Fabiano Pacentchuk
Engenheiro agrônomo, mestre em produção Vegetal e doutorando em Agronomia – Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO)
Fábio Nascimento Lima
Técnico em Agropecuária e graduando em Agronomia ““ Unicentro
Criz Renê Zanovello
Engenheiro mecânico e mestrando em produção vegetal – Unicentro
ItacirEloiSandini
Engenheiro agrônomo, doutor e professor do curso de Agronomia ““ Unicentro
Verifica-se uma constante busca pela maior eficiência produtiva das lavouras. Para alcançar esse objetivo, um dos primeiros passos é entender a área em que se deseja produzir. Nesse contexto, a análise quÃmica do solo é a melhor ferramenta para diagnosticar a situação da fertilidade do solo, além de dar suporte à tomada de decisão para compra de corretivos e/ou fertilizantes.
A análise de solo se torna economicamente importante, visto que o custo de uma análise de solo simples representa menos de 1,0% do custo de produção e, se manejada de forma adequada, pode reduzir em torno de 30% os gastos com corretivos e fertilizantes, além das perdas de produtividade oriundas de deficiências nutricionais.
O solo, por ser um sistema aberto, apresenta grande complexidade e se comporta de forma dinâmica. Assim, a aplicação errônea de corretivos e/ou fertilizantes afetará negativamente o desempenho de uma determinada cultura.
No Brasil, a mensuração da quantidade de nutrientes disponíveis no solo e os estudos sobre as exigências nutricionais das plantas, associado ao emprego de tecnologias de correção de solo, permitiram o aumento de produtividade em áreas que naturalmente apresentavam baixa fertilidade.
Recomendações
As recomendações de calagem e adubação são baseadas na intepretação de análises de solo, observando o nível crÃtico de cada nutriente para cada cultura.
Na análise de solo está expresso o quanto de cada nutriente está realmente disponível para a cultura. As medições são realizadas por metodologias pré-definidas e distintas para cada nutriente, ou mesmo grupo de nutrientes.
Vale salientar que os critérios de interpretação não são únicos e variam entre os Estados da federação. Após a interpretação da análise de solo tem-se fundamentalmente dois caminhos, que são a calagem e/ou adubação.
Um e outro
A calagem é uma prática rotineiramente adotada nas lavouras brasileiras.Seus efeitos são relacionados ao aumento dos teores trocáveis de Ca e Mg, do pH, da capacidade de troca de cátions (CTC) e da redução do Al tóxico às plantas (Raij, 2011).
Com o acréscimo das doses de aplicação de corretivo podem ocorrer também influências negativas em diferentes processos bioquímicos do solo, o que pode causar aumento da taxa de nitrificação e de mineralização da matéria orgânica (MO) (Silva et al., 1994), além da elevação desnecessária do custo de produção.
A adubação, por sua vez, tem como função fornecer os nutrientes que estejam faltando no solo e, consequentemente, limitam a produtividade da cultura. De acordo com a quantidade exigida pelas plantas, os elementos essenciais são divididos em: macronutrientes (nitrogênio, fosforo, potássio, cálcio magnésio e enxofre), que são exigidos em maiores quantidades (normalmente em kg ha-1), e os micronutrientes (boro, cobre, cloro, ferro, manganês, molibdênio e zinco), que são exigidos em menores quantidades (normalmente em g ha-1).
Investimento
As práticas de calagem e adubação do solo deveriam ser um investimento para o produtor, pois pode ser recuperado na colheita e comercialização de sua safra. Porém, como todo investimento, deve ser realizado de forma consciente e precisa, para que o retorno seja o mais lucrativo possível nas condições de cultivo.
Logo, realizar a análise de solo de forma correta, evitando qualquer erro no processo, principalmente no momento da coleta, se mostra uma ferramenta indispensável para aumentar a eficiência econômica de uma lavoura.
Assim, a calagem e a adubação têm como objetivo estabelecer o equilíbrio nutricional do solo, de forma a manter os nutrientes disponíveis para a absorção das plantas.
Deste modo, para recomendações de correção ou manutenção da fertilidade do solo é necessário conhecimento das exigências nutricionais da planta e do potencial produtivo da cultura. Deve-se ainda, considerar as características químicas, físicas e biológicas do solo, além do conhecimento sobre a dinâmica de cada nutriente neste solo.