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Batata-doce – Por onde começar?

Carla Verônica Corrêa

Doutoranda em Agronomia pela UNESP

cvcorrea1509@gmail.com

Luís Paulo Benetti Mantoan

Doutorando em Ciências Biológicas (Botânica) pela UNESP

 

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

De ciclo curto e baixo investimento, a batata-doce (Ipomoea batatas L.) é uma planta de alto valor nutritivo e fácil de plantar, se mostrando uma boa fonte de renda para o produtor. O momento não poderia ser mais propício para o plantio de batata-doce.

Apesar de ser antiga conhecida nas refeições dos brasileiros, mais recentemente tem sido a hortaliça que todos querem no prato. Fonte de energia liberada gradualmente no organismo, ela tornou-se base da dieta de atletas, esportistas amadores e de toda a população que reserva algum período do dia para se dedicar aos exercícios físicos.

Panorama

A batata-doce é uma planta de grande importância econômico-social, participando na suplementação de calorias, vitaminas e minerais na alimentação humana. As raízes são ricas em K e apresentam teor de carboidratos variando entre 25 e 30%, dos quais 98% são facilmente digeríveis.

Dentre as regiões brasileiras produtoras de batata-doce, o Sul destaca-se com produção anual de 250.013 t, o que corresponde a 48% da produção nacional, sendo que o Rio Grande do Sul concentra 30% desta produção. A região nordeste é a segunda maior produtora do País (35%), seguida pela região sudeste (16%), com uma produção anual de 119.414 t.

O Estado de São Paulo é o quinto colocado no ranking nacional, com produção anual de 41.483 t, em uma área de 3.699,32 hectares e produtividade média de 11,21 t ha-1. Apresenta boa resistência contra a seca e ampla adaptação, o que faz com que seja cultivada em praticamente todos os Estados brasileiros.

Benefícios

A cultura da batata-doce apresenta boa adaptabilidade ao ambiente tropical, com grande importância na alimentação humana, expressivo potencial para ração animal, industrialização do amido e fabricação de álcool combustível.

Possui alta eficiência na captação da energia solar e grande capacidade de produzir massa seca por um longo período de tempo. É uma planta perene, cultivada como anual, com ciclo entre 90 e 150 dias.

O início da formação das raízes de armazenamento é induzido por alta intensidade luminosa, altos teores de sacarose e inibido por altos teores de nitrogênio. Trata-se de uma cultura com baixo custo de produção e alta produtividade. Além disso, vem se destacando cada vez, estando entre as olerícolas mais consumidas e, portanto, com perspectiva de expansão de sua produção.

 

Essa cultura é altamente sensível às baixas temperaturas - Crédito Maurício Nasser
Essa cultura é altamente sensível às baixas temperaturas – Crédito Maurício Nasser

Por onde começar

A duração do crescimento da cultura de batata-doce varia de acordo com as cultivares e das condições ambientais. No entanto, a formação da raiz tuberosa pode começar com quatro semanas após o plantio.

Condições favoráveis, como água, nutrientes e condições climáticas são de extrema importância no primeiro mês após o plantio, pois em torno de 80% das raízes tuberosas são formadas neste período. Além disso, dependendo da cultivar, entre oito a 12 semanas após o plantio a planta deixa de formar novas raízes tuberosas. Depois deste período, toda a energia é direcionada para o engrossamento (acúmulo de carboidratos) das raízes.

O crescimento da planta normalmente alcança o máximo na metade para a fase final do ciclo. Nessa fase, a parte aérea é bastante vigorosa, sendo que, após este período, a densidade foliar diminui, pois a planta transloca os fotoassimilados para as raízes tuberosas. Dessa forma, o produtor deve se atentar para as condições ambientais de sua região. Essa cultura é altamente sensível às baixas temperaturas.

O segundo ponto refere-se ao solo. Trata-se de uma cultura sensível ao excesso de água, assim, não se deve realizar o plantio em locais com solos encharcados. Outro problema são os solos compactados, que resultarão em raízes deformadas que não apresentarão aceitabilidade no mercado. Assim, devem-se priorizar solos mais arenosos, drenados e não compactados.

A adubação merece destaque, principalmente evitando adubações excessivas com nitrogênio, para evitar formação excessiva da parte aérea em relação às raízes. Assim, o produtor deve realizar análise química de solo e efetuar a adubação de acordo com os resultados da análise e das necessidades da cultura, para evitar perdas com excesso, deficiência ou desequilíbrio nutricional.

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Manejo

O controle de plantas daninhas é mais intenso no início do ciclo. Após esse período ocorre o fechamento do dossel, o que reduz drasticamente o aparecimento de plantas daninhas. Todo o manejo, no entanto, dependerá do grau de tecnificação do produtor.

Entre o manejo destaca-se a adubação. Várias pesquisas demonstram que o potássio permite aumento de produtividade, porém, desde que parcelado. Em relação à produção de raízes comerciais por planta não foi observada diferença entre as doses quando o potássio foi fornecido apenas na adubação de plantio, com média de 700,6 g planta-1.

No entanto, foi observado ajuste linear crescente para o parcelamento de 50% (plantio) + 50% (cobertura) de K2O em cobertura, com incremento de 3,73 g nas raízes por planta para cada 1 kg ha-1 de K2O.

Quando se empregou 75% da adubação potássica em cobertura foi observada média de 793,0 g planta-1 na dose de 57,8 kg ha-1 de K2O.

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Figura 1. Produção de raízes comerciais por planta de batata-doce em função das doses e parcelamentos da adubação potássica.

Fonte: Corrêa, 2015.

Essa matéria completa você encontra na edição de março 2018  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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