O 40º Congresso de Pesquisas Cafeeiras teve seu recorde de público registrado nesse ano. Realizado em Serra Negra (SP), entre os dias 28 e 31 de outubro, o evento reuniu mais de 800 pessoas, e ainda 16 empresas parceiras, as mais representativas em insumos e maquinários utilizados em café.
José Braz Matiello, engenheiro agrônomo da Fundação Procafé e um dos organizadores do evento, informa que foram publicados 323 trabalhos, 110 deles apresentados oralmente. “Selecionamos os mais expressivos, um pouco de cada tema, para termos um universo mais amplo de assuntos e debates. Observamos que os presentes ficaram satisfeitos com os resultados do evento, tanto com a organização como com os trabalhos“, orgulha-se.
Assuntos debatidos
Durante o evento, foram organizados três seminários, envolvendo os temas mais relevantes do momento: problemas e soluções para a cafeicultura de montanha, equilíbrio na nutrição de cafeeiros e irrigação suplementar em cafezais, coordenados por especialistas renomados de todo o País.
Já o dia de campo destacou a cafeicultura de montanha, enfocando a irrigação e a nutrição, que são problemas atuais da atividade. “O evento foi bem centralizado, no Estado de São Paulo, perto dos polos e das empresas, produtores e empresários. Vieram muitas caravanas do Espírito Santo, Bahia, estudantes de pós-graduação, agregando um nível satisfatório de público“, diz Matiello.
Segundo ele, os visitantes compõem as lideranças do setor, e são responsáveis por difundir o conhecimento adquirido no evento, principalmente os grupos de fusão das cooperativas, serviços de assistência técnica dos governos, estados e consultores particulares, que têm efeito multiplicador.
A seca
Com relação à seca enfrentada pelos agricultores brasileiros, a mensagem deixada pelos profissionais é que provavelmente o pior já passou. “A capacidade produtiva foi danificada, mas, em compensação, o preço tende a se manter, dependendo muito da florada. Notamos que há muita gente interessada em ampliar a área de café“, avalia Matiello.
O evento mostrou que o café está em fase de motivação, diferente de outros produtos agrícolas que estão em fase ruim, como o milho, laranja e cana. “A verdade é que a agricultura, como um todo, é uma atividade difícil, e quem não tiver fibra sai fora. Infelizmente não tem existe uma receita mágica, pois é uma atividade de muito risco“, conclui o especialista.