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Organominerais aumentam a porosidade do solo e beneficiam a alfacicultura

Carla Verônica Corrêa

Doutoranda em Agronomia/Fisiologia Vegetal e Metabolismo Mineral – UNESP

cvcorrea1509@gmail.com

Luís Paulo Benetti Mantoan

Doutorando em Ciências Biológicas/Fisiologia Vegetal – UNESP

Créditos Shutterstock
Créditos Shutterstock

O fertilizante organomineral é um adubo que contém os principais macro e micronutrientes necessários às plantas, com fontes minerais acrescidas de matéria orgânica que potencializam a eficiência dos nutrientes minerais e ainda melhoram as propriedades químicas, físicas e biológicas do solo.

Assim, segundo a legislação, é classificada como fertilizante organomineral a mistura ou combinação de fertilizantes minerais e orgânicos. A fabricação dos fertilizantes organominerais é feita industrialmente, partindo-se de uma ou mais matérias-primas orgânicas acrescentando corretivos, quando for o caso, macronutrientes e micronutrientes, segundo as fórmulas de cada fabricante.

Quando a matéria-prima orgânica apresenta acidez, corrige-se o pH antes de se juntar os nutrientes minerais. Matérias orgânicas, como o lixo domiciliar e o lodo de esgoto, sofrem um processo de compostagem, transformando-se em húmus para depois receberem os fertilizantes minerais.

De acordo com a legislação, os fertilizantes organominerais, quando na forma de produto acabado, devem passar por controle laboratorial, determinando-se a composição química e confirmando-se seus parâmetros para que estejam dentro das especificações exigidas por lei e que devem ser garantidas para o produtor.

As folhosas

Desta forma, levando-se em consideração todos esses fatores, fica clara a necessidade de seu cultivo em solos com excelente fertilidade, alto teor de matéria orgânica, elevada capacidade de troca de cátions, disponibilidade de macro e micronutrientes, solos com formação e estabilidade de agregados e solos com alta infiltração de água e aeração.

Assim, os fertilizantes organominerais apresentam-se como uma ótima alternativa para o cultivo de alface, justamente por fornecerem os nutrientes necessários para o desenvolvimento da cultura e atuarem na estruturação física, química e biológica do solo.

A maior parte da alfacicultura no Brasil é desenvolvida no sistema de cultivo em campo - Créditos Shutterstock
A maior parte da alfacicultura no Brasil é desenvolvida no sistema de cultivo em campo – Créditos Shutterstock

Para o solo

A matéria orgânica contida no fertilizante organomineral atua na melhoria do solo por influenciar em suas propriedades físicas, químicas e biológicas. Para a matéria orgânica agir como condicionador do solo, ela deve ser empregada em doses altas, e assim os organominerais só apresentariam o efeito desejado de estruturação do solo a longo prazo.

Porém, o uso de compostos orgânicos e estercos é comum entre os produtores de alface. Assim, os fertilizantes organominerais somam os efeitos da adubação orgânica. Todavia, a matéria orgânica do fertilizante organomineral também atua como um condicionador imediato dos fertilizantes químicos que entram em sua composição.

 

Sistema radicular

Os adubos organominerais beneficiam o desenvolvimento do sistema radicular da alface da seguinte forma:

ÃœAo melhorar a estrutura física do solo, ou seja, sua porosidade permite maior aeração e, assim, melhores condições para o crescimento do sistema radicular. Deve-se ressaltar que a cultura da alface não se desenvolve em solos compactados;

ÃœPor apresentar, em sua maioria, a presença de fósforo solúvel, permite maior crescimento do sistema radicular, uma vez que o fósforo é um nutriente extremamente necessário para o desenvolvimento de raízes;

ÃœAo atuar de forma benéfica na biologia do solo, aumentando a presença de microrganismos benéficos, há redução de organismos que atuam como patogênicos ao sistema radicular, permitindo, assim, não apenas o crescimento do sistema radicular, mas também a formação de raízes saudáveis;

Os organominerais beneficiam o solo e, por consequência, as folhosas - Créditos Shutterstock
Os organominerais beneficiam o solo e, por consequência, as folhosas – Créditos Shutterstock

ÃœCom o aumento da matéria orgânica do solo, eleva-se a formação de fungos predadores de nematoides, reduzindo essa população, o que diminui a destruição do sistema radicular pelos nematoides.

ÃœA presença de maior diversidade de microrganismos devido à matéria orgânica e melhores condições do solo, como a aeração, propicia a formação da rizosfera, que beneficia, principalmente, a absorção dos nutrientes;

ÃœComo o solo não se encontra compactado devido à estruturação da grumosidade, as raízes conseguem crescer em profundidade, o que aumenta a tolerância à seca e o aproveitamento da adubação, pois ocorre absorção de nutrientes em camadas mais profundas do solo.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de março 2018  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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