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A tecnologia na agricultura

Fernando Mendes Lamas

Pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste

fernando.lamas@embrapa.br

 

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Não existe qualquer tipo de dúvida que os desafios postos à agricultura somente serão superados com a adoção de tecnologias modernas. Estas tecnologias deverão garantir a segurança alimentar em perfeita sintonia com a conservação ambiental.

Segundo dados gerados a partir do censo agropecuário do IBGE, em 2006, a tecnologia foi responsável por quase 70% do crescimento da produção de grãos, enquanto em1996 a tecnologia foi responsável por 50% do aumento da produção de grãos. Esses dados não deixam a menor dúvida sobre a importância da tecnologia no aumento da produção, o que se dá fundamentalmente pelo aumento da produtividade.

Ao mesmo tempo em que a tecnologia é fundamental para o aumento da produção, é preciso que os usuários tenham conhecimento para protegê-la. A vida útil de uma tecnologia pode ser muito curta se esta não for utilizada de forma adequada.

No Brasil, de acordo com dados publicados recentemente, vem crescendo o uso de herbicidas em áreas cultivadas com soja resistente ao glifosato. Em comparação ao ano de 2015/16, houve um crescimento de 55% no uso de herbicidas complementares ao glifosato na cultura da soja no ano de 2016/17. Esses dados revelam que alguma coisa não está certa. É provável que a tecnologia não está sendo utilizada de forma adequada, o que tem contribuído para o surgimento de espécies de plantas daninhas resistentes a vários herbicidas.

Hoje já temos plantadeiras “auto propelidas“, ou seja, não precisam mais do trator para tracioná-las. As sementes, insumo da maior significância, estão sendo comercializadas tendo como referencial de mensuração não mais o “saco“, e sim o número de sementes.

Poderíamos enumerar centenas de tecnologias, sem esquecer que estamos na era da agricultura digital. Mas, para que possam ser disponibilizados para a população alimentos, fibras e energia em quantidade e com a qualidade exigida, serão necessários sistemas de produção integrados e dinâmicos, fundamentados em ciência e tecnologia, tendo como fundamentos a economia de escopo.

Estamos na era da quarta revolução tecnológica na agricultura. “A agricultura 4.0“, com forte conteúdo digital e conectada.Felizmente, temos muitas tecnologias disponíveis e em desenvolvimento, as quais, com certeza, irão contribuir para a melhoria de todo o processo de produção agrícola.

No entanto, não podemos de forma alguma desconsiderar aquelas tecnologias tidas como antigas por alguns, mas indispensáveis para assegurar níveis de produtividade dentro dos padrões almejados, especialmente quando estiverem em jogo recursos não renováveis, como é solo.

Pesquisas

Resultados de pesquisa realizada na metade sul de Mato Grosso do Sul e de São Paulo e na metade norte do Paraná, pelo Rally da Safra (2017), apontam resultados preocupantes do ponto de vista de tecnologia agrícola. Na amostra realizada, em 83% dos casos não se constatou a existência de terraços e em 63% a semeadura de soja e milho não era realizada em nível.

Práticas de controle da erosão, como plantio em nível e uso de terraços, são tecnologias muito importantes quando se pensa em sustentabilidade da produção. Estas tecnologias são antigas e de custo relativamente baixo

Essa matéria você encontra na edição de janeiro 2018 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

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