Laila de Carvalho Henrique
Gilberto Pereira Lopes
Christiano Lima de Oliveira
Fernanda Alves Gomes
Graduandos em Engenharia Agronômica – UFSJ/CSL e participantes do GEFIT Ensino/Extensão
O Brasil é o terceiro país dentre os maiores produtores de milho, com 8,0% do total produzido no mundo, o equivalente a 86,5 milhões de toneladas.
Produção de milho, em milhões de toneladas | ||||
Países | 2015 | 2016 | 2017 | Var. 16/17 |
EUA | 361,1 | 345,5 | 386,8 | 11,9% |
China | 215,7 | 224,6 | 219,6 | -2,3% |
Brasil | 850, | 67,0 | 86,5 | 29,1% |
U.E. | 75,8 | 58,5 | 60,7 | 3,8% |
Argentina | 28,7 | 29,0 | 36,5 | 25,9% |
Outros | 247,7 | 236,5 | 249,7 | 5,6% |
Total | 1.014,0 | 961,1 | 1.039,7 | 8,2% |
Fonte: USDA (adaptado por Farmanews)
 Com o crescimento da produção agrícola brasileira a partir de 1960 até o ano 2000, as regiões sul, sudeste e o Estado de Goiás respondiam por aproximadamente 70% da oferta nacional do grão.
Entretanto, a partir de 2001 a dinâmica da produção do cereal começou a tomar novos rumos, sendo que na safra 2015/16 o total da produção destes Estados representou menos de 45% da colheita no País.
Os fatores responsáveis por esta mudança na cadeia produtiva do milho são diversos: expansão da agricultura para o Cerrado, busca por novas tecnologias pelos produtores, desenvolvimento de sementes mais adaptadas às condições climáticas de cada região, aquisição de equipamentos de melhor rendimento e desempenho, e criação de técnicas redutoras de perdas físicas e de qualidade.
Máximo potencial produtivo
A cultura do milho vem alcançando ganhos fantásticos de produtividade nestes últimos anos. Atualmente, com uma média de 5.400 kg/ha, o Brasil vem mantendo a taxa de crescimento de produtividade na ordem de 5,0% ao ano, se considerarmos a média de 10 anos atrás, cerca de 3.400 kg/ha.
Uma área de 06 ha, no município de Palmeira das Missões (RS), atingiu a marca histórica de 411 sc/ha (24.660 ton/ha) com um híbrido de milho específico, com repasse de pivô central e alta aplicação de fertilizantes. Outros ensaios ficaram na média entre 207 e 308 sc/ha.
Hoje, no Brasil, é comum encontrarmos produtores, detentores de alta tecnologia, com médias acima de 10.000 kg/ha e até 12.000 kg/ha, chegando a patamares de 15.000 kg/ha.
Esta mudança vem sendo possível graças ao avanço tecnológico proporcionado pelo desenvolvimento de híbridos com genética superior, passando por novas tecnologias, como o milho Bt, serviços e informações disponibilizadas, e ao profissionalismo dos agricultores na adoção de práticas que proporcionem maior nível de respostas e segurança aos híbridos comercializados.
Em dez anos, ou pouco mais, o Brasil saiu de uma produção de milho de 35 milhões de toneladas, numa área de plantio aproximada de 12,3 milhões de hectares, para mais de 82 milhões de toneladas em 15,12 milhões de hectares. Estes são números incontestáveis que demonstram o grande crescimento da qualidade tecnológica da cultura do milho no Brasil.
Opções
A cultivar escolhida é responsável por 50% do rendimento final. Logo, a escolha correta da semente pode levar ao sucesso ou insucesso da lavoura. A escolha de cada cultivar deve atender às necessidades específicas de cada sistema produtivo, pois não existe um material que possa proporcionar o máximo potencial produtivo sem que seja levado em consideração todas as situações regionais.
Não faltam opções de sementes do total de 477 milhos disponíveis no mercado, dos quais 323 são, de fato, materiais genéticos diferentes e os demais 154 são variações de eventos transgênicos. Analisando apenas estas 323 cultivares, que oferecem genética distinta, a predominância é de híbridos simples (HS), modificados ou não, com 60,07%.
Os híbridos triplos (HT), modificados ou não, respondem por 18,57% do mercado; híbridos duplos (HD) 9,91%, e as variedades, híbridos intervarietais e “Top Cross“ respondem por 11,45% das opções de mercado.
Na safra 2016/17 o levantamento demonstra que estiveram disponíveis para os produtores brasileiros 315 cultivares de milho. Deste total, 214 materiais apresentam alguma tecnologia transgênica, principalmente voltadas para os controles de pragas, como as lagartas de parte aérea e do solo, além de materiais para resistência às moléculas do glifosato. As 101 cultivares que completam o levantamento não apresentam nenhuma tecnologia transgênica (convencionais).
Características
As cultivares transgênicas disponibilizadas no mercado apresentam várias tecnologias responsáveis por grande parte do controle de lagartas que atacam a cultura tanto na parte aérea quanto de solo, bem como de plantas resistentes ao glifosato e glifosinato.
Além da diversidade de eventos transgênicos, as empresas devem disponibilizar aos agricultores, na próxima safra, 213 híbridos simples (HS), 53 híbridos triplos (HT), 19 híbridos duplos (HD), 16 variedades (V), 10 híbridos simples modificados (HSm) e 2 híbridos triplos modificados (HTm).