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Algas proporcionam pêssegos mais saborosos

 

Nilva Terezinha Teixeira

Engenheira agrônoma, doutora em Solos e Nutrição de Plantas e professora de Nutrição de Plantas, Bioquímica e Produção Orgânica do Centro Universitário do Espírito Santo do Pinhal (UniPinhal)

nilvatteixeira@yahoo.com.br

Fotos Pixabay
Fotos Pixabay

Em qualquer exploração agrícola, inclusive na fruticultura, dois fatores influenciam os resultados econômicos: quantidade produzida e qualidade do produto. São inúmeros os fatores que influenciam a produtividade e qualidade das frutas: clima, solo, adubação, etc.

 As propriedades que tornam as frutas apreciadas pelo consumidor dizem respeito à aparência, sabor, odor, textura e valor nutritivo. A maior ênfase é atribuída à aparência externa, como a cor, brilho, formato e frescor do produto.

 

Ciclo da fruta

Sabe-se que na formação de frutos há diversas etapas: pegamento, desenvolvimento, maturação e senescência. A fase de maturação é aquela em que os frutos são transformados em atrativos e prontos para o consumo.

As principais alterações sensoriais que ocorrem durante o processo de maturação referem-se à aparência, textura e sabor.Quando se considera a textura, um dos aspectos mais importantes é a firmeza dos frutos, que diminui com o amadurecimento. Porém, está relacionando ao armazenamento, transporte e, assim, à comercialização.

A aparência, que se relaciona ao tamanho, formato, defeitos, brilho e coloração, é um ponto fundamental na qualidade do produto e, portanto, em sua colocação no mercado. Na maturação as clorofilas presentes nos frutos começam a se degradar e se sintetizam carotenoides e ficobilinas, que tornam os frutos amarelos, alaranjados ou avermelhados.

Algas estimulam a floração - Fotos Pixabay
Algas estimulam a floração – Fotos Pixabay

O sabor

O sabor dos frutos é resultado do equilíbrio entre os seus diversos componentes químicos. Na maioria das frutas, com o amadurecimento aumentam os teores de substâncias como a glicose e a frutose, e diminuem os compostos ácidos, o que confere maior doçura ao alimento.

Entre as ferramentas para melhorar a produtividade e a qualidade dos frutos estão os produtos derivados de algas marinhas, que vêm sendo empregados como fertilizantes e bioestimulantes na fruticultura. Mas, qual a razão?

As algas

A utilização de extratos de algas na agricultura tem crescido, principalmente por ser uma alternativa ao uso de fertilizantes e bioestimulantes na agricultura, que causa menor impacto ambiental. Esse avanço também se deve aos compostos bióticos existentes nos extratos de algas que melhoram o desempenho das plantas e sua tolerância a estresses abióticos e bióticos durante seu cultivo, por influenciarem inúmeros processos fisiológicos e bioquímicos nos vegetais.

Entre as espécies de algas, duas são as mais estudadas e empregadas: Ascophyllumnodosum e Eckloniamaxima, que possuem grande potencial bioestimulante, principalmente por conterem fitohormônios em sua constituição.

Ainda, ambas contêm nutrientes de plantas (N, P, K, Ca, Mg, S, B, Fe e Mn), aminoácidos (alanina, ácido aspártico e glutâmico, glicina, isoleucina, leucina, lisina, metionina, fenilalanina, prolina, tirosina, triptofano e valina), carboidratos e fitohormônios, auxinas, giberelinas, ácido abscísico e substâncias que afetam o metabolismo celular das plantas e conduzem ao aumento do crescimento.

O sabor dos frutos é resultado do equilíbrio entre os seus diversos componentes químicos - Fotos Pixabay
O sabor dos frutos é resultado do equilíbrio entre os seus diversos componentes químicos – Fotos Pixabay

Benefícios

Uma vasta gama de efeitos benéficos tem sido observada com a aplicação de extratos de Ascophyllumnodosum e Eckloniamaxima, incluindo o aumento do rendimento da cultura, maior absorção de nutrientes, aumento da resistência às geadas e condições de estresse, aumento no tempo de prateleira do fruto, melhoria na germinação de sementes e redução da incidência de ataque de fungos e insetos. Observa-se, ainda, maior qualidade da produção, inclusive em fruticultura.

Na formação de frutos do pessegueiro, como já se citou, há diversas etapas: pegamento, desenvolvimento, maturação e senescência,todas com demanda de energia e que ocorrem com controle hormonal. As algas marinhas, como também já se referiu, é rica em auxinas e citocininas, betaínas, giberelinas, ácido abscísico, ácido jasmônico e poliaminas, que promovem divisão celular, transporte de açúcar da fonte (folhas) para o dreno (frutos) e maturação dos frutos.

Assim, a inclusão de tais organismos na fase reprodutiva do pessegueiro muito contribuirá para melhorar a quantidade e qualidade dos frutos, favorecendo que a frutífera ultrapasse tal fase mais facilmente.

Pesquisas

Ensaios de campo com pessegueiro em produção mostraram que a inclusão de formulados contendo algas marinhas em pulverização ou fertirrigação em três épocas: pré-florescimento, pós-florescimento e após a queda das pétalas mostraram aumentos de 10 a 15% em número de frutos.

Incrementou, ainda, o teor de sólidos solúveis, a consistência do produto e reduziu a sua acidez. Em resumo, aumentou a produtividade e a qualidade dos frutos.

A explicação para os efeitos benéficos proporcionados pela adição de algas marinhas ao processo produtivo vegetal pode ser pela já citada riqueza dos referidos organismos em reguladores de crescimento, tais como auxinas, citocininas, giberelinas ebetaínas.

Essa matéria completa você encontra na edição de dezembro 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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