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Fechamento da janela de semeadura da soja facilita manejo da ferrugem

Andréia Marcilane Aker

Engenheira agrônoma e doutoranda em Produção Vegetal ““ UFVJM

andreiaaker@hotmail.com

 

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Nos últimos anos, a agricultura no Brasil conseguiu significativos avanços tecnológicos que têm resultado em aumento na eficiência produtiva de grãos e redução no impacto ambiental por meio do uso racional de insumos.

Contudo, considerando que um dos principais gargalos da atualidade é a necessidade de alimentar a crescente população mundial, ainda se faz necessário a intensificação das áreas de cultivos.

No entanto, paralelo a isso, as áreas cultivadas sob cultivo irrigado, aliado ao uso contínuo e intensivo das lavouras, favoreceram o aumento de pragas e doenças nas culturas e promoveram a redução das populações de organismos benéficos, devido ao uso intensivo de inseticidas e fungicidas.

 

Abaixo as pragas

A ação do ataque de pragas e doenças nas lavouras tem comprometido a melhoria e o incremento da produtividade das culturas, até mesmo impedido produtores de expandir as áreas de plantio ou mesmo exercer a manutenção necessária em regiões em que a atividade agrícola é uma alternativa.

Dessa forma, é indispensável o monitoramento das lavouras para se ter o diagnóstico dos principais ataques de pragas e doenças, bem como conhecer o respectivo agente causal, sendo essa uma medida de controle preventivo, para que se possa posteriormente adotar o manejo e o controle adequado para cada situação.

No intuito de mitigar os danos ocasionados nas lavouras, e como medida de controle são recomendadas várias estratégias, dentre as quais indica-se fazer a rotação de cultura, a semeadura na época adequada, utilizar cultivares que tenham ciclo precoce, monitorar constantemente a lavoura, desde o início do desenvolvimento da cultura, fazer uso de produtos indicados para a cultura específica na área, e que sejam aplicados adequadamente, de forma preventiva ou curativa, para diminuir o dano causado.

 A utilização de cultivares de ciclo precoce é uma ferramenta no manejo da ferrugem - Crédito Shutterstock
A utilização de cultivares de ciclo precoce é uma ferramenta no manejo da ferrugem – Crédito Shutterstock

Vazio sanitário

Ainda como medida preventiva, tem-se a eliminação das plantas tigueras e o cumprimento do vazio sanitário, que obrigatoriamente deve ser seguido nos Estados produtores de soja, algodão e feijão.

O vazio sanitário é considerado como o período de ausência total de plantas vivas na área de cultivo, sejam elas implantadas em período de safra, entressafra, como plantas involuntárias ou tigueras nas lavouras. Dessa forma, os campos agrícolas devem ser monitorados constantemente, desde o início do desenvolvimento da cultura.

Em cumprimento às normativas estaduais deste período, todas as espécies voluntárias, hospedeiras de pragas-alvo e doenças, devem ser destruídas mediante o uso de produtos químicos ou por métodos físicos, como a utilização de grade, dentro do prazo estipulado.

Cada Estado deve atender o período do vazio sanitário vigente, sendo variável de acordo com a cultura e suas condições climáticas. Para cultivos de soja, vai de junho até novembro, variando de acordo com a legislação estabelecida pelos órgãos de fiscalização de cada Estado.

Além do Brasil, o Paraguai também estabeleceu o período de vazio sanitário (pausa fitossanitária) entre 1º de junho a 30 de agosto, devido às fronteiras agrícolas e suas áreas de cultivo de soja.

Aferrugem

Dentre as principais doenças que acometem a cultura da soja no Brasil, a ferrugem asiática da soja Phakopsorapachyrhizi (Sydow& P. Sydow) é a mais importante, devido a sua severidade no ataque a cultura e sua presença constante em quase todas as áreas produtoras. As perdas em lavouras atacadas podem chegar a até mais de 70% da produtividade, quando não há o controle adequado.

Dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento revelam que todos os Estados que possuem cultivo de soja já foram atingidos pela doença, envolvendo uma área de 22 milhões de hectares.

O nível de severidade da doença varia em função das condições climáticas em cada ambiente.Assim, também pode haver variações anuais nas estações e local de ocorrência.

Devido às condições climáticas favoráveis, a severidade da doença ganhou destaque no Brasil, apresentando níveis de ataque superior a qualquer outro país. As condições ideais para desenvolvimento da doença variam de 18 a 26ºC e em áreas sob irrigação com período de molhamento foliar acima de 15 horas.

O agente causal da ferrugem asiática é um fungo considerado como patógeno biotrófico, necessitando de células hospedeiras vivas para garantir nutrição e completar seu ciclo de vida.

Essa matéria completa você encontra na edição de dezembro 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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