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Aminoácidos reduzem estresse do pessegueiro

Fernando Simoni Bacilieri

Engenheiro agrônomo e doutorando em Fitotecnia – ICIAG-UFU

ferbacilieri@zipmail.com.br

Roberta Camargos de Oliveira

Engenheira agrônoma e doutora em Fitotecnia

robertacamargoss@gmail.com

José Geraldo Mageste

Engenheiro florestal e professor – ICIAG-UFU

jgmageste@ufu.br

Crédito Pixabay
Crédito Pixabay

No Brasil, os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, e Paraná destacam-se por possuírem as melhores condições naturais para produção comercial do pêssego, entretanto, São Paulo e Minas Gerais apresentam as maiores produtividades, provavelmente atribuídas ao nível de tecnologia empregada, demonstrando que se trata de uma cultura responsiva ao manejo.

O estresse

Por ser uma cultura perene, o pessegueiro constantemente fica sujeito a condições de estresse durante seu ciclo. Estresse de plantas pode ser definido como “um fator esterno que exerce influência desvantajosa para as plantas“.

Podem ser divididos em estresse abiótico (temperatura, água, luz, nutrientes, vento, geada, granizo, etc.), que normalmente é difícil de ser previsto e controlado, ou estresse biótico (doenças, pragas, ervas daninhas, animais, fitotoxicidez, etc.) que pode ser minimizado por um bom manejo nutricional e fitossanitário.

Sempre que as plantas ficarem expostas a situações de estresse, haverá gasto de energia para recuperação e os processos como brotação, floração e frutificação poderão ser afetados, impactando no crescimento, desenvolvimento e componentes de produção. Quanto maior a intensidade ou duração do estresse, maior será o prejuízo.

 

Os aminoácidos potencializam absorção de nutrientes - Crédito Elmar Floss
Os aminoácidos potencializam absorção de nutrientes – Crédito Elmar Floss

Aminoácidos

Uma prática de manejo fisiológico do pessegueiro que visa à prevenção ou recuperação das plantas em situações de estresse e que tem sido difundida entre técnicos e produtores é a aplicação exógena de produtos compostos por aminoácidos via foliar ou via solo.

Os aminoácidos são moléculas formadas por um carbono central ligado a um grupamento carboxila (COOH), um grupamento amino (NH2) e um átomo de hidrogênio. Além destas três estruturas, os aminoácidos apresentam um radical chamado genericamente de “R“, que diferencia os mesmos.

As proteínas das plantas são formadas a partir de um grande número de aminoácidos: L-Fenillamina, L-Tirosina, L-Treonina, L-Hidroxiprolina, L-Leucina, L-Triptofano, L-Isoleucina, L-Xiprolina, L-Metionina, L-Ornitina, L-Alanina, L-Valina, L-Arginina, L-Aspartato, L-Aspargina, L-Cisteina, L-Glutamato, L-Glutamina, L-Glicina, L-Prolina, L-Serina, L-Histidina, L-Lisina e L-Hidroxilisina.

No mercado brasileiro de fertilizantes, os aminoácidos normalmente estão presentes em misturas com outros compostos ou nutrientes em produtos classificados e comercializados como fertilizantes foliares sem informações quanto à origem e composição, o que dificulta aos técnicos e agricultores escolherem o mais adequado para cada situação.

A aplicação de aminoácidos nas plantas possui basicamente duas funções: fornecer o aminoácido propriamente dito para as plantas, e a de agente complexante de macro e micronutrientes catiônicos.

Como forma de fornecer os aminoácidos, produtos que apresentem o aminoácido prolina podem auxiliar na recuperação de estresse hídrico, pois este aminoácido é um potente osmorregulador.

Na fase de crescimento ou novo fluxo vegetativo, o aminoácido triptofano, por ser um precursor do hormônio vegetal auxina, favorecerá o crescimento vigoroso das raízes para melhor explorarem o solo e absorverem água e nutrientes, que são fundamentais aos processos fisiológicos das plantas.

Produtos formulados com cisteínavão evitar o envelhecimento precoce das folhas, uma vez que este aminoácido é precursor de compostos como a glutationa, que atua na neutralização de radicais livres ou formas reativas de oxigênio que aceleram a senescência.

O aminoácido ácido glutâmico é considerado um “coringa“ para as plantas, porque é a partir dele que são produzidos aspartato, aspargina e demais aminoácidos para produção de proteínas. Seu fornecimento exógeno possibilita considerável economia de energia para as plantas.

 Crédito Pixabay
Crédito Pixabay

Contra pragas e doenças

Na fase reprodutiva, o pessegueiro fica mais suscetível ao ataque de pragas e doenças e o uso de aminoácidos como a tirosina e a fenilanina, que são precursores dos compostos fenólicos envolvidos na defesa das plantas, confere maior resistência ao ataque de pragas e doenças, além atuarem na síntese de lignina, que promove resistência das plantas ao acamamento.

A uniformização da maturação pode ser promovida pelo uso de produtos que contenham metionina no final da fase reprodutiva, pois este aminoácido é precursor da síntese do hormônio etileno, que regula a maturação de frutos nas plantas.

Via solo

O fornecimento de aminoácidos via solo tem ganhado destaque.Aproveita-se o tratamento fitossanitário do solo para controle de nematoides, pragas ou doenças e adicionam-se produtos à base de aminoácidos aos agroquímicos.

No solo, os aminoácidos podem potencializar o efeito dos defensivos agrícolas e proporcionar benefícios como estimular o crescimento das raízes, aumento da CTC e da atividade biológica na região de rizosfera, favorecendo a solubilização e absorção de alguns nutrientes.

O aumento no aproveitamento de nutrientes via foliar nas lavouras pode ocorrer devido à complexação dos elementos catiônicos K+, Ca++, Mg++, Fe++, Mn++, Zn++ e Cu++ com os aminoácidos, formando assim um quelato orgânico que possui alta capacidade de atravessar a cutícula das folhas, que é a primeira barreira para absorção foliar por apresentar propriedades de atração e repulsão onde os nutrientes aplicados na forma de cátions livres levariam maior tempo para serem absorvidos.

Essa matéria completa você encontra na edição de fevereiro 2018  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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