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Sementes certificadas de soja podem garantir maior produtividade

Roni Clei Zanovello

Juliano Burko

Acadêmicos de Agronomia – Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro)

ronizanovello@hotmail.com

Fabiano Pacentchuk

Engenheiro agrônomo, mestre em Produção Vegetal e doutorando em Agronomia ““ Unicentro

fabianopacentchuk@gmail.com

Criz Renê Zanovello

Engenheiro mecânico, mestrando em Produção Vegetal – Unicentro

isandini@hotmail.com

Itacir Eloi Sandini

Engenheiro agrônomo, doutor e professor de Agronomia ““Unicentro

isandini@hotmail.com

 

Créditos Shutterstock
Créditos Shutterstock

A soja é umas das culturas de grãos mais importantes do País, sendo o Brasil o segundo maior produtor desse cereal, com aproximadamente 114 milhões de toneladas e área estimada em aproximadamente 34 milhões de hectares semeados (Conab, 2017). Essa elevada produção é decorrente do uso de novas tecnologias e da conscientização dos produtores a realizar o manejo correto da cultura.

Uma das atividades que se inicia antes da implantação da cultura é a escolha e compra da semente que vai ser utilizada. Muitas vezes, para reduzir custos de implantação da cultura, os produtores recorrem a sementes salvas ou sementes piratas, as quais não possuem nenhum tipo de certificação ou garantia de procedência. E diferente do que o produtor pensa, ele não está economizando, e sim expondo a sua lavoura a riscos (Abrass, 2015).

Não troque gato por lebre

As sementes piratas não têm garantia de procedência, o que acarreta em riscos fitossanitários à cultura. As sementes certificadas têm a sua produção controlada por órgãos públicos ou privados, assim garantindo a origem genética, forma de produção, condições fisiológicas, sanitárias e físicas pré-estabelecidas, apresentando assim melhores condições para um estabelecimento adequado da cultura.

Um dos parâmetros que deve ser levado em consideração é o vigor que, segundo a Associação Oficial dos Analistas de Sementes dos Estados Unidos (AOSA, 2009), são aquelas propriedades das sementes que determinam o seu potencial para uma emergência rápida e uniforme e o desenvolvimento de plântulas normais sob ampla diversidade de condições ambientais. Essa definição apresenta a importância do vigor das sementes, as quais em sementes certificadas essa característica é uma das normas para a sua liberação no mercado.

Sementes que apresentam alto vigor têm sua emergência mais rápida e uniforme, o desenvolvimento de plântulas normais, e um melhor desempenho das sementes em ambientes distintos.

Além dessa característica, é importante que a população seja composta por plantas de alto desempenho, assegurando assim uma boa produtividade (Neto, 2011).

Sementes certificadas resultam em um bom desenvolvimento inicial da cultura - Créditos Shutterstock
Sementes certificadas resultam em um bom desenvolvimento inicial da cultura – Créditos Shutterstock

O resultado

Sementes com potencial fisiológico elevado resultarão em plantas mais produtivas na cultura (Fessel et al., 2010). O teste de vigor é rápido, simples e economicamente viável, podendo ser usado para identificar os lotes com maior vigor antes da semeadura, assim obtendo informações dos lotes com melhor capacidade de proporcionar um estande adequado, mesmo em condições ambientais diferentes (MARCOS FILHO et al., 2009).

As sementes certificadas de alto vigor são estudadashá anos, em que um trabalho realizado por Neto et. Al. (1983) já demostrava que sementes com alto vigor foram 24,3% mais produtivas que sementes de baixo e médio vigor. Mais recentemente, Ponozzo et. al. (2009) também constatou que sementes mais vigorosas apresentam maior produtividade, sendo superior em 20% às demais sementes.

Em um estudo realizado por Rampim et. al. (2016), observou-se que as sementes certificadas apresentaram maior porcentagem de germinação e, por consequência, maior vigor no teste de primeira contagem. Rampim também observou que as sementes certificadas alcançaram um valor de 89,5% de plantas normais e 11,5% de plantas normais para as sementes salvas.

Isso mostra a importância das sementes certificadas, resultando em um bom desenvolvimento inicial da cultura. Nas sementes salvas ou piratas, esses dados geralmente não acompanham o lote, no qual seu manejo no campo de produção, bem como o beneficiamento e armazenagem, podem ter sido realizados de forma errônea, danificando as sementes.

Tonello (2017) verificou maior expressividade de fungos nas sementes salvas, sendoAspergillus sp., Penicillium sp e Fusarium sp. Essa presença de fitopatógenos em sementes salvas, associado a possíveis danos físicos e fisiológicos durante o processamento das sementes, podem mostrar resultados insatisfatóriosna germinação e vigor das sementes (Rampim et. al., 2016).

Em estudo realizado por Rampim et al. (2016), observou-se que o principal problema na redução da viabilidade e germinação das sementes foi a presença de patógenos nas sementes.

Sementes com potencial fisiológico elevado resultarão em plantas mais produtivas - Créditos Shutterstock
Sementes com potencial fisiológico elevado resultarão em plantas mais produtivas – Créditos Shutterstock

Prejuízos

Os patógenos podem reduzir o tempo de viabilidade das sementes. O tratamento das sementes, em alguns casos, pode fazer o controle da maioria desses patógenos. Assim, fica evidente a importância da realização das avaliações nas sementes, e quando identificados os patógenos deve-se realizar o tratamento, exceto em casos em que não haja o controle, inviabilizando o aproveitamento das sementes.

As sementes certificadas buscam sempre a melhoria contínua dos processos, utilizando as melhores práticas para a produção de sementes de alta qualidade. Esse tipo de semente garante o controle de gerações em que o agricultor pode saber quantas vezes a cultivar foi multiplicada após a liberação do pesquisador.

Qualidade garantida

Padrões de qualidade garantidos por análises de laboratórios credenciados pelo Ministério da Agricultura são uma segurança para o produtor, já que acompanha um certificado e nota fiscal dessas sementes, garantindo que o agricultor está adquirindo uma cultivar registrada pelo MAPA e que essas sementes introduzidas no campo trazem as mais recentes tecnologias do melhoramento genético (Fundação Pró-sementes, 2016).

Essa matéria completa você encontra na edição de maio de 2018 da Revista Campo & Negócios Grãos. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

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