ser feita pelo próprio agricultor. As leituras são fáceis e indicam com rapidez se há ou não necessidade de irrigar o solo“, assinala Lenita Haber, analista de Transferência de Tecnologia.
Os sensores devem ser instalados em três locais distintos de uma unidade de irrigação ou em cinco locais, em caso de área heterogênea quanto à textura do solo. Em cada ponto eles devem ser fixados em duas profundidades: um na metade do comprimento das raízes e outro logo abaixo do sistema radicular.
Como funciona
O equipamento funciona a partir do equilíbrio entre a água e o ar presente no solo e na cápsula porosa. O mecanismo é simples: se houver passagem de ar pela cápsula localizada na metade do comprimento das raízes, é sinal que o solo está seco e há necessidade de irrigar. Por outro lado, se a cápsula disposta logo abaixo das raízes estiver preenchida com água, o agricultor irrigou em excesso e, além da água, ele está desperdiçando nutrientes.
“A leitura do sensor deve ser realizada diariamente, preferencialmente pela manhã. Em condição ambiental que requeira mais de uma irrigação por dia, como clima quente e seco ou solo de textura grossa, recomenda-se fazer uma segunda leitura no início da tarde“, esclarece Lenita.
O sensor Irrigas® foi patenteado pela Embrapa e está licenciado para comercialização pela empresa Hidrosense – www.hidrosense.com.br.
Irrigação na hora e na medida certa
Em tempos de crises hÃdricas frequentes, o produtor rural deve optar por sistemas de irrigação mais eficientes e atentar para o manejo adequado de irrigação. “O uso racional da água de irrigação é imprescindÃvel para evitar o desperdÃcio desse insumo nas áreas de produção agrícola“, ressalta o agrônomo Marcos Braga, pesquisador da Embrapa Hortaliças e especialista em Irrigação e Drenagem.
EquilÃbrio é fundamental
O manejo correto é indispensável para o uso racional da água porque, ainda que se tenha um bom sistema, se o produtor não souber dimensionar a quantidade de água, o sistema não vai atingir seu potencial de economia. “A água de irrigação representa uma fatia pequena no custo de produção, quando comparada à adubação, mão de obra e outros gastos. Por isso, na maioria dos casos o erro é sempre por irrigar em excesso“, contextualiza Braga ao enfatizar que, além do desperdÃcio, uma quantidade exagerada de água pode ser mais prejudicial que benéfica, visto que desconsidera a demanda hÃdrica de cada cultura para se manter em uma situação de conforto.
“Em regiões com solos bem argilosos, o excesso de água pode encharcar e comprometer a absorção dos nutrientes. As raízes das plantas devem respirar para captar água e nutrientes“, aponta.
A irrigação em excesso também favorece a incidência de doenças e compromete o desenvolvimento, porque pode causar a lixiviação de adubos e, com menor aporte de nutrientes, a planta fica menos vigorosa e mais suscetÃvel aos microrganismos nocivos.
Por isso, o uso de sensores como o Irrigas® são aconselháveis para garantir melhor desenvolvimento das plantas e menor desperdÃcio de água.