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Beauveria se mostra eficiente no controle do greening

 

José Salazar Zanuncio Junior

DSc. Entomologia e pesquisador do INCAPER – Centro de Desenvolvimento Regional Centro Serrano

jjzanuncio@yahoo.com.br

 

Crédito Henrique Santos
Dependendo da infestação, o greening pode eliminar o pomar em até 10 anos – Crédito Henrique Santos

O Huang Long Bing (HLB) ou “citrus greening“ é causado por uma bactéria do gênero Candidatus, que ataca os citros, sendo que não existe tratamento eficaz contra a doença.

Segundo a Fundecitrus, os prejuízos causados pelo greening variam de acordo com o nível de infestação, podendo chegar à eliminação do pomar em 10 anos. No entanto, pode-se tornar inviável de cinco a seis anos após o aparecimento dos sintomas.

Somente o estado de São Paulo já tinha eliminado seis milhões de plantas até 2009, sendo uma doença considerada de maior severidade para a cultura e fator limitante da produção.

Em alguns estados, como o Espírito Santo, ainda não foi detectada a doença, sendo importante o monitoramento das lavouras e medida quarentenária adotada para esta doença, que se baseia no princípio da exclusão e se apresenta como restrições legislativas de importação de plantas ou partes da planta de citros oriundas de regiões onde o greening ocorre de forma endêmica.

Manejo

O manejo recomendado para o controle da doença consiste na aquisição de mudas sadias, eliminação imediata de plantas sintomáticas e controle do vetor, o psilídeo Diaphorina citri, sendo esta a principal forma de controle da doença.

O controle do vetor é realizado por meio da aplicação de inseticidas direcionados ao controle de ninfas e adultos, visando reduzir a população da praga.

Controle biológico

Outra forma de controle de D. citri é o biológico, com microrganismos entomopatogênicos, como o fungo Beauveria bassiana, o qual tem demonstrado eficiência no controle de ninfas do psilídeo, chegando a causar mais de 90% de mortalidade nas concentrações encontradas nos produtos comerciais.

Este fungo apresenta eficácia comprovada contra várias pragas agrícolas, como a broca do café e a broca do rizoma da bananeira. Ao entrar em contato coma a superfície do inseto, o fungo germina, penetra no tegumento e coloniza internamente o inseto, quando libera toxinas, causando sua morte.

Cuidados extras

As formulações comerciais à base de B. bassiana são recomendadas para aplicação em pulverização, semelhante à aplicação de agrotóxicos. O cuidado a se ter no momento da aplicação é evitar os dias com alta incidência de radiação solar, pois este fungo é muito suscetível à radiação ultravioleta, que atua como germicida.

Além disso, é importante aplicar o fungo ao final da tarde e, de preferência, com alta umidade no ambiente, que pode ser obtida molhando-se a parte aérea das plantas antes de sua aplicação.

Manejo integrado

Uma estratégia de controle do inseto vetor do greening é a associação de métodos, dentro do manejo integrado de pragas (MIP), iniciando-se com a seleção de mudas sadias e o monitoramento da presença do vetor e de plantas doentes, a fim de erradicar as plantas sintomáticas e iniciar o controle ao detectar a presença do psilídeo.

A associação do controle biológico com o fungo entomopatogênico B.bassiana e os inseticidas pode ser utilizada como estratégia para o controle de ninfas e adultos da praga.

Vale ressaltar que se o objetivo for utilizar estes produtos misturados na mesma calda, deve-se observar a compatibilidade, pois a ação da B. bassiana poderá ser reduzida devido à ação dos inseticidas incompatíveis e que podem ser muito tóxicos para o fungo.

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