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Ação dos ácidos húmicos no pessegueiro

Diego Henriques Santos

Engenheiro agrônomo da Codasp – Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo (regional Noroeste)

dihens@bol.com.br

 

Créditos Pixabay
Créditos Pixabay

Com múltiplos benefícios, os ácidos húmicos avançam nas vantagens para o pessegueiro. Esses produtos garantem maior crescimento radicular e absorção foliar pelas plantas. A aplicação deve acontecer na linha, técnica que apresenta melhores resultados.

Conheça melhor

Os ácidos húmicos são componentes presentes na fração mais estável da matéria orgânica do solo – o húmus. As substâncias húmicas beneficiam a capacidade de troca catiônica (CTC), aumentando as cargas do solo, favorecendo assim a retenção de nutrientes no solo e aumentando a oferta às plantas. Também promovem a adição de carbono às áreas, o que melhora a vida microbiológica.

Como tais materiais possuem ação coloidal, eles beneficiam a estruturação do solo, tendo ainda a capacidade de retenção de água, além de influenciarem o desenvolvimento das plantas, estimulando a taxa fotossintética e a cadeia respiratória.

O caso do pessegueiro

No caso do crescimento radicular do pessegueiro, bem como das plantas em geral, os ácidos húmicos favorecem a indução radicular, o número de raízes laterais e o crescimento das raízes por efeitos diretos, como o aumento do transporte de elementos nutritivos, aumento da síntese de proteínas, aumento da fotossíntese, efeito semelhante a hormônios vegetais e efeito na atividade enzimática.

Quanto aos efeitos indiretos, observam-se solubilização de micronutrientes, redução do nível de elementos tóxicos e aumento da população microbiana. Os ácidos húmicos também acidificam o meio celular, promovendo aumento da plasticidade da parede celular, fator fundamental para o processo de crescimento e alongamento da célula vegetal, favorecendo o enraizamento das plantas.

Os ácidos húmicos favorecem a indução radicular, o número de raízes laterais e o crescimento das raízes por efeitos direto
Os ácidos húmicos favorecem a indução radicular, o número de raízes laterais e o crescimento das raízes por efeitos direto

Como aplicar

Existem três tipos fundamentais de adubação na cultura do pêssego – a adubação de correção, efetuada antes do plantio, a adubação de crescimento, realizada durante a fase de crescimento das mudas, durante os dois primeiros anos, e por fim a adubação de manutenção, realizada durante a vida produtiva da planta.

A primeira é realizada a fim de corrigir a fertilidade do solo, a segunda para permitir o crescimento inicial das plantas e a terceira para repor os elementos absorvidos pela planta durante o ano.

Sendo o objetivo o enraizamento, a aplicação de ácidos húmicos deve ser iniciada na adubação de correção. No entanto, em função dos diversos efeitos indiretos já citados que culminam em um maior enraizamento, como a promoção da formação de auxinas responsáveis pela divisão celular, beneficiando, desta maneira, não só o enraizamento, como o desenvolvimento vegetativo, a floração e a frutificação, a aplicação deve acontecer também na adubação de crescimento e de manutenção.

Emrelação às doses, estas deverão ser orientadas por uma série de observações e pré-requisitos, comoa análise de solo, tipo de solo, características varietais, clima do período e a produção que sedeseja atingir ao final da safra.

As quantidades deverão ser administradas de acordo com aobservação de cada técnico, considerando todas as variantes citadas, pois em alguns casos obalanceamento poderá ser levemente alterado, de acordo com a variedade e o estadonutricional em que se encontra o pomar.

Dicas interessantes

Com o objetivo de incrementar as substânciashúmicas, os produtores também podem utilizar consórcios entre gramíneas eleguminosas e incorporá-las durante a floração, tomando o cuidado de evitar o trevo oua alfafa, que possuem efeito alelopático sobre os porta-enxertos francos de pessegueiro,limitando seu crescimento.

Custo

Os ácidos húmicos abrangem um complexo de substâncias que se caracterizam porserem coloides orgânicos muito complexos, de alta capacidade de troca catiônica,composição variável, entre 40 a 60% de carbono, 30 a 40% de oxigênio, 5,0% denitrogênio, radicais das mais diversas naturezas, como carboxílicos, fenólicos,hidroxifenólicos, hidroquinônicos, amínicos, amídicos, imídicos, entre outros.

Portanto,os produtos comerciais podem ter diferentes formulações, com composições variáveis,sendo o custo do produto de acordo com sua composição. Mas sabe-se, no geral, que ouso de fertilizantes em pessegueiro é um investimento lucrativo, pois o fertilizante érelativamente barato comparado com o aumento de rendimento e qualidade de frutosque ele proporciona.

Diversos trabalhos encontrados na literatura demonstram ainfluência dos ácidos húmicos no comprimento de brotos e raízes, bem como o efeitodas substâncias húmicas no crescimento das plantas.

Essa matéria você encontra na edição de fevereiro 2018  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

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