Daniel de Souza Reis Júnior
Antônio Carlos dos Santos
Graduandos em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras (UFLA) e membros do Programa de Educação Tutorial (PET Agronomia)
Antônio Henrique Fonseca de Carvalho
Graduando em Agronomia ““ UFLA e técnico em Agropecuária (DAG-UFLA)
Gustavo Henrique do Nascimento
Engenheiro agrônomo e mestrando em Agronomia/Fitotecnia ““ UFLA
O cultivo do milho safrinha no Brasil tem crescido consideravelmente nos últimos anos, sendo observado um aumento da área plantada em praticamente todas as regiões do país.
De acordo com estimativas da CONAB (2017), a segunda safra de milho foi superior à área cultivada na safra verão em 104%. Juntamente com o aumento das áreas plantadas foram observados incrementos em produtividade, possibilitados por fatores como correções adequadas e construção da fertilidade nos perfis do solo, adequação de híbridos às regiões de cultivo, época de semeadura, pacotes tecnológicos incorporados às sementes e maquinários, rotação de culturas, dentre outros, que atualmente se enquadram nos chamados “sistemas de produção“.
Os sistemas de produção estão baseados no conjunto de elementos (insumos agrícolas) que operam de forma organizada e harmônica, baseados em determinadas premissas para que se alcance altas produtividades com eficiência e sustentabilidade, respeitando os recursos naturais.
Safra de verão
Atualmente, a soja é a principal cultura utilizada na safra de verão pelos agricultores brasileiros, fator que tornou o cultivo do milho segunda safra extremamente importante para manutenção do sistema produtivo.
Dessa maneira, a harmonização entre safra e safrinha tem proporcionado uma série de benefícios, como a manutenção de cobertura no solo, evitando a exposição destes às radiações ultravioleta emitidas pelo sol, e consequentemente, o aumento da temperatura e morte de microrganismos benéficos às raízes das culturas, além da diminuição da incidência de plantas daninhas e dos impactos diretos das gotas de chuva sobre a superfície do solo, levando ao desprendimento de partículas e iniciando o processo erosivo.
Correção do solo
A implantação de um sistema de produção tem seu início na correção e posterior construção da fertilidade do solo, tendo como base uma correta amostragem do solo das áreas de cultivo e envio das amostras a laboratórios credenciados, obtendo assim confiabilidade nos resultados para as futuras recomendações.
Nesse contexto, a correção adequada do solo, por meio da utilização do calcário agrícola, se faz uma prática importante quando se almeja altas produtividades, devendo estar atento para que ela ocorra também nas camadas em profundidade, facilitando assim o crescimento radicular devido à menor obstrução das raízes por íons alumÃnio (Al3+), além do fornecimento de íons cálcio (Ca2+) e magnésio (Mg2+), proporcionando maior sanidade às raízes e, consequentemente.maior resiliência frente às condições climáticas adversas e aos microrganismos patogênicos.
No entanto, vale ressaltar a importância da escolha do calcário que mais se adéquaàs necessidades do produtor, avaliando as quantidades de óxidos de cálcio (CaO) e magnésio (MgO) presentes em sua constituição, a reatividade do produto e a relação custo/benefÃcio, principalmente em relação ao transporte do insumo até a fazenda.
Gessagem
Outra técnica de suma importância é a utilização do gesso agrícola como fonte de enxofre (S) e construtor da fertilidade nas camadas profundas do solo, carreando íons cálcio (Ca2+) e enxofre (S) no perfil do solo, condicionando um ambiente benéfico ao crescimento radicular pela redução na saturação de alumÃnio tóxico às raízes.
Conjuntamente à correção dos atributos químicos do solo, deve-se atentar para a necessidade e o momento ideal para realizar as operações físicas, como gradagem, aração e subsolagem, de tal forma que estas sejam feitas em condições ideais de umidade e com equipamentos adequados à operação.
Na dose certo
No processo de construção da fertilidade do solo, com base nas análises laboratoriais, aplicações corretivas de fósforo e potássio em maiores doses são realizadas até que atinjam patamares considerados ideais à cultura.
Posteriormente, o monitoramento é realizado de acordo com as quantidades exportadas de cada nutriente, estimadas com base nas produtividades almejadas. Em relação à cultura do milho, o nitrogênio é o nutriente absorvido em maior quantidade, sendo seu manejo fundamental para garantir altos rendimentos.