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Panorama da produção de melancia no Brasil

Roberto Dantas de Medeiros

Engenheiro agrônomo, doutor em Fitotecnia e pesquisador da Embrapa Roraima

Admar Bezerra Alves

Engenheiro agrônomo, mestre em Agronegócio e pesquisador da Embrapa Roraima

admar.alves@embrapa.br

 (CréditosShutterstock
(CréditosShutterstock

A cultura da melancia é cultivada em todas as regiões do Brasil, se apresentando com uma área plantada de 94.555 ha e área colhida de 90.447 no ano de 2016, de acordo com o IBGE. Analisando os dados da área colhida nos últimos 10 anos, observa-se que não houve variação significativa na exploração dessa lavoura, destacando-se uma pequena elevação ocorrida nos anos de 2007 e 2011, com áreas colhidas de 96.556 ha e 97.718 ha, respectivamente.

Em relação à produção, o volume total alcançado em 2016 foi de 2.163.501 toneladas e uma produtividade média de 23.511 kg/ha. Neste contexto, levando em consideração o período de 2007 a 2016, a produção e a produtividade média têm se mantido estável.

Destaque

A região nordeste se destaca com maior produção, sendo o Estado da Bahia o maior produtor, seguido do Rio Grande do Norte. Pela ordem vem a região norte,sendo o Estado de Tocantins o maior produtor, seguidoda região sul, representada pelo Rio Grande do Sul. As regiões do centro-oeste, com destaque para Goiás e Sudeste, representado por São Paulo, nessa ordem, complementam o ranking da produção nacional da melancia.

Analisando o contexto da produtividade em nível nacional, a qual em 2016 foi de 23.511 kg/ha, convém destacar o Estado do Ceará, que se apresentou com rendimento médio de 44.338 kg/ha, e Goiás com 38.830 kg/ha. Esses dados evidenciam a exploração da cultura em sistema irrigado, adoção de alta tecnologia em uso de insumos e manejo.

No entanto, observa-se que em alguns Estados, como Amapá e Piauí, a produtividade se apresenta com média abaixo de 7.000 kg/ha, fato associado ao cultivo de sequeiro e baixo nível tecnológico.

Demanda

A maior demanda do produto ocorre nos principais centros consumidores do País, por meio dos Centros de Abastecimento de hortifrutigranjeiros (Ceasas), destaque para a Ceagesp-SP a qual comercializa um volume médio de 110.576 toneladas (Agrianual, 2015).

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Investimento x retorno

O cultivo da melancia, por apresentar um ciclo muito curto, média de 65 dias, proporciona retorno rápido de investimento, consequentemente, atrai muitosinvestidores no campo. No entanto, sua exploração, com adoção de tecnologia, exige também alto custo.

Dependendo do nível tecnológico e das condições edafoclimáticas da região de produção, o custo de produção médio está em torno de R$ 11.250,00 por hectare, considerando somente os custos diretos e indiretos.

Levando em consideração que a propriedade possua o recurso natural água, sem necessidade de investimento em infraestrutura, por exemplo, de abertura de poços, soma-se a esses custos os gastos com equipamentos de irrigação, em média de R$ 7.000,00 por hectare, totalizando um custo inicial de R$ 18.250,00.

Portanto, apesar de atrativo, o cultivo da melancia requer um estudo prévio da viabilidade, considerando os riscos da lavoura, que em muitas regiões de cultivo tradicional é muito alta em função do ataque de pragas e doenças, bem como do risco de baixos preços no mercado consumidor.

Neste contexto, a rentabilidade do cultivo da melancia está associada ao preço de mercado e à produtividade.Difícil é alinhar essas duas variáveis, face aos diversos fatores que interferem no seu equilíbrio.

O volume total alcançado no Brasil em 2016 foi de 2.163.501 toneladas e uma produtividade média de 23.511 kgha - Crédito Shutterstock
O volume total alcançado no Brasil em 2016 foi de 2.163.501 toneladas e uma produtividade média de 23.511 kg ha – Crédito Shutterstock

Planejamento atrai lucro

O planejamento do cultivo requer um estudo prévio das condições climáticas de cada região de plantio, visando a adoção da tecnologia de irrigação, bem como o histórico da sazonalidade do produto no mercado de comercialização pois, dependendo da expectativa de preços no período da colheita, pode-se aferir a chance de obter sucesso de retorno no investimento.

A rentabilidade varia de região para região. Citando como exemplo o Sudeste do Brasil, o custo de produção, em média, é de R$ 8.348,00 por hectare para uma receita bruta de R$ 10.500,00 por hectare, resultando numa receita líquida de R$ 2.152,00 (Agrianual, 2015).

Na região norte, especificamente no Estado de Roraima, o custo de produção é de R$ 13.165,00 por hectare para uma receita bruta de R$ 23.000,00/ha, proporcionando uma receita líquida de R$ 9.835,00/ha. Esta receita corresponde à produção de 4.000 frutos por hectare com o custo de R$ 3,29 por fruto; sendo que o preço médio de mercado recebido é de R$ 7,50 por fruto, resultando numa rentabilidade de 127%.

Essa matéria completa você encontra na edição de janeiro 2018  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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